quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

BEM-VINDOS AO BRASIL


BEM-VINDOS AO BRASIL

 

A presidenta Dilma, no último Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, local que se encontra os maiores capitalistas do mundo, declarou em seu discurso, em alto e bom som, que os investimentos estrangeiros são bem-vindos ao país, o que é o obvio do ululante, além de reafirmar o compromisso da política econômica brasileira de combate à inflação, que segundo ela não permitirá que o tigre inflacionário extrapole a meta de 6% ao ano, embora o centro da aludida meta seja, de 4,5% ao ano, oportuna a declaração, num momento em que a taxa de investimento do país é pequena e existe um desequilíbrio no mercado de câmbio, através da fuga de capitais para países, que ofereçam menos riscos do que o Brasil.

O objetivo da indigitada fala presidencial, tem como finalidade afagar o capital estrangeiro e tentar demonstrar as agências de avaliação de risco, que já ameaçam rebaixar a nota do Brasil, no mercado financeiro global, que as diretrizes da política econômica, estão no rumo certo, e não há motivo para os capitais temerem qualquer digressão de rota.

Não foi por acaso que a equipe econômica do professor Mantega, anunciou que a partir de fevereiro, inicia-se um processo de ajuste fiscal, cortará gastos da ordem de R$ 30 bilhões, no orçamento da União de 2014, o que torna-se temerário em ano eleitoral, quando se sabe que reside na cultura política pátria, a tendência dos administradores públicos brasileiros, sobretudo, os candidatos que buscam o seu segundo mandato, no comando da máquina pública, como no caso da ilustre presidenta, a elevação dos gastos públicos, o que não constitui novidade para ninguém.

Inclusive, o Palácio do Planalto, já elencou as pastas que sofrerão cortes de gastos, como por exemplo, a Fazenda, a Defesa, a Previdência Social, a Justiça e o Planejamento, que de certa forma são ministérios meios e não finalísticos, cujos cortes não impactarão diretamente, o conjunto de políticas públicas do governo federal, como por exemplo, o bolsa família, que atende hoje cerca de 14 milhões de famílias em estado de extrema miséria como propala os técnicos do governo, cujo orçamento gira em torno de R$ 20 bilhões e também a área de educação que constituem os carros chefes dos programas governamentais, para reeleger a presidenta Dilma.

Relevante salientar que os cortes de despesas anunciados, não reduziram o tamanho da máquina pública, que hoje possui trinta e nove ministérios, com vinte e dois mil cargos de confiança aparelhados, para atender os partidos que farão parte da nova reforma ministerial, que tudo indica, sairá do forno esta semana, com fito de alicerçar a reeleição petista para o Planalto.

Trata-se de uma reforma ministerial com o viés bem conservador, fazendo com que os cargos públicos loteados, sejam entregues aos partidos da base aliada, com o objetivo único, o eleitoreiro, obedecendo a atual ética do partido dos trabalhadores de fazer política, como a guisa de exemplo, à aliança que encontra-se praticamente fechada entre o PT e o PMDB, no estado do Maranhão com a oligarquia do todo poderoso José Sarney, sem contar no estado de Alagoas, onde o PT apoiará o atual presidente do Senado, para governador, Renan Calheiros.

Dentro desse contexto de ano eleitoral, e o governo Dilma, prisioneiro das piores forças políticas existentes no país, acho difícil, sair algum ajuste fiscal. Gostaria de morde a minha língua, mais acho difícil, pois o manual da política se sobreporá mais uma vez sobre o manual econômico, infelizmente.   

 

José Alves de Azevedo Neto

Economista

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Dilema da Política Monetária





Dilema da Política Monetária

 

A elevação da taxa de juros Selic da economia brasileira para 10,5% ao ano, teve como objetivo combater a ascensão da alta dos preços, que ao longo de 2013, atormentou significativamente a vida dos consumidores de bens e serviços, além de tentar, atrair os investidores estrangeiros que aplicam as suas respectivas poupanças em títulos públicos brasileiros, como consequência, melhorar a entrada de dólares na economia doméstica, e tentar reter a trajetória de fuga do padrão monetário americano, logo após os Estados Unidos, alterarem a rota da sua política monetária, já que os indicadores econômicos americanos apresentaram, no último quadrimestre, de 2013, viés de recuperação, fato que obrigou o Federal Reserve (Banco Central Americano), a reduzir a liquidez da sua economia.

O dilema constitui-se na necessidade do país elevar a sua taxa de investimentos, numa conjuntura em que as taxas de juros estão altas, o que faz com que os agentes econômicos, revejam os seus planos de investimentos para o exercício vigente, tendo em vista o encarecimento das linhas de créditos, oferecidas pelo sistema financeiro nacional.

