sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Feliz Nata!


Feliz Natal!

Mais um ano caminha para o final e todos somos instados a fazer o tradicional balanço dos nossos atos de convivência social, por mais que configure uma mera formalidade.

O natal constitui-se uma festa cristã e traz no seu bojo imensos significados, como a esperança da confraternização entre amigos que afastados estão pela contingência da vida que nos conduz para outros rincões, em busca da sobrevivência exigida pela labuta diária, o que faz desta data importante e misteriosa, surgir a possibilidade do reencontro.  Como também pode ocorrer em casos de algumas desavenças derivado de conflitos, numa relação de amizade, uma linda reconciliação, na maioria das vezes evitada por conta, da vaidade que habita os nossos corações.

Viver certamente enseja em ganhos e perdas ao longo da caminhada, aqueles que possuem capacidade para entender tal dinâmica, com certeza, conseguirá olhar a vida com mais leveza e menos truculência.

Não deixem que o modelo econômico globalizante vigente no mundo atual, transforme esta grande festa em oportunidade única de maximizar os lucros, dando a festa cristã um viés comercial. Tal comportamento, constitui uma heresia que a sociedade poderia evitar.  A despeito de se viver num sistema social, em que se incuti nas crianças desde cedo uma ideologia econômica consumista e de descarte dos bens e serviços, que visa unicamente girar a roda do consumo e do sistema capitalista, o que é temerário demais. Tal conduta, pode-se revestir de sérias consequências, visto que certas pessoas utilizam e jogam fora os produtos adquiridos da relação de consumo exacerbado, e podem também, jogar fora as suas relações amorosas ou de amizade, como se tem presenciado no mundo contemporâneo, em que as pessoas infelizmente se tornaram descartáveis, componente fatal à infelicidade.

 Usa-se e depois joga-se fora, através da ânsia de se atingir o paraíso da felicidade em outro tipo de relação, achando que a felicidade, encontra-se no outro e nos bens de consumo, quando na verdade ela reside na profundeza das entranhas humanas, somente penetrável por nós mesmo e mais ninguém.
Felizes são as pessoas que adquirem o autoconhecimento, para através dele extrair uma felicidade profunda e não apenas superficial, oferecida pelas publicidades veiculadas pela mídia, cujo único objetivo constitui na manipulação das massas e na elevação do lucro fácil, dos grandes grupos econômicos.

Dentro desta perspectiva, acho que o ano de 2014 chega ao seu estertor, recheado de vitórias e de desilusões, como é de praxe na vida de todo ser humano. Paulo sublinha na carta de Timóteo, “ combati  o bom combate, completei a corrida e guardei a fé ¨,logo, pode-se dizer nesse contexto fiz uma digressão dos temas econômicos e políticos, discutidos aqui no decorrer do ano, seja no âmbito da nossa cidade e do país. Portanto, desejo a todos do fundo do meu coração um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo!

Por derradeiro deixo uma frase do poeta português Fernando Pessoa, a guisa de uma pequena reflexão, “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”. Diante disto, vamos olhar sempre para frente, eis que o ontem já passou, o hoje ainda não terminou e o amanhã é uma incerteza.  Viva o Natal!         
   
José Alves de Azevedo Neto

Economista

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Parabéns Campos dos Goytacazes

Parabéns Campos dos Goytacazes

O município de Campos dos Goytacazes no ano de 2012 ficou com o oitavo PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, em valores correntes (PIB/valores correntes em R$ mil), segundo o IBGE, atingiu o quantitativo de R$ 45.129.215, devido a indústria extrativa mineral, com o destaque para o petróleo. O município de Presidente Kenedy, no Estado do Espírito Santo, alcançou a primeira posição, da maior renda per capita do país, R$ 551.967,24, também alavancado em virtude da produção do petróleo.

