quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

E agora Mantega?

E agora Mantega?

Infelizmente nesta manhã de carnaval, em que muitos foliões continuam envolvidos com a festa de Momo e outros continuam o seu descanso, temos a desagradável notícia de relembrar aos leitores, de que o Banco Central do Brasil, eleva mais uma vez a taxa de juros básica da economia (taxa Selic), de 10,5% para 10,75% ao ano, o que certamente conturbará a vida de muitos brasileiros a partir da quarta-feira de cinzas, quando deverão financiar as aquisições de bens e serviços, como a guisa de exemplo, neste momento do ano, os materiais escolares dos seus filhos ou a parte que ficou faltando, com taxas de juros maiores.
Toda esta política monetária restritiva, elevação da taxa de juros da economia, poderia ser claramente evitada, se o governo da presidenta Dilma, não tivesse cedido ao canto da sereia, de incentivar o consumo em detrimento de priorizar os investimentos na infraestrutura logística do país, em setores com significativos gargalos, como a falta de estrada, de portos, de aeroportos, e de energia elétrica, com reflexos positivos e melhora no cálculo do produto interno bruto, PIB de 2013, cujo desempenho ficou em apenas em 2,3% ao ano.

A farra do IPI zero (imposto sobre produtos industrializados), em relação aos automóveis e aos aparelhos domésticos que compõe a linha branca de produtos, ou renúncia fiscal por parte do governo federal, com o fito de fomentar a curva do consumo da economia pátria, de forma irresponsável, já era considerada uma espécie de morte anunciada, pois os jornais especializados em matéria econômica só falavam, a respeito da gravidade deste tipo de política econômica suicida e demagógica adotada pela equipe econômica, do professor Mantega. Afirmavam os matutinos: se o governo insistir no modelo de crescimento econômico, com apenas o foco no consumo, a espiral inflacionária tenderá a crescer, com consequências nefastas sobre o sistema econômico, como se verifica agora, forçando os técnicos do Copom (Conselho de Política Monetária), a majorar a taxa Selic, para 10,75%.

 Economia desaquecida, em decorrência do forte remédio amargo ministrado pelo governo federal, contra a inflação teimosa, em ficar fora da meta estabelecida pelo próprio Banco Central, tudo indica que os reflexos serão negativos sobre a taxa de emprego e na arrecadação de tributos, por conta da redução da política de investimentos do setor produtivo privado nacional, tendo em vista que o crédito financeiro dos projetos econômicos, para expansão da capacidade instalada da economia se encarecerá, com isso os empreendedores, buscarão o mercado financeiro, para alavancarem as suas eventuais poupanças.
Por incrível que pareça ou por ironia do destino, o Partido dos Trabalhadores que tanto criticava a ciranda financeira patrocinada pelos governos antecessores, hoje no poder, faz a mesma coisa, ou melhor dizendo, alegra dia a dia a banca brasileira. Quem diria!   

José Alves de Azevedo Neto

Economista

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Prioridade na Logística

Com a visita do Ministro dos Transportes, César Borges, ao Porto do Açu localizado no município irmão de São João da Barra, juntamente com as autoridades da região, sinaliza-se a preocupação do governo Dilma, com o crescimento econômico do país, além de reforçar o projeto do Porto, que inicia a sua trajetória de recuperação econômica e que de certa forma representará a redenção regional, como já é de conhecimento público, seja através da mudança de cultura do empresariado local, que se sente obrigado a se adaptar aos novos tempos, tendo em vista, que o pesado aporte de capital alocado na região sanjoanense pelo empresário Eike Batista, não se perderá como se havia defendido neste espaço em diversas ocasiões, ele apenas sofreria uma necessária e oportuna reestruturação, como se presencia atualmente.

O aludido Ministro, afirmou que haverá dentro de poucos dias uma licitação pública de uma extensa ferrovia, que sairá do Centro-Oeste, passará por Minas Gerais e terminará, no Porto, o que deixa feliz toda a população da região, inclusive àqueles que não acreditavam na recuperação, do empreendimento. Sem contar que o inicio das operações portuárias juntamente com a ferrovia, desafogará outros portos de âmbito nacional, como o localizado na cidade paulista de Santos.

