sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Rebaixamento



Rebaixamento

Era tudo que não deveria ocorrer neste atual cenário econômico e de conturbações políticas, o rebaixamento do Brasil, no seu grau de investimentos. Passamos assim a figurar na economia global, sem o selo de país bom pagador. Triste conjuntura.

Esta situação decorre do encaminhamento por parte do governo federal, ao Congresso Nacional, do orçamento, cuja vigência ocorrerá partir de primeiro de janeiro de 2016, com o lamentável rombo nas contas públicas, de mais de 30 bilhões de reais. Com certeza foi a gota de água que faltava para derramar toda a água existente no copo da inconsequente, gestão das contas públicas dos últimos anos, em que se confundiu o Estado Desenvolvimentista, com o Estado Perdulário, que assistimos atualmente nas diversas escalas de poder, no Brasil.

Estado Desenvolvimentista constitui naquele indutor do desenvolvimento econômico com responsabilidade fiscal, utilizando-se, seja da poupança pública, como da poupança privada, para promover desenvolvimento econômico e social de forma sustentável. E não de forma demagógica e eleitoreira, como se presenciou nos últimos anos, com o partido do governo que hoje é inquilino do poder, afirmando em alto e bom som, que tirou da pobreza e os ascendeu a condição de classe média milhões de brasileiros. Realmente este fato econômico e social é irrefutável. Muitos brasileiros deixaram a pobreza, eu concordo.

Todavia, por conta desta política macroeconômica populista, implementada pelo Ministro da Fazenda, Guido Mantega, quando priorizou o consumo através da gastança excessiva dos recurso públicos, em detrimento de uma política, com ênfase nos investimentos públicos sustentáveis. Agora, aqueles que deixaram a vergonhosa linha da pobreza, terão a infelicidade de pagar a conta deste falso paraíso econômico, onde vivíamos enganados, até a eleição de outubro de 2014. Quando o governo Dilma dizia que tudo ia bem na economia. A despeito de vários economistas de diversa correntes, alertarem que o abismo estava próximo. Mas, a maioria da população não conseguia vislumbrar o problema, em razão da poderosa máquina de propaganda do governo federal, insistir em vender ilusões.

Como por exemplo, deixar as contas de energia elétrica sem reajustes por um bom período de tempo, assim também, ocorreu com os combustíveis, e as taxas juros baixas ofertando crédito farto, a baixo custo financeiro, para a população financiar os seus automóveis, os seus eletros domésticos e afins.

Infelizmente, uma verdade tem que ser dita, não existi jantar gratuito em economia, a conta um dia chegará e ela chegou! Vamos todos pagá-la, com a elevação dos impostos e sucessivos aumentos de bens e serviços, além das perdas dos benefícios sociais, como o FIES, o PRONATEC e a redução do crédito para o programa habitacional, denominado de MINHA CASA MINHA VIDA, destinado às camadas menos aquinhoadas da sociedade, que acreditaram nos sofistas contemporâneos. Essas são uma das pequenas consequências da perda do grau de investimentos ou rebaixamento da nota do país, para aqueles que ainda afirmam que não haverá sacrifícios, para romper esta fabricada tormenta econômica. Isso por enquanto.

José Alves de Azevedo Neto

Economista

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