A despeito do orgulho da nossa cidade está no ranking, da oitava economia brasileira, no ano de 2012, tal posição não oferece tranquilidade, ao  analisar-se a conjuntura econômica a partir de 2014, especificamente no segundo semestre, em razão da economia campista ainda viver na dependência das rendas petrolíferas, uma commodities internacional, cuja cotação dos preços, são definidos no mercado externo, como ocorre agora, em que o preço do barril do petróleo está no patamar abaixo dos setenta dólares, o que poderá trazer no curto e médio prazo para a cidade, um fluxo menor de renda, mesmo que a taxa de câmbio se desvalorize, ou seja, o dólar passe a valer ainda mais do que o real no cenário futuro, o que já se configura, como uma tendência, inclusive o presidente do Banco Central do Brasil Alexandre Tombini,  afirmou na semana passada, que não interferirá no aludido mercado, deixando naturalmente, o mercado encontrar o melhor preço de equilíbrio da moeda americana.

Na verdade hoje na esfera internacional, existe uma guerra de mercado entre os Estados Unidos e a Arábia Saudita, que recusa-se a reduzir a sua produção de petróleo, com o intuito de inviabilizar a produção de óleo americano derivado da rocha de xisto betuminoso, cuja extração, exige alta tecnologia denominada de OTE, além do alto custo de produção, em decorrência do óleo de xisto encontrar-se em águas profundas, geralmente, além de mil metros de profundidade.

 Manter uma oferta maior de petróleo no mercado mundial atende aos interesses dos Sauditas inconformados com os Estados Unidos, por eles estarem ocupando a primeira posição de maior país produtor de petróleo.

Até quando durará a competição entre os árabes e os americanos, ninguém pode afirmar, apenas existem especulações no mercado, de que tal situação, se perdurará por pelo menos seis meses.
Diante disto, resta aos municípios que possuem dependência das rendas petrolíferas, fazerem o dever de casa e conforme for o caso abrir mercado para novas alternativas de atividades econômicas, e se independer relativamente, do “ouro negro”, o petróleo.  Vamos aguardar!               
   
José Alves e Azevedo Neto
Economista


sexta-feira, 5 de dezembro de 2014




 Poder Revela

Como afirma o respeitado religioso e escritor Frei Betto, em uma das suas famosas obras literárias, quando resolve dialogar com o físico Marcelo Gleiser, sobre ciência e fé. No transcorrer da conversa de altíssimo nível, ele vira-se para o Marcelo e diz, “o poder meu caro, não muda ninguém, as pessoas apenas se revelam nele”.

Acho que o ilustre Frei possui toda a razão, sobretudo, nesta conjuntura conturbada e vergonhosa, em que vive hoje o país, marcada pelo abominável caso de corrupção envolvendo a Petrobrás e as empreiteiras amigas, daqueles que possuem provisoriamente o poder, o pior de tudo, regado a vinhos e azeites trufados, consumidos pelos senhores Renato Duque e o Pedro Barusco, nos melhores restaurantes da Zona Sul do Rio, no momento em que tramavam o assalto contra a estatal brasileira.

 Assiste-se, deploravelmente, executivos e diretores de estatais e empresas privadas sendo presos e denunciados por entrarem no poder apenas para revelarem as suas respectivas e verdadeiras personalidades. Lesam sobremaneira, a sociedade brasileira, através dos seus sucessivos desfalques aos cofres públicos, comprando jatinhos e iates e empreendo lavagem do dinheiro, afanado, em paraísos fiscais.

Fato notório e que não traz para qualquer cidadão comum, de inteligência mediana, nenhuma novidade, o depoimento do senhor Paulo Roberto Costa, quando na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito), ele afirmou com todas as letras, que em qualquer obra pública que se realize no Brasil contemporâneo, existe propina. Seja na construção de hidrelétricas, ferrovias, rodovias e afins, o que de certa forma constitui-se como acinte, ao contribuinte pátrio. Porém, é bom que se diga em alto e bom som que infelizmente a coisa pública no Brasil é tratada desta maneira, não é de agora.

Importante salientar que a corrupção no Brasil não iniciou-se com o PT e muito menos com os partidos que também se encontram envolvidos nos escândalos. Dilapidar o patrimônio público, constitui-se uma prática corriqueira e antiga da nossa cultura política.

Nem será por conta desta triste cultura que impera ainda no país que vamos naturalizar e esmorecer diante dessas aberrações feitas às custas do nosso dinheiro. Devemos reagir veementemente, na qualidade de cidadãos e pressionar às instituições de controle do Brasil, para que elas aumentem as suas ações sobre a malversação do dinheiro público, colocando na cadeia todos aqueles criminosos que tergiversaram na sua atribuição pública, quando ocuparam cargos públicos.