Relevante salientar, que o Porto do Açu, com a anunciada ferrovia, se constituirá em um dos maiores exportadores de commodities do mundo, pois no Centro-Oeste, concentra-se a produção de soja, reduto forte e expressivo do agronegócio brasileiro, responsável pelo maior índice da pauta de exportação do país e em  Minas, existe o minério de ferro, outra commodities, cobiçada pelo mercado externo.

As boas notícias de prosperidade regional chegam numa conjuntura econômica mundial, em que a economia americana, esboça melhoras dos seus indicadores econômicos, com significativos reflexos na recuperação da curva de emprego, cujos impactos sobre o consumo serão positivos e naturalmente obrigará o Brasil, a melhorar o desempenho da balança comercial que apresenta hoje, um preocupante desequilíbrio.

Não dá mais, para sustentar o desenvolvimento econômico regional, passando somente pela estrada federal denominada BR 356, de acesso ao Porto do Açu, pois os sinais de estrangulamento são claros, para quem como nós, trafegamos por ela semanalmente, exposto a competição de espaço, com caminhões de cargas pesadas, e os nossos veículos de passeio, o que acarreta grande perigo para os motoristas. Vamos torcer para que a ferrovia saia logo do papel, e o desenvolvimento regional aumente a cada dia!   

José Alves de Azevedo Neto
Economista

     

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014




Contra Ampla

Através deste espaço, parabenizo à Câmara Municipal de São João da Barra, pela atitude corajosa, de recorrer ao Ministério Público, com o intuito de provocar a honrada instituição, para instaurar inquérito civil público, contra a concessionária de energia elétrica Ampla, que presta um dos piores serviços, quando comparado com outras concessionárias, privatizadas, através de um projeto de globalização econômica de venda de empresas públicas, no Brasil, por parte de vários governos, que se sucederam a partir de 1990.

Tal conduta tem como condão, proteger a sociedade local, da falta de respeito praticada por parte da aludida empresa em relação aos consumidores, que pagam uma das maiores tarifas de energia elétrica da América Latina, para se obter um serviço de quinta categoria, o que fere frontalmente, o contrato de concessão realizado entre a Ampla e a Agencia de Energia Elétrica (ANEEL), através de processo licitatório.

Quantos moradores e veranistas das belas praias de São João da Barra, já foram vitimas dessa impiedosa empresa, se resolver contar as irregularidades, cometidas por ela, se chegará a um quantitativo exorbitante, além do mais, quando ocorre falta energia nas praias, como já é de conhecimento geral de toda a população do município, oportuno que deixe claro, em decorrência da falta de investimentos pela empresa, por considerar, as praias de Atafona, Grussaí e outras localidades, ponta de linha, ou seja, região que oferece pouca lucratividade ao indigitado grupo econômico espanhol que controla atualmente a empresa, por ser o seu acionista majoritário, obriga-se ao consumidor a entrar em contato com a empresa, cuja central, localiza-se, no município irmão de Niterói, através do seu telemarketing,quando se é atendido pela infeliz telefonista, ela sem cerimônia alguma, tem a petulância de perguntar aonde localiza-se São João da Barra, o que certamente ofende e demonstra a total falta de responsabilidade e desrespeito da empresa multinacional e grande arrecadadora de tarifas a alto preço, paga pelo consumidor, e o pior, ao solicitar o serviço, desejado, como a assistência da equipe técnica operacional, por falta da repentina e irresponsável falta de luz, o vilipendiado consumidor é obrigado a esperar mais de seis horas pelo caminhão ou caminhonete da Ampla para atender a demanda, isto quando a assistência dos trabalhadores terceirizados da Ampla, não aparecem no local, o que por conta desta postura relapsa, acarretam-se vários prejuízos às famílias, aos comerciantes e aos empresários da região.

