Ajuste
Fiscal
Após
o inicio do ano legislativo, na semana passada, quando o governo Dilma
compareceu à solenidade, representada pela simpática figura do ministro da Casa
Civil, em seu primeiro ato, o ilustre ex- ministro da Educação Aluisio
Mercadante, leu-se naquela oportunidade um documento encaminhado pela
presidenta, em que ela pedia aos congressistas apoio para o controle da inflação,
através da colaboração de cada parlamentar no controle dos gastos públicos, uma
das variáveis responsáveis pelo aumento dos preços e pela queda dos
investimentos no Brasil.
Logo
três dias depois, o ministro da Fazenda Guido Mantega, ocupa os meios de
comunicação junto com o presidente do Senado, Renan Calheiros, para anunciar ao
setor elétrico um aporte de capital da ordem de R$ 10 bilhões, a guisa de
subsídios, na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), já previsto no
orçamento de 2014, com o intuito de socorrer o setor e evitar elevação das
tarifas de energia elétrica, no país, em decorrência do recente apagão ocorrido
na mesma semana, quando os técnicos da área de energia do governo, foram pego
de surpresa, o que provocou significativo tumulto em vários estados do Brasil.
Tal
medida visa mitigar os custos da energia elétrica produzida pelas usinas
térmicas, cujos custos, são superiores aos custos de geração de energia das
usinas hídricas, por sua vez, impedir que as distribuidoras de energia repassem
para o consumidor a elevação dos preços, o que certamente refletirá nos índices
inflacionários de 2014, fato que não é do interesse do governo federal em ano eleitoral.
Todavia,
verifica-se que o apelo realizado pelo executivo federal ao Congresso inicia-se
o seu processo de insucesso, tendo em vista que o ajuste fiscal (controle dos
gastos públicos), já nasce comprometido com uma despesa expressiva dentro do
orçamento federal, com o fito do governo enfrentar a seca dos reservatórios das
usinas hidrelétricas, em função da crescente estiagem hoje existente no país,
com claros prejuízos, a tão propalada política fiscal.
Por
conta da irresponsabilidade do governo Dilma priorizar o crescimento econômico
do país, através do incentivo ao consumo, ao invés de expandir a curva dos
investimentos dos gargalos infraestrurais da nação, a conjuntura atual sinaliza
para um cenário de aperto, neste ano, tanto pelo aspecto monetário devido ao
aumento das taxas de juros, como também, pelo desequilíbrio das contas públicas,
impeditivo da formação do superávit primário, exigido pelo mercado e um dos
indicadores de avaliação do risco Brasil, pelos investidores internacionais, além
de impossibilitar ao Banco Central, a rolagem da dívida pública com maior
margem de manobra como a que se assisti atualmente.
A bem da verdade, neste ano eleitoral, se assistirá
o gerenciamento dos problemas de forma paliativa até que se passem as eleições,
para que então, o manual econômica seja aplicado de forma veemente e dolorosa
para toda a sociedade. Lamentável!
José Alves de Azevedo Neto
Economista
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