terça-feira, 8 de setembro de 2015

Recuo do PIB!



Recuo do PIB

Como já era esperado por todos os agentes econômicos, a economia brasileira no segundo trimestre do ano de 2015, apresenta o seu PIB em menos 1,9%, este fenômeno representa, sob a luz da teoria econômica, uma recessão técnica, tendo em vista que o primeiro trimestre do ano em curso de janeiro a março, o resultado também do produto interno foi negativo em 0,7%.

Contribuíram para este resultado desalentador do produto, agora, a redução dos investimentos em 8,1%, o consumo das famílias em menos 2,1%. A despeito do consumo do governo apresentar uma alta de 0,7%.

Ao analisar os setores da economia, verifica-se um declínio, puxado pela indústria com menos de 4,3%, pela agropecuária de menos 2,7%, e pelos serviços de menos 0,7%.
Diante deste contexto de adversidade econômica, que doravante enfrenta o país, será relevante salientar, que indubitavelmente as suas causas residem na política macroeconômica, implementada pelo primeiro governo Dilma, que deliberadamente se despreocupou do controle dos gastos públicos.

A sociedade que hoje é conclamada a pagar o alto preço do desequilíbrio macroeconômico, dos últimos anos, talvez desconhecessem que a conta viria tão alta, em virtude da irresponsabilidade fiscal patrocinada, por um partido que a qualquer preço, se sentiu no direito de se manter no poder. Concretizando, assim, o sonho do segundo mandato da presidente Dilma. Por conta deste soberano desejo, às torneiras do estado pátrio foram escancaradas, através das sucessivas prorrogações do IPI reduzido para aquisições de bens como automóveis e os eletrodomésticos pertencentes à linha branca, da flexibilização da politica monetária, quando se ofertava à época créditos baratos para o financiamento da farra do consumo.

Outro aspecto desta politica econômica, que não podemos esquecer, diz respeito ao congelamento dos preços dos combustíveis que contribuiu sobremaneira, para elevar o prejuízo da Petrobrás, pois naquele momento histórico, do primeiro governo Dilma, a indigitada estatal, servia como instrumento de política macroeconômica, cujo objetivo era o de combater a inflação. Sem contar, obviamente, com a redução da conta de luz, uma das variáveis responsáveis pela desorganização do sistema elétrico, somado a falta de visão do governo federal, em não vislumbrar o problema da seca dos rios que se avizinhava. Fato que o impossibilitou de tomar as medidas cabíveis de curto prazo, visando mitigar o sofrimento que ora assola a população, que paga alto custo pelas suas contas de energia elétrica. Muitos inclusive, devido à redução das suas respectivas rendas, começam a se tornar inadimplentes, pois não conseguem pagar as suas contas do dia a dia, principalmente, as relativas às sobrevivências básicas. 

Dizer que a crise econômica vigente não foi alertada antecipadamente por ninguém, constitui apenas em querer negar peremptoriamente a realidade ou jogar o lixo para debaixo do tapete. A crise econômica brasileira possui conteúdo nacional, construída genuinamente dentro das fronteiras geográficas do país. Não adianta tentar buscar bode expiatório, para dizer que ela veio de fora. Pura falácia!       


José Alves de Azevedo Neto
Economista


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