domingo, 26 de julho de 2015

NOVA META FISCAL

Nova Meta Fiscal

A receptividade por parte dos agentes econômicos (mercado), em face da nova meta fiscal, anunciada pela equipe econômica do governo Dilma, não foi boa.

A bolsa de valores de São Paulo no dia seguinte à divulgação da meta que anteriormente era de 1,19% do PIB, ou R$ 66, 3 bilhões, agora terá a previsão do superávit primário de 0,15% do PIB, ou R$ 8,747 bilhões em 2015, fechou o seu volume de negócios em baixa.  O dólar se elevou ao seu maior nível em mais de doze anos, atingindo o patamar de R$ 3,34, devido à pequena fuga de capitais, atormentados pelo possível cenário de incertezas que se avizinha, ainda para piorar a conjuntura, conjugado aos recorrentes boatos de queda do Ministro da Fazenda Joaquim Levy.

A leitura realizada pelo mercado foi no sentido de que o governo federal, relaxou a sua política fiscal, além de demonstrar-se refratário e vacilante no combate a inflação. Por conta disto, a crise econômica que aflige com veemência a sociedade brasileira, através da chaga impiedosa do desemprego e a queda do nível médio de renda do trabalhador, duraria em torno de dois anos, previsão feita no inicio de 2015, poderá agora durar mais tempo.

Esta situação mexeu com a política de investimentos de várias empresas do país, cujo planejamento era o de retomar o ritmo de investimento, já mesmo, a partir do segundo semestre de 2016 ou até de janeiro de 2017. Elas terão em razão das medidas fiscais, que refazerem todo o seu plano de investimento, como consequência, a retomada do crescimento econômico de capital relevância para o país ficará em detrimento. Embora as hostes governamentais insistam em dizer o contrário.

Para piorar, infelizmente a situação, o Brasil aumenta as suas chances de perder o seu grau de investimento por parte das agências internacionais de avaliação de risco. Sem esta nota, os investidores institucionais como, por exemplo, os grandes fundos de pensões do mundo, que só podem investir os recursos financeiros sob a sua custódia, em países bem avaliados, poderão vender os seus ativos no Brasil e deixá-lo em busca de um porto seguro, ficando a nossa economia ao sabor dos aplicadores de curto prazo, o que deixa de ser bom negócio para o país. Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos e torcer para que elas não venham com surpresas negativas!          


José Alves de Azevedo Neto

Economista

sexta-feira, 17 de julho de 2015


Resgate Grego


Numa manifestação de civilidade e consciência democrática, o povo grego, foi às urnas no domingo passado, dizer não ao pacote de maldades engendrado pela União Europeia.

 Tal pacote constitui numa condicionante, para que a Grécia pudesse receber os recursos financeiros, tão necessários ao seu salvamento, caso contrário poderia entrar num processo de falência, com várias implicações negativas para o país.

Todavia, não demorou muito tempo, após o plebiscito, e novamente o primeiro ministro grego, volta a ficar com o pires na mão, sendo obrigado a negociar, o pacote que a população no plebiscito, refutou retumbantemente. Só que infelizmente desta vez, os termos do acordo saíram pior do que o anterior.

Diante desta conjuntura, tudo indica que o ajuste fiscal aprovado pelo parlamento ateniense, diga-se de passagem, com o boicote de uma parte dos parlamentares do partido do governo, aliado a diversas manifestações populares raivosas, contra a frustrante postura tomada pelo primeiro ministro grego, de voltar atrás na sua proposta inicial.

Por isto, em decorrência deste novo cenário favorável ao continente europeu, o Eurogrupo, que reúne Ministros da Economia e Finanças da zona do euro, desembolsou 7 bilhões de euros inicialmente, para que a Grécia honre as suas obrigações urgentes enquanto às negociações de resgate de até 86 bilhões de euros, chegue ao seu final.

Por conta do avanço nas negociações, o mercado financeiro comemorou o acordo atual através do fechamento em alta, das maiores bolsas de valores do mundo. Na verdade esse episódio da Grécia deixa constatado que continua valendo a financeirização mundial.

José Alves de Azevedo Neto

Economista

sábado, 4 de julho de 2015

Referendo Grego

Referendo Grego

A Grécia país situado ao sul da Europa deverá resolver o seu problema econômico se fica ou não na zona do euro, realmente através de uma consulta popular nos moldes da verdadeira democracia, como não poderia deixar de ser, pois lá é o berço das discussões amplas e irrestritas.

Por ter se endividado significativamente ao longo dos anos, sem observar as regras fiscais e monetárias estabelecidas pela União Europeia, o aludido e pequeno país, deveria pagar até o dia trinta de junho, a sua dívida junto ao FMI de 1,6 bilhão de euros. Fato que não ocorreu.

Esta delicada situação, em que o mercado financeiro já a considera como “default” (situação de calote), pode levar a Grécia a deixar a zona do euro. Todavia, essa saída não acontecerá repentinamente, caso ela efetivamente ocorra, implicará obviamente numa desgastante demora.

Devido a esse possível desconforto e a falta de entendimento entre os líderes gregos e os líderes da União Europeia, os bancos resolveram fechar, com isso, impediram que houvesse uma corrida por parte da população às agências bancárias, retirando todo o dinheiro existente, como consequência quebrando algumas instituições.

Por conta disso, importa salientar e deixar claro o aspecto político neste contexto que hoje, envolve o país helênico. Caso o voto no sim vença, para que a Grécia continue na Zona do Euro, o seu primeiro ministro que faz campanha para o não, sairá enfraquecido e tudo indica que a sua única alternativa deverá ser renuncia do cargo. O que constitui como fato natural e normal no parlamentarismo.

A Europa faz o seu papel de pressionar os líderes gregos, no intuito deles aceitarem o acordo proposto e eliminar assim qualquer possibilidade de especulação, sobre o enfraquecimento da engenharia monetária, que culminou nesta importante zona de livre comércio.

Em minha opinião particular, caso seja vitorioso o não do primeiro ministro, a derrota para a Europa será somente moral, as consequências econômicas nefastas quem sofrerá será a Grécia, devido ao seu pequeno grau de modernização. A sua economia produz, apenas, azeitona, iogurte e turismo. Infelizmente! Resta agora ao mundo aguardar o que vem por aí, após o referendo.

José Alves de Azevedo Neto
Economista