Conta do Contribuinte
Mais uma vez na
história, o contribuinte brasileiro será convocado a pagar a conta dos
desmandos e da gestão temerária das contas públicas do orçamento publico
federal, do estadual e do municipal. Ficaremos apenas hoje, na reflexão sobre o
orçamento público federal.
Para cobrir o rombo
fiscal de mais de 30 bilhões de reais, do orçamento publico federal, em virtude
dos imperdoáveis erros na gestão da política macroeconômica, implementada no
primeiro mandato da presidente Dilma, anuncia-se de forma simples e objetiva a
elevação dos impostos, sobretudo, o do renascimento da famigerada CPMF, agora,
com uma nova roupagem denominada de CPPREV, acompanhado do apelo patético e
pueril, de que este tributo em cascata servirá de fonte de financiamento das
aposentadorias. Caso contrário, o governo atual não terá condições de honrar os
seus compromissos com a vilipendiada categoria, dos aposentados. Mais uma piada
contada e de mau gosto.
Ilustre e nobre
presidente, Vossa Excelência precisa entender ou analisar com o maior carinho e
critério, às contas da Administração Publica Federal. É desnecessário criar e
elevar os impostos, quando se possui em mãos uma dívida ativa da União, que em
duas décadas, o seu montante quadruplicou como percentual do Produto Interno Bruto
e ronda os 25%. Até dezembro, calcula-se, baterá em 1,54 trilhão de reais. A
maior parte do perfil desta dívida tem a sua origem tributária, 91% são das
grandes empresas do Brasil, muitas delas, talvez, tenham dado contribuições
financeiras generosas, para a campanha eleitoral de Vossa excelência.
Agora, por uma insensibilidade
a sociedade brasileira, que tanto acreditou e sentiu os avanços sociais e
inegáveis dos últimos dez anos, que o partido de Vossa Excelência, patrocinou,
mormente, em relação àqueles cidadãos que ascenderam à condição de classe
média, verificam infelizmente, que tudo que foi realizado em termos econômicos
e sociais não possui sustentabilidade, de médio e longo prazo. O paraíso
econômico desmoronou e se transformou no mais quente dos infernos.
Somos premiados, logo
no início do segundo mandato de Vossa Excelência, com o primeiro e silencioso
imposto, o da inflação. Depois deste triste episódio do retorno do tigre inflacionário,
que corrói primeiramente os salários dos trabalhadores, aliás, aqueles
obviamente, que ainda possuem os seus respectivos empregos, pois tudo conspira
no cenário econômico vigente, que até dezembro de 2015, o desemprego no Brasil
chegará a dois dígitos, como já chegou a algumas capitais da federação,
inclusive, nos locais em que a Vossa Excelência venceu as eleições de 2014, o
Nordeste.
Enquanto, o povo paga
a conta, os grandes sonegadores do Brasil, ficam deliberadamente incólumes dos
seus impostos, preferem pagá-los sempre na justiça, e afirmam claramente e sem
medo do fisco, que é mais negócio usar deste artifício.
Não se pode presidente
Dilma, instituir mais impostos neste país, a carga tributária é indecente, e o
sistema tributário do Brasil é regressivo e não progressivo. Incide com maior
veemência sobre os menos aquinhoados.
Isto posto, seria de
bom tom se o governo federal começasse a combater primeiro os sonegadores de
plantão, haja vista, que a Receita Federal é muito eficiente na sua
arrecadação, somente, em cima daqueles que ganham os seus salários. Arrecada-se
por inércia decorrente da informação via declaração de rendas. Assim fica fácil
de fiscalizar e autuar os que vivem da renda do seu trabalho cotidiano.
Verifique os dados da dívida ativa da União, só tem tubarão econômico devendo.
A maioria deles possui residência no eixo Rio-São Paulo, quiçá, nos grandes
paraísos fiscais dos Deuses capitalistas. Que país é este gente!
José Alves
de Azevedo Neto
Economista