Recuo do PIB
Como
já era esperado por todos os agentes econômicos, a economia brasileira no
segundo trimestre do ano de 2015, apresenta o seu PIB em menos 1,9%, este
fenômeno representa, sob a luz da teoria econômica, uma recessão técnica, tendo
em vista que o primeiro trimestre do ano em curso de janeiro a março, o
resultado também do produto interno foi negativo em 0,7%.
Contribuíram
para este resultado desalentador do produto, agora, a redução dos investimentos
em 8,1%, o consumo das famílias em menos 2,1%. A despeito do consumo do governo
apresentar uma alta de 0,7%.
Ao
analisar os setores da economia, verifica-se um declínio, puxado pela indústria
com menos de 4,3%, pela agropecuária de menos 2,7%, e pelos serviços de menos
0,7%.
Diante
deste contexto de adversidade econômica, que doravante enfrenta o país, será
relevante salientar, que indubitavelmente as suas causas residem na política
macroeconômica, implementada pelo primeiro governo Dilma, que deliberadamente
se despreocupou do controle dos gastos públicos.
A
sociedade que hoje é conclamada a pagar o alto preço do desequilíbrio
macroeconômico, dos últimos anos, talvez desconhecessem que a conta viria tão
alta, em virtude da irresponsabilidade fiscal patrocinada, por um partido que a
qualquer preço, se sentiu no direito de se manter no poder. Concretizando,
assim, o sonho do segundo mandato da presidente Dilma. Por conta deste soberano
desejo, às torneiras do estado pátrio foram escancaradas, através das sucessivas
prorrogações do IPI reduzido para aquisições de bens como automóveis e os
eletrodomésticos pertencentes à linha branca, da flexibilização da politica
monetária, quando se ofertava à época créditos baratos para o financiamento da
farra do consumo.
Outro
aspecto desta politica econômica, que não podemos esquecer, diz respeito ao
congelamento dos preços dos combustíveis que contribuiu sobremaneira, para
elevar o prejuízo da Petrobrás, pois naquele momento histórico, do primeiro
governo Dilma, a indigitada estatal, servia como instrumento de política macroeconômica,
cujo objetivo era o de combater a inflação. Sem contar, obviamente, com a
redução da conta de luz, uma das variáveis responsáveis pela desorganização do
sistema elétrico, somado a falta de visão do governo federal, em não vislumbrar
o problema da seca dos rios que se avizinhava. Fato que o impossibilitou de
tomar as medidas cabíveis de curto prazo, visando mitigar o sofrimento que ora assola
a população, que paga alto custo pelas suas contas de energia elétrica. Muitos
inclusive, devido à redução das suas respectivas rendas, começam a se tornar
inadimplentes, pois não conseguem pagar as suas contas do dia a dia,
principalmente, as relativas às sobrevivências básicas.
Dizer
que a crise econômica vigente não foi alertada antecipadamente por ninguém,
constitui apenas em querer negar peremptoriamente a realidade ou jogar o lixo
para debaixo do tapete. A crise econômica brasileira possui conteúdo nacional, construída
genuinamente dentro das fronteiras geográficas do país. Não adianta tentar
buscar bode expiatório, para dizer que ela veio de fora. Pura falácia!
José Alves de Azevedo Neto
Economista
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