Neste atual modelo, com o cenário de taxas de juros elevadas, o capital produtivo fica em detrimento do capital financeiro, ou melhor dizendo, privilegiam-se os rentistas como bem colocou uma das correntes que fazem parte do partido dos trabalhadores, com direito a redução do emprego, o que não é nada simpático em ano eleitoral.  

Diante do aludido contexto, não foi por acaso que o Fundo Monetário Internacional (FMI), resolveu recalcular a taxa de crescimento do PIB brasileiro para 2014, colocando-a num patamar de 2,3% ao ano e a taxa de 2015, em 2,8% ao ano, previsão nada agradável para um governo, que pretende entrar num processo eleitoral renhido, embora a presidenta Dilma, seja franco favorita, com o objetivo de se manter mais quatro anos no poder, e o discurso de uma política econômica de prosperidade conjugado ao alto consumo de produtos, é de capital relevância para qualquer candidato, fato que os cenários econômicos construídos para o primeiro quadrimestre deste ano, não conspiram a favor, o que acarreta preocupações para as hostes governistas, que preocupada com uma possível retração econômica, farão uma reforma ministerial, com forças políticas ultraconservadoras, como se assiste agora, construindo um colchão politico partidário favorável e resistente a uma possível adversidade da economia, que possa comprometer a eleição presidencial petista.  Será tudo ou nada para se eleger a nobre presidenta, ou alguém dúvida?

 

José Alves e Azevedo Neto

Economista

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Brincando com Fogo


Brincando com Fogo

 

Infelizmente inicia-se o ano de 2014, com mais uma alta da taxa Selic, responsável por balizar todas as demais taxas de juros da economia, desta feita no dia quinze de janeiro, o Banco Central, através do Copom (Comitê de Politica Monetária), faz uma insensata surpresa a sociedade, aumenta para 10,5% ao ano a aludida taxa, o que poderá produzir para o tesouro nacional, uma despesa financeira neste ano de R$ 70,7 bilhões, contra a do exercício de 2013 que ficou em R$ 56,5 bilhões, uma majoração da ordem de R$ 14,2 bilhões, destinados generosamente, aos banqueiros brasileiros, que agora estão sorrindo de orelha a orelha, tendo em vista que os seus produtos, como os fundos de renda fixas e outros terão uma melhora significativa nos seus rendimentos, em detrimento das políticas públicas governamentais, de âmbito social.

O governo federal brincou com fogo o tempo todo, não teve a capacidade de gerenciar com responsabilidade os gastos públicos, pelo contrário, proporcionou uma elevação crescente deles, combinado com as inúmeras reduções do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), com o intuito de fomentar o consumo, sem focar a gestão nos investimentos públicos e prestigiar o privado, que possuem o condão de agregar valor a todo o sistema econômico, através das obras de infraestrutura, gargalo que inviabiliza o crescimento econômico do país hoje.

Não adianta se comemorar a elevação do salário mínimo sem compatibilizá-lo, com a expansão da produtividade, ou seja, ofertar mais bens e serviços, pois faltarão produtos no mercado e a consequência natural e evidente, deste processo constitui, nos aumentos dos preços por parte dos empresários, que não podem atender a demanda agregada da economia, em decorrência da elevação da renda do consumidor, a não ser através das importações de produtos com o fito de compensar a falta da oferta interna de bens e serviços, o que na atual conjuntura, tornou-se caro devido à desvalorização cambial, gerada pela saída de dólares e mudança da política monetária americana, todo este cenário já previsível, todavia, o governo optou por fazer uma política econômica populista e agora não poderá reclamar, a conta chegou, e não será pequena.

 Por conta deste circulo vicioso, ressurge a indomável inflação do governo da presidenta Dilma, com uma fúria infernal, fazendo com que a equipe econômica, seja compelida a praticar a tão antipopular política monetária restritiva, cujo viés reside no combate da alta dos preços que não querem recuar, preocupando as hostes petistas, que este ano querem de toda maneira, reeleger a sua candidata a presidente da República. Nada de mal neste pleito, só que infelizmente, o dever de casa não foi feito de acordo com o manual econômico, e o ano de 2014, um ano de eleições, não é aconselhável, utilizar dos remédios amargos dos economistas, haja vista, que os reflexos sobre os eleitores, são negativos e nocivos para qualquer candidato que busca o seu segundo mandato.

Será que valeu a pena os discursos demagógicos e sofistas proferidos pela ilustre presidenta nos últimos anos, para angariar popularidade fácil e num ano crucial para sua reeleição, implementar políticas de combate à inflação, que poderão naturalmente, fortalecer o discurso da oposição? A única alternativa neste momento será aguardar o desenrolar deste imbróglio. Viva o Brasil da inflação!

