sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Ajuste Fiscal



Ajuste Fiscal

Após o inicio do ano legislativo, na semana passada, quando o governo Dilma compareceu à solenidade, representada pela simpática figura do ministro da Casa Civil, em seu primeiro ato, o ilustre ex- ministro da Educação Aluisio Mercadante, leu-se naquela oportunidade um documento encaminhado pela presidenta, em que ela pedia aos congressistas apoio para o controle da inflação, através da colaboração de cada parlamentar no controle dos gastos públicos, uma das variáveis responsáveis pelo aumento dos preços e pela queda dos investimentos no Brasil.

Logo três dias depois, o ministro da Fazenda Guido Mantega, ocupa os meios de comunicação junto com o presidente do Senado, Renan Calheiros, para anunciar ao setor elétrico um aporte de capital da ordem de R$ 10 bilhões, a guisa de subsídios, na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), já previsto no orçamento de 2014, com o intuito de socorrer o setor e evitar elevação das tarifas de energia elétrica, no país, em decorrência do recente apagão ocorrido na mesma semana, quando os técnicos da área de energia do governo, foram pego de surpresa, o que provocou significativo tumulto em vários estados do Brasil.

Tal medida visa mitigar os custos da energia elétrica produzida pelas usinas térmicas, cujos custos, são superiores aos custos de geração de energia das usinas hídricas, por sua vez, impedir que as distribuidoras de energia repassem para o consumidor a elevação dos preços, o que certamente refletirá nos índices inflacionários de 2014, fato que não é do interesse do governo federal em ano eleitoral.

Todavia, verifica-se que o apelo realizado pelo executivo federal ao Congresso inicia-se o seu processo de insucesso, tendo em vista que o ajuste fiscal (controle dos gastos públicos), já nasce comprometido com uma despesa expressiva dentro do orçamento federal, com o fito do governo enfrentar a seca dos reservatórios das usinas hidrelétricas, em função da crescente estiagem hoje existente no país, com claros prejuízos, a tão propalada política fiscal.

Por conta da irresponsabilidade do governo Dilma priorizar o crescimento econômico do país, através do incentivo ao consumo, ao invés de expandir a curva dos investimentos dos gargalos infraestrurais da nação, a conjuntura atual sinaliza para um cenário de aperto, neste ano, tanto pelo aspecto monetário devido ao aumento das taxas de juros, como também, pelo desequilíbrio das contas públicas, impeditivo da formação do superávit primário, exigido pelo mercado e um dos indicadores de avaliação do risco Brasil, pelos investidores internacionais, além de impossibilitar ao Banco Central, a rolagem da dívida pública com maior margem de manobra como a que se assisti atualmente.

 A bem da verdade, neste ano eleitoral, se assistirá o gerenciamento dos problemas de forma paliativa até que se passem as eleições, para que então, o manual econômica seja aplicado de forma veemente e dolorosa para toda a sociedade. Lamentável!  

José Alves de Azevedo Neto
Economista


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