sexta-feira, 25 de julho de 2014

Menos de 1%


Menos de 1%

Infelizmente nem tudo no país, atualmente, caminha como a sociedade desejaria que caminhasse, como a guisa de exemplo, o vergonhoso baixo desempenho do PIB (Produto Interno Bruto), que reflete a queda vertiginosa, do crescimento da economia e geração de riqueza, apesar de se comemorarem que se vive numa situação de pleno emprego, jamais vista na história econômica brasileira. Qual a vantagem, de se viver numa situação de pleno emprego, se o salário perde a cada dia o seu poder de compra?

Importante deixar, claro, apesar desta ilusão, a existência de setores influentes do mercado, seja o do financeiro como o de bens e serviços que ora afirmam, sobre a possibilidade da nossa economia entrar numa recessão nos próximos meses, o PIB torna-se negativo, fato que poderá levar o sistema econômico, em dezembro de 2014, a crescer abaixo de 1%.

 A equipe econômica tem ciência do problema, como todo o setor produtivo nacional, que a espiral inflacionária, anda de forma cruel e imperdoável, corroendo a renda dos assalariados do país, conjuntura que compromete sobremaneira o poder aquisitivo, daquelas classes sociais, cuja ascensão ocorreu nos últimos dez anos, o que fez com que o consumo no Brasil se elevasse, tendo em vista, a demanda reprimida deste segmento social, no que diz respeito à satisfação dos seus desejos, na qualidade de consumidor.

Só que esquecem que a aludida classe, a partir de agora, entra num processo de endividamento combinado com os sucessivos aumentos de preços dos alimentos, situação indesejada e incômoda para qualquer família que se dirigem aos supermercados, em busca da sua cesta de consumo, com vista a sua sobrevivência diária.

 Basta se verificar, que toda vez que se adquirem os bens de consumos básicos, semanalmente, os agentes econômicos se deparam com as majorações dos preços relativos, em relação à semana anterior, o pior de todo este imbróglio, reside exatamente no dilema que vive os membros da equipe econômica do governo federal, que assistem passivamente tal injustiça ocorrer com a massa salarial do trabalhador, sem poder tomar nenhuma medida severa de austeridade, sobretudo, no que tange aos gastos públicos neste momento, causa maior da inflação, o que trás como consequência negativa a elevação da inflação para fora da meta inflacionária, que hoje encontra-se fixado em 6,5%, ao ano.

Todo o cenário, de adiamento por parte do governo federal das medidas ou remédios eficazes contra o indomável tigre da inflação, diz respeito efetivamente, a variável eleitoral, que impede o governo federal de encarar frontalmente o fantasma econômico que lhe preocupa, o que de certa maneira, cria certamente para o futuro não tão longínquo, que tudo indica virá após as eleições, o anúncio das medidas antipáticas e nefastas para toda a sociedade.

Não é por acaso que os candidatos indistintamente, ao cargo de presidente da República, escondem às propostas de combate à inflação dos eleitores, esquivando-se ou desconversando, quando são indagados por algum jornalista nos programas televisivos, a respeito do assunto. Ou seja, o povo brasileiro votará nos seus candidatos sem saber quais as medidas, que serão tomadas em relação ao combate a inflação, o que em nossa opinião é lamentável. No Brasil, os problemas a gente vai levando!

 

 

José Alves de Azevedo Neto

Economista

 

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Imposto Invisível

 

Imposto Invisível

O Banco Central do Brasil, na semana passada através do COPOM (Comitê de Política Monetária), resolveu manter inalterada a atual taxa de juros básica da economia, conhecida como taxa Selic, em 11% ao ano, responsável por balizar as demais taxas de juros cobradas pelo mercado financeiro, como a guisa de exemplo, as taxas de juros do cheque especial, do cartão de crédito e dos empréstimos de uma forma em geral.
 
Tal decisão reside-se no paradoxo enfrentado hoje pelo governo federal, quando através do arrocho monetário implementado na economia brasileira, não conseguem de forma nenhuma, debelar a inflação do país, que ronda o limite superior da meta inflacionário que é de 6,5% ao ano, embora os reflexos da tal política restritiva por parte do Banco Central já atingem diretamente, os setores com grande potencial de geração de emprego, como a indústria automobilística, preocupação maior da equipe econômica do professor Mantega, devido à agenda eleitoral, que toma conta do país, impedindo-o de utilizar remédios amargos, contra a crescente espiral inflacionária. Relevante salientar que a aludida indústria, mexe com uma cadeia de produção imensa, e quando ela se desacelera, o custo social é significativo e irreparável.
 
