Conturbações Econômicas
Na
semana que se passou completou um ano em que a taxa básica de juros Selic,
reiniciou a sua trajetória de aumento, devido à resistência da inflação, como
se verifica na prática não sofreu nenhum declínio, a despeito da política monetária
restritiva do Banco Central, pelo contrário, os preços continuam subindo,
sobretudo os dos alimentos, que são perceptíveis mais facilmente pelas donas de
casas, frequentadoras assíduas dos supermercados e afins. Tal elevação de
preços possui a sua variável causal na falta de chuvas, dos últimos meses, que
impactou significativamente os gêneros alimentícios, além do aquecimento do
alto consumo da classe C, conjugado com a piora fiscal do governo.
O
tigre inflacionário, por sua vez, já sinalizou inúmeras vezes para a equipe
econômica do governo federal, que não recuará apenas com o remédio amargo da
alta das taxas de juros, o governo federal, terá que fazer um ajuste fiscal
(corte de despesas públicas), ainda maior do que o já realizado no começo do
ano, quando na ocasião, cortou-se da atividade meio da administração pública
federal, quarenta e quatro bilhões de reais, insuficientes para controlar o
recrudescimento da inflação, que encontra-se na atual conjuntura, em 6% ao ano,
aproximando-se do teto da meta estabelecida pelo Banco Central, que constitui
em 6,5% ao ano.
Dentro
do contexto acima, relevante salientar, que em ano eleitoral, dificilmente a
equipe econômica lançará mão do seu poderoso bisturi, para engendrar um devido
e imprescindível ajuste fiscal, como a guisa de exemplo, cortar parte
significativa dos trinta e nove ministérios, negociados com a base aliada do
governo, muito menos reduzir parte dos vinte e dois cargos de confiança, também
loteados com deputados e senadores, em troca de apoio politico, principalmente
agora em que a presidenta Dilma, desponta nas pesquisas eleitorais, com queda
dos seus índices de intenção de votos.
O
que se assistirá de agora em diante, será o governo federal, anunciar a elevação
de gastos públicos, para tentar de qualquer forma conquistar o segundo mandato
nas eleições presidenciais, que se avizinham.
O Programa Bolsa Família, carro chefe do
governo federal, no que tange a distribuição de rendas, receberá mais aporte de
recursos, desta feita para os alunos do Pronatec, enquanto estes estiverem
matriculados nos cursos de qualificação oferecidos pelo programa, o que de
certa forma, se levado a sério como se anuncia, não é uma má ideia do ponto de
vista social. Espero que o aluno matriculado no Pronatec, após a conclusão do
seu curso seja libertado e logo absorvido pelo mercado, e não fique eternamente
atrelado aos programas de cunho social, financiados com os impostos recolhidos
pela sociedade, como é de praxe no Brasil.
Combater
a inflação com rigor só ocorrerá, depois das eleições de outubro, vencendo
qualquer um dos candidatos apresentados até o presente momento, tendo em vista
que as medidas econômicas para debelar a fúria do tigre inflacionário, são
impopulares e proibitivas, para serem aplicadas em ano eleitoral. Resta agora à
sociedade aguardar outubro chegar!
José Alves de Azevedo Neto
Economista