Ressalte, todavia, que o político brasileiro e os empresários que praticam crimes contra o erário público, não possuem medo da legislação vigente, visto que a impunidade contra ricos é grande, muito menos da mídia, pois ela está sempre a serviço daqueles que possuem maior poder econômico. A única coisa que mete medo nesta gente, chama-se o povo.

Por conta destes e outros desvios de conduta moral que ocorre atualmente, a população deve se conscientizar e começar a participar mais da vida pública do país e da sua cidade, para entender melhor como funcionam os mecanismos e dinâmicas dos poderes constituídos, seja do executivo, do legislativo e do judiciário, por sua vez, elevar a vigilância sobre como são aplicados o dinheiro, dos nossos insuportáveis impostos.

 As redes sociais usadas constantemente, por nossos jovens e adultos que a elas se converteram pode ser hoje um grande instrumento de controle. Inclusive as autoridades policiais, que desenvolvem atividades investigativas pautados na inteligência, utilizam com frequência, as redes sociais, que de certa maneira, vem dando suporte aos seus serviços e uma maior transparência a nossa democracia.

 Dentro deste contexto fica o apelo da transparência dos gastos públicos, já! Caso contrário a verdade aparecerá como agora. Parabéns, ao Ministério Público Federal e a Polícia Federal, que apesar do seu sucateamento, tem dado respostas à contento a sociedade, além do mais, esperamos que o Ministro da Justiça, não atrapalhe nenhum tipo de investigação. Chega de teatro e repressões anacrônicas! Cada um se revelará no momento oportuno. Vamos aguardar!

José Alves de Azevedo Neto
Economista
         
   


quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

EM 16 ANOS (1999/2014), CAMPOS RECEBEU 14,205 BILHÕES DE REAIS EM ROYALTIES E PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS








Campos dos Goytacazes/ Rio de Janeiro – Royalties + Participações Especiais em valores reais corrigidos pelo INPC– 16 anos

Ano
Royalties
Part. Especiais
Valor Corrente
Valor Real
1999
96.921.562,86
8.588.696,90
105.510.259,76
70.581.843,00
2000
174.185.882,36
70.777.500,99
244.963.383,35
262.930.142,97
2001
236.473.404,70
82.024.509,03
318.497.913,73
306.627.717,90
2002
345.558.693,84
175.481.598,00
521.040.291,84
526.829.042,70
2003
459.454.537,46
245.454.908,81
704.909.446,27
670.280.094,25
2004
515.011.683,04
292.101.469,46
807.113.152,50
751.238.872,07
2005
642.602.339,62
357.124.401,86
999.726.741,48
894.415.141,03
2006
807.569.860,10
448.780.920,87
1.256.350.780,97
1.104.942.366,11
2007
773.625.911,26
393.286.227,58
1.166.912.138,84
972.725.354,82
2008
1.118.011.470,52
609.636.764,19
1.727.648.234,71
1.411.150.458,91
2009
839.257.017,90
573.538.770,16
1.412.795.788,06
1.181.877.578,64
2010
964.123.498,02
533.960.122,71
1.498.083.620,73
1.157.691.248,19
2011
1.118.541.340,36
672.367.111,79
1.790.908.452,15
1.357.409.934,76
2012
1.263.712.942,66
722.376.842,14
1.986.089.784,80
1.444.383.668,40
2013
1.260.769.666,44
672.888.138,32
1.933.657.804,76
1.343.568.365,06
2014
1.169.722.258,26
161.424.407,93
1.331.146.666,19

748.622.779,55
Total
11.785.542.069,40

6.019.812.390,74

17.805.354.460,14

14.205.274.608,36


      :  InfoRoyalties, a partir de Agência Nacional do Petróleo e IBGE.
      Universidade Candido Mendes
           
              Campos dos Goytacazes, em uma década e meia, recebeu até o presente momento em valores reais de royalties e participações especiais, o valor de 14,205 bilhões de reais. Uma cidade que ocupa o ranking dos maiores orçamentos municipais do Brasil, segundo dados retirados da Associação Transparência Brasil, em 2013, ficando com o décimo sexto orçamento do Brasil, incluindo os orçamentos das prefeituras das capitais. Parabéns Campos!