Dentro deste diapasão, a inflação não consegue ser derrubada simplesmente, porque o governo federal recusa-se em reduzir os gastos públicos ou o seu déficit nominal, por causa evidentemente do processo eleitoral. Por conta desta resistência e viés populista das diretrizes de política econômica, os trabalhadores brasileiros que recebem mensalmente, os seus respectivos salários, pagam por mais um imposto de forma imperceptível, denominado de imposto inflacionário, que se constitui numa espécie de imposto invisível ou silencioso sobre as suas rendas, corroendo o seu poder aquisitivo, o que é lamentável.
 
A conjuntura econômica vigente incomoda, sobremaneira, os membros do governo federal, que assistem passivamente por conveniências óbvias, a sua base eleitoral, composta na sua maioria de trabalhadores, serem afetados cruelmente pelas elevações dos preços, ao recorrerem ao mercado, com o objetivo de adquirirem bens e serviços, o que não conseguem como antes.
  
Todos já sabem, e não podem afirmar de que poderão comprar em outubro, o produto errado ou votou errado, nos candidatos a presidente apresentados no cenário eleitoral contemporâneo, pois quaisquer que sejam o eleito para governarem o nosso Brasil varonil, a partir de primeiro de janeiro, terão que fazer vários realinhamentos de preços, começando pelos combustíveis, as tarifa de luz, os preços das passagens de ônibus e afins. Já que todos estes preços encontram-se reprimidos, devido ao populismo econômico praticado pela equipe econômica, como citado acima.
  
O Brasil, infelizmente hoje, sofre um retrocesso econômico histórico, no que se diz respeito à política econômica, a inflação problema debelado no passado, não deveria fazer parte da agenda econômica do país. Éramos para está discutindo educação de qualidade, ciência e tecnologia na agenda política desenvolvimentista nacional, todavia, por incapacidade dos homens públicos, que comandam o Brasil, verifica-se, que ao invés de avançarmos olhando, só para frente, avançamos com o olho no retrovisor. Assim não dá para continuar. Mudança já! 

 

José Alves de Azevedo Neto

Economista

 

 

 

 


quinta-feira, 17 de julho de 2014

TAXA SELIC 11%

 
 
BANCO CENTRAL
 
 
 
 



O Banco Central da República do Brasil manteve a taxa  de juros Selic em 11% ao ano, devido ao nível de atividade econômica, apresentar-se num compasso de  retração em setores estratégicos da economia, no que tange a geração de emprego e renda, como por exemplo, a indústria automobilística, cujos indicadores do setor indicam quedas nas suas vendas.
 
Além do mais, urge necessário salientar que apesar do remédio amargo das altas taxas de juros, a inflação, não reduz a sua trajetória de alta. Nos últimos doze meses a elevação dos preços atingiram o teto da meta inflacionária, que é de 6,5% ao ano. O grande desafio que se desponta  para o governo federal, será trazer à inflação para o centro da meta que é de 4,5% ao ano. Diga-se de passagem, não trata-se de uma tarefa fácil para a equipe econômica do professor Mantega, em virtude da agenda eleitoral que impede o governo de cortar gastos. Somente elevar as taxas de juros, demonstra a ineficiência e eficácia da política monetária atual.
 
 O correto será a aludida equipe, junto com a presidente da república, implementar uma política fiscal austera (corte de gastos públicos), fato que dificilmente ocorrerá até as eleições. Se as taxas de juros se encontram num patamar elevado, o problema reside na incapacidade do governo Dilma de atacar os gastos públicos, senão o faz, a única alternativa que lhe resta, está em financia-los  através das sucessivas altas de juros, cujas consequências são danosas ao setor produtivo, e maravilhoso para os capitalistas financeiros, leia-se, os banqueiros.   

quarta-feira, 16 de julho de 2014

A Venezuela é aqui...


A Venezuela é aqui...

 

Do jeito em que se configura o cenário político em Brasília, com a aprovação da polêmica e desastrosa emenda de autoria do deputado do PT do Piauí, pela Comissão de Constituição e Justiça que hoje possui como membros, os deputados mensaleiros condenados pelo STF, por odiosos crimes, José Genoíno e João Paulo Dutra, cujo conteúdo discorre sobre a obrigatoriedade do Supremo Tribunal Federal, submeter às suas decisões ao Congresso Nacional, fato repudiável, tendo em vista constituir uma agressão a Constituição brasileira, por significar uma interferência entre os poderes da República. 