 

José Alves de Azevedo Neto

Economistas

                

     

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Atraso nas Obras



Atraso nas Obras

O presidente da FIFA, Joseph Blatter, voltou a fazer declarações bombásticas sobre as obras da Copa do Mundo, disse que desde 1975 trabalha na aludida instituição, e jamais viu tanto atraso, a despeito de o Brasil ter tido sete anos para cumprir o cronograma das obras, estabelecido conjuntamente com as autoridades brasileiras. 
O que senhor Blatter não sabe e talvez tenha esquecido, é que infelizmente, no Brasil vige uma maldita cultura por parte dos homens públicos, de não se planejarem os eventos e as obras que se pretendem realizar. Aqui se reage às conjunturas, ao invés de planejá-las, procedimento que facilita decretar emergência das obras públicas, como método escuso, para favorecer os empreiteiros amigos do poder, e o pior, todo este cenário lamentável, ocorre com a conivência dos órgãos de controle, que fazem parte do ordenamento jurídico nacional, numa clara conivência com os poderes constituídos da república, sem importuná-los. Por que será?  
A despeito de entender a posição que tomou o presidente da FIFA, usando como instrumento de pressão sobre o governo brasileiro a sua declaração, com intuito de acelerar as obras, tal comportamento, configura constrangimento aos responsáveis em cumprir a agenda do evento, pois não deixa de ser um “puxão de orelha”, além de ser mais uma vez, uma interferência e ruptura da soberania pátria, que ficará sob uma legislação de exceção, durante a Copa, determinada pela suprema instituição FIFA, responsável por um dos maiores eventos esportivo do mundo.
Relevante salientar, que a imaculada FIFA, faz lembrar o antigo FMI (Fundo Monetário Internacional), que nos tempos obscuros da ditadura e em governos que vieram logo após a redentora, colocava o Brasil sob o jugo da banca internacional, sangrando a nação, através da cobrança das taxas de juros extorsivas, decorrente dos empréstimos contraídos no exterior, com o fito de se criar uma poupança interna e fomentar o crescimento econômico doméstico, que resultou numa significativa dívida pública externa para a sociedade pagar ao longo dos anos, através dos inúmeros arrochos monetários ou sacrifícios, impostos pelo inescrupuloso fundo.
Fica-se livre da odiosa instituição do FMI nos tempos atuais, e agora, entra-se numa trajetória de cobrança por parte da FIFA, que possui inúmeros compromissos com vários grupos econômicos do segmento esportivo e de bebidas, e nesta oportunidade, tenta a qualquer preço impor, aos brasileiros as suas determinações, aceitas pelo governo federal, que pensa em tirar proveito eleitoral por parte do evento futebolístico, embora a presidente Dilma, tenha vindo a público, repudiar as declarações do todo poderoso senhor Blatter, o que não causou espanto para ninguém, tendo em vista que a ilustre presidente está em campanha cumprindo à risca o manual político, elaborado pelo seu marqueteiro de plantão João Santana, já com o pensamento na sua posse no dia primeiro de janeiro de 2015, custe o que custar, inclusive, só para não esquecer, a última campanha do PT, para eleger a presidente Dilma, custou à bagatela de R$ 176 milhões de reais e a de 2014, quanto custará? Viva o Brasil varonil!                 

José Alves de Azevedo Neto
Economista

sábado, 4 de janeiro de 2014

Contabilidade Criativa



                                                                     Contabilidade Criativa


O ilustre ministro da Fazenda Guido Mantega, anunciou ontem o superávit primário de 2013, que segundo ele foi antecipado, para "acalmar os nervosinhos de plantão" e reduzir a ansiedade do mercado que ameaçava diminuir a nota do Brasil, através das agências de avaliação de risco, nada que o governo gostaria de ouvir e assistir logo neste inicio de 2014.

O superávit primário, economia que o governo faz para pagar os juros da dívida interna ficou em R$ 73 bilhões, o que representa 1,5% do PIB (produto interno bruto), entretanto, relevante salientar que o governo só atingiu o aludido valor devido, aos R$15 bilhões arrecadados com o bônus de assinatura do poço de petróleo do pré-sal, denominado de libra e mais R$ 20 bilhões do Refis (programa de refinanciamento de dívida tributária) reeditado pelo governo.        

Ao comparar a previsão do superávit primário, anunciado pelo governo no início de 2013, que era de R$ 155 bilhões, verifica-se que não foi feita economia alguma por parte do governo federal, pelo contrário, os gastos públicos cresceram e continuam sendo uma ameaça à economia do Brasil.

 Atingiu-se, o valor de R$ 73 bilhões com o suporte financeiro, já relatado acima, o que configura para os investidores de plantão que o risco Brasil ainda é uma realidade, tendo em vista que o governo federal é especialista em elevar gastos públicos, e tentar confundir a opinião pública através da tão propalada contabilidade criativa. Descobre-se o santo para tapar o outro!