Ilustra-se, todavia, que o nobre presidente do poder Legislativo, de São João da Barra, tentou vários expedientes, como ofício, telefonemas e até audiência pública, com o objetivo de buscar entendimento democrático com a Ampla, e nada surtiu efeito. Se a poderosa empresa não respeita um poder, como o legislativo de são João da Barra, que dirá o cidadão comum, que não possui proteção alguma, embora existam inúmeras leis no ordenamento jurídico pátrio que respalde as reclamações à ANEEL, mas infelizmente a Ampla, parece-me, que se acha acima da lei aqui no Estado do Rio de Janeiro, o que se lamenta profundamente.

Sendo assim, espera-se que através do Inquérito Civil Público, proposto pelos edis da nossa querida São João da Barra, ao Ministério Público, e posterior Ação Civil Pública, que deverá ser impetrada no judiciário, a Ampla, resolva investir pesado no município sanjoanense.

 A população de São João da Barra merece respeito, pois não é um povo qualquer para se tratado desta maneira indecoroso e ficar vulnerável aos desmandos de uma empresa que não honra, os seus compromissos contratuais. Luz e água são serviços estratégicos e imprescindíveis a qualquer sociedade.  Vamos acompanhar de perto este caso. Justiça neles!

José Alves de Azevedo Neto
Economista


sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Ajuste Fiscal



Ajuste Fiscal

Após o inicio do ano legislativo, na semana passada, quando o governo Dilma compareceu à solenidade, representada pela simpática figura do ministro da Casa Civil, em seu primeiro ato, o ilustre ex- ministro da Educação Aluisio Mercadante, leu-se naquela oportunidade um documento encaminhado pela presidenta, em que ela pedia aos congressistas apoio para o controle da inflação, através da colaboração de cada parlamentar no controle dos gastos públicos, uma das variáveis responsáveis pelo aumento dos preços e pela queda dos investimentos no Brasil.

Logo três dias depois, o ministro da Fazenda Guido Mantega, ocupa os meios de comunicação junto com o presidente do Senado, Renan Calheiros, para anunciar ao setor elétrico um aporte de capital da ordem de R$ 10 bilhões, a guisa de subsídios, na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), já previsto no orçamento de 2014, com o intuito de socorrer o setor e evitar elevação das tarifas de energia elétrica, no país, em decorrência do recente apagão ocorrido na mesma semana, quando os técnicos da área de energia do governo, foram pego de surpresa, o que provocou significativo tumulto em vários estados do Brasil.

Tal medida visa mitigar os custos da energia elétrica produzida pelas usinas térmicas, cujos custos, são superiores aos custos de geração de energia das usinas hídricas, por sua vez, impedir que as distribuidoras de energia repassem para o consumidor a elevação dos preços, o que certamente refletirá nos índices inflacionários de 2014, fato que não é do interesse do governo federal em ano eleitoral.

Todavia, verifica-se que o apelo realizado pelo executivo federal ao Congresso inicia-se o seu processo de insucesso, tendo em vista que o ajuste fiscal (controle dos gastos públicos), já nasce comprometido com uma despesa expressiva dentro do orçamento federal, com o fito do governo enfrentar a seca dos reservatórios das usinas hidrelétricas, em função da crescente estiagem hoje existente no país, com claros prejuízos, a tão propalada política fiscal.

Por conta da irresponsabilidade do governo Dilma priorizar o crescimento econômico do país, através do incentivo ao consumo, ao invés de expandir a curva dos investimentos dos gargalos infraestrurais da nação, a conjuntura atual sinaliza para um cenário de aperto, neste ano, tanto pelo aspecto monetário devido ao aumento das taxas de juros, como também, pelo desequilíbrio das contas públicas, impeditivo da formação do superávit primário, exigido pelo mercado e um dos indicadores de avaliação do risco Brasil, pelos investidores internacionais, além de impossibilitar ao Banco Central, a rolagem da dívida pública com maior margem de manobra como a que se assisti atualmente.

 A bem da verdade, neste ano eleitoral, se assistirá o gerenciamento dos problemas de forma paliativa até que se passem as eleições, para que então, o manual econômica seja aplicado de forma veemente e dolorosa para toda a sociedade. Lamentável!  

José Alves de Azevedo Neto
Economista