Se a temperatura da discussão continuar no patamar em que se encontra, onde ministros do Supremo e os presidentes da Câmara e do Congresso Nacional resistem em se sentar para abrir um diálogo maduro, em que se possa colocar às vaidades e picuinhas de lado, com o objetivo de elevar o tom do debate e retomar a boa convivência entre os dois poderes, quem perderá é a democracia brasileira e a população que não merece assistir esta deprimente controvérsia, em que as partes só tendem a perder e a se nivelar a países, em que o judiciário é um mero e inexpressivo poder ao sabor das injunções políticas, como na Venezuela.

A indigitada emenda aprovada permite se fazer inúmeras interpretações a seu respeito, uma delas se refere à possibilidade do partido da presidente da República, intimidar o Supremo Tribunal Federal e os seus ministros, por eles terem condenados a cúpula do PT, por compra de votos no Congresso Nacional, com o intuito de favorecer o governo Lula, em votações importantes ou que os ex-presidente tinha interesses, na aludida casa.

Se essa interpretação proceder, certamente o Brasil entra numa rota de retrocesso democrático, pois tal postura revela a imaturidade e pequenez dos homens públicos que são eleitos para representar os interesses da população, e não para subordinar os seus respectivos mandatos aos interesses de uma militância partidária sem compromisso com os rumos da nação, mas sim com o estatuto do partido.

Os homens públicos responsáveis e de bem deste país, não podem permitir que se ocorra uma crise institucional no país derivada de um ato irresponsável oriundo de uma Comissão do Congresso, diga-se de passagem, a mais importante, num momento em que o Brasil necessita de paz e tranquilidade, para recepcionar os grandes eventos que virão por aí, como a Copa das Confederações, a Copa do Mundo e as Olimpíadas, além da necessidade premente de se retomar o crescimento econômico, cujo percentual atingiu em 2012 0,9% do PIB.

Diante desse lastimável episódio, já passa da hora da presidente Dilma, como chefe do poder Executivo, sinalizar para a sua base política no Congresso Nacional, que não é hora de se brincar com coisa séria, caso contrário se passará para o mundo, que o Brasil se comporta também igual à Venezuela, onde a lei maior é manipulada ao bel prazer das conjunturas políticas. 

 

José Alves de Azevedo Neto

Economista

 

 

A Joia da Coroa


A Joia da Coroa

 

A Petrobrás fechará no exterior trinta e oito escritórios e empresas fora do Brasil, segundo entrevista da presidente Graça Foster, à revista Brasil Energia, para tentar mitigar os prejuízos que amarga dia a dia, com o não aumento dos combustíveis, que inviabiliza economicamente as suas atividades.

Relevante salientar, que na atual conjuntura, a aludida empresa serve de instrumento de combate à inflação, apesar do governo, já admitir que os combustíveis terão elevação de 7% nos preços, até dezembro do final deste ano, o que é insuficiente para repor às significativas perdas da empresa.

O caminho utilizado pelo governo Dilma, para controlar a inflação através do adiamento do reajuste dos combustíveis e das tarifas de ônibus, é considerado bastante preocupante, talvez uma bomba de efeito retardado, que poderá estourar após as eleições presidenciais de 2014, com graves consequências para a sociedade.

Tal comportamento deve ser denunciado ao país, além do mais, devemos cobrar providências ao Congresso Nacional, sobre este tipo de comportamento irresponsável, adotado pela diretoria da empresa e da equipe econômica do governo Dilma.

A Petrobrás a despeito de ser uma estatal, nada justifica a dilapidação do seu patrimônio, pelo governo do PT. Senhores deputados e senadores, cadê vossas excelências, que não tomam providências, em relação aos desmandos que ocorrem atualmente na Petrobrás? A empresa agoniza e ninguém grita! O que está havendo?

Pibinho


Pibinho

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), para tristeza da presidente Dilma, divulgou o PIB do terceiro trimestre do ano de 2012, com o percentual de crescimento de apenas 0,6%, com significativo impacto negativo sobre a curva de investimento, que apresentou uma queda de 2%.

Segundo análise do mercado em geral, as causas do aludido tropeço, encontram-se na retração da demanda externa por bens e serviços, com raízes na crise econômica mundial desencadeada, no continente europeu e na economia americana.

A despeito das taxas de juros estarem em patamares abaixo da média histórica, por conta da opção da equipe econômica praticar uma política monetária expansionista, visando induzir os agentes econômicos, a priorizarem os seus investimentos, tudo fazia crer que bastaria alimentar a fantasia da redução dos juros e depreciar o câmbio, que os reflexos da política macroeconômica, produziriam consequências benéficas sobre a demanda agregada por bens e serviços, fazendo com que a economia reagisse de imediato, provocando assim, um aumento no crescimento econômico, fato que ainda não ocorreu, conforme constatado, na aferição do PIB do terceiro trimestre.

Destaca-se, também, dentro do escopo de análise, outro segmento que acumula perdas em decorrência da redução das taxas de juros, o de serviços, que obteve taxa de crescimento zero, puxado pelo baixo faturamento do setor bancário. 

Diante do quadro desfavorável acima, as previsões do mercado para este ano não são das melhores, calcula-se, todavia, uma expansão econômica pífia, em torno de 1% para 2012.

O presente resultado deixa claro para todos, que a primeira metade do governo Dilma será um “biênio perdido”, com taxa média de crescimento de 2% anuais, próxima à das décadas de 80 e 90. Conjuntura que obriga o Palácio do Planalto, a acender a luz amarela, devido ao início das discussões políticas para se fazer uma reforma ministerial, com foco nas eleições presidenciais de 2014, e não fortalecer a oposição, que comemora efusivamente o momento atual.

Acrescenta-se ainda ao contexto de crescimento da taxa de 0,6% de crescimento do PIB, outro ingrediente para fomentar o processo de ebulição das críticas contra o governo federal, o PIB dos países em crise econômica, como a guisa de exemplo, o dos Estados Unidos que ficou em 0,5%, e o da Alemanha em 0,2%, numa demonstração de que o PIB brasileiro do terceiro trimestre ficou mais próximo do desempenho dos países ricos em crise do que os dos seus pares emergentes, como a Venezuela com 3,6%, a China com 2,2% e o Chile com 1,4%.

 Preocupada, a presidente Dilma, se viu na obrigação de pedir explicações à equipe econômicas, para fazer uma reavaliação séria da política econômica atual, e o que mais preocupa a presidente é a timidez do investimento. Será que ocorreu a tão propalada marola?

 

José Alves de Azevedo Neto

Economista

Planos de Saúde


Planos de Saúde

Parece-me que janeiro de 2015, iniciou antes da hora, porque todos já sabem que o ano que se avizinha, terá uma sucessiva relação de aumentos de vários serviços prestados pelo poder público, como por exemplo, elevação das tarifas das passagens dos transportes públicos, seja dos ônibus, dos metrôs, dos taxis e afins, além dos preços dos combustíveis, que se encontram reprimidos há dois anos, vencendo o candidato a presidente de qualquer dos partidos apresentados, para infelicidade dos trabalhadores.

A razão pela qual, afirmo que 2015 começou, reside exatamente na indignação de assistir na sexta-feira passada a Agência Nacional de Saúde (ANS), deliberar sobre o aumento dos Planos de Saúde, que terão reajustes de 9,65%, valor que pelo décimo primeiro ano ocorre, sempre com percentuais acima da inflação e este ano não foi diferente. Tal aumento atingirá cerca de 8,8 milhões de pessoas físicas.  

O mais lamentável desta majoração acintosa dos preços, encontra-se na péssima prestação de serviços ofertadas pelas empresas dos Planos, que alegam através dos seus respectivos discursos sofistas, se eles hoje não prestam serviços de qualidades, tal problema ocorre devido ao aumento da demanda pelos seus serviços, por conta da nova classe média que surgiu no país e os planos estão num processo de adequação entre oferta e demanda dos serviços, que de certa forma não convence ninguém, até porque quem compra o potencial serviço destas empresas, com viés capitalista, não tem nada com isso.

Se as aludidas empresas não detém condição de vender o produto, em decorrência da sua restrita capacidade de ofertá-lo, a postura sensata deveria a de não vender mais os serviços, até possuírem condição de atendimento plausível ao consumidor que tanto precisa.

Dentro desta perspectiva aviltante, assiste-se a ANS, fingir que fiscaliza os Planos de Saúde, em algumas situações raríssimas, diga-se de passagem, suspendem algumas empresas em que os serviços prestados a população é tão ruim, que já recebeu a pecha de ter se transformado em um SUS da iniciativa privada. Inclusive temos várias destas empresas atuando no generoso mercado que virou a saúde, tanto na cidade de Campos dos Goytacazes, como no Brasil.

Importante salientar e não deixar de esclarecer à população, que as empresas de Planos de Saúde, possuem fortes representantes no Congresso Nacional, aliados e comprometidos aos grandes laboratórios de remédios, a famosa bancada da indústria farmacêutica, que através deles, possuem ingerência na ANS, por conseguinte, auferem lucros sobre a desgraça daqueles que necessitam tanto dos serviços médicos e são humilhados nas imensas filas de atendimento, como se verifica nesta atual conjuntura da saúde privada brasileira.

Dentro deste contexto triste, quero citar o grande poeta contemporâneo, Cazuza, que dizia sem medo de errar: 

“Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não para
Não para, não, não para...

O pior de tudo isto, é que a conta quem pagará mais uma vez, será a sociedade para alimentar a fome daqueles que ocupam o poder, a custa da desgraça do trabalhador que não teve no seu salário aumento de 10%.

 O bom deste melancólico e triste episódio, de elevação dos preços dos serviços dos Planos de Saúde, é que eles, pudessem melhorar também em 9,65%, a qualidades dos seus serviços. Os usuários agradeceriam! Fica a sugestão.

 

José Alves de Azevedo Neto

Economista

 

Sonho Adiado


Sonho Adiado

O sonho do hexa, infelizmente, terminou para todos os brasileiros que acreditaram na seleção brasileira, de grandes talentos individuais, mas, diga-se de passagem, não se conseguiu montar um time, uma equipe que pudesse de forma coletiva jogar o nosso verdadeiro futebol, além de romper barreiras, que se estabeleceram ao longo da Copa do Mundo de 2014, sobretudo, a barreira emocional, verificada pela falta de concentração dos jogadores, que estavam expostos demais à mídia e ao comércio que virou o apaixonante futebol. Deixando-os na condição de Superstar e não de desportistas, comprometido com o seu objetivo, que era o de conquistar a Copa do Mundo.

Deve-se tirar deste triste episódio uma lição, tendo em vista que em tudo na vida existe o seu lado bom e o ruim. O lado bom desta goleada histórica de sete a um, imposta pelo time da Alemanha na última terça-feira, destaca-se, o imenso legado deixado pela aludida competição internacional, que foi exatamente que nem o futebol aceita mais a malandragem que ainda existe no Brasil, por parte de alguns dos dirigentes que insistem em tirar proveito próprio, do tão amado esporte que é o futebol. E que famosa lei do Gerson, instituída no país pelos oportunistas de plantão, foi sepultada por uma seleção, que demonstrou além da sua competência na vitória que obteve sobre a nossa seleção, respeito e disciplina ao  comemorar o massacre do Estádio do Mineirão.

Diante da deplorável derrota, tudo de ruim parece-me voltar à tona, como por exemplo, a prisão do suposto chefe da máfia dos ingressos o executivo inglês, preso no maior símbolo do turismo internacional na cidade do Rio de Janeiro o Copacabana Palace, à noite, e doze horas depois da polícia cumprir mandado de prisão, os seus advogados muito bem pagos, conseguem o Habeas Corpus, no Tribunal de Justiça carioca, no plantão da madrugada, numa demonstração clara de eficiência e eficácia, da justiça do nosso Estado, quando trata-se de preso de alto poder aquisitivo, pois o senhor Raymond Whelan, deveria ficar preso, por cinco dias, caso tal tempo fosse insuficiente, a sua prisão deveria ser prorrogada por mais cinco dias.

Simplesmente, talvez o Desembargador de plantão naquela madrugada, quisesse prestar os seus relevantes serviços, ao povo inglês, numa clara demonstração de provar que a justiça no Brasil, realmente funciona, soltando o ilustre inglês, com fortes e estreitadas ligações com a FIFA, leia-se, o senhor Joseph Blatter. Se fosse um cidadão comum os seus advogados conseguiriam, um Habeas Corpus, com a tamanha rapidez? Na minha particular opinião, acho que não.

Enquanto a Policia Federal e a Polícia Civil, cumpriram perfeitamente o seu papel, o judiciário do Estado do Rio de Janeiro, deixou a desejar e o inglês, já é considerado foragido pela polícia.

O que dizer aos cidadãos comuns, que entraram na fila online do site da FIFA, com a finalidade precípua, de ter o direito de comprar o ingresso, caso fossem sorteados, perante tal escândalo, da suposta máfia dos cambistas, que atuam no mundo afora?

Realmente, a tragédia do Mineirão servirá assim eu espero, para que as nossas elites políticas, econômicas e financeiras, repensem as suas respectivas formas de operarem no mundo real, pois a sociedade tem mandado vários recados, para essas pessoas via rede social, que um novo momento está por vir e não está longe.

A geração das consideradas novas mídias com certeza, já demonstram a sua exaustão com o atual, modelo esgarçado e ultrapassado desta nossa sociedade consumista e do descarte, que impera através do nosso tão peculiar comportamento, reprovável obviamente, de sempre querer levar vantagem em tudo. A derrota do Mineirão acho que foi pedagógica para todos nós.

          

José Alves de Azevedo Neto

Economista