Rebaixamento
Era
tudo que não deveria ocorrer neste atual cenário econômico e de conturbações
políticas, o rebaixamento do Brasil, no seu grau de investimentos. Passamos assim
a figurar na economia global, sem o selo de país bom pagador. Triste
conjuntura.
Esta
situação decorre do encaminhamento por parte do governo federal, ao Congresso
Nacional, do orçamento, cuja vigência ocorrerá partir de primeiro de janeiro de
2016, com o lamentável rombo nas contas públicas, de mais de 30 bilhões de
reais. Com certeza foi a gota de água que faltava para derramar toda a água
existente no copo da inconsequente, gestão das contas públicas dos últimos
anos, em que se confundiu o Estado Desenvolvimentista, com o Estado Perdulário,
que assistimos atualmente nas diversas escalas de poder, no Brasil.
Estado
Desenvolvimentista constitui naquele indutor do desenvolvimento econômico com
responsabilidade fiscal, utilizando-se, seja da poupança pública, como da
poupança privada, para promover desenvolvimento econômico e social de forma
sustentável. E não de forma demagógica e eleitoreira, como se presenciou nos
últimos anos, com o partido do governo que hoje é inquilino do poder, afirmando
em alto e bom som, que tirou da pobreza e os ascendeu a condição de classe
média milhões de brasileiros. Realmente este fato econômico e social é
irrefutável. Muitos brasileiros deixaram a pobreza, eu concordo.
Todavia,
por conta desta política macroeconômica populista, implementada pelo Ministro
da Fazenda, Guido Mantega, quando priorizou o consumo através da gastança
excessiva dos recurso públicos, em detrimento de uma política, com ênfase nos
investimentos públicos sustentáveis. Agora, aqueles que deixaram a vergonhosa
linha da pobreza, terão a infelicidade de pagar a conta deste falso paraíso
econômico, onde vivíamos enganados, até a eleição de outubro de 2014. Quando o
governo Dilma dizia que tudo ia bem na economia. A despeito de vários
economistas de diversa correntes, alertarem que o abismo estava próximo. Mas, a
maioria da população não conseguia vislumbrar o problema, em razão da poderosa
máquina de propaganda do governo federal, insistir em vender ilusões.
Como
por exemplo, deixar as contas de energia elétrica sem reajustes por um bom
período de tempo, assim também, ocorreu com os combustíveis, e as taxas juros
baixas ofertando crédito farto, a baixo custo financeiro, para a população
financiar os seus automóveis, os seus eletros domésticos e afins.
Infelizmente,
uma verdade tem que ser dita, não existi jantar gratuito em economia, a conta
um dia chegará e ela chegou! Vamos todos pagá-la, com a elevação dos impostos e
sucessivos aumentos de bens e serviços, além das perdas dos benefícios sociais,
como o FIES, o PRONATEC e a redução do crédito para o programa habitacional,
denominado de MINHA CASA MINHA VIDA, destinado às camadas menos aquinhoadas da
sociedade, que acreditaram nos sofistas contemporâneos. Essas são uma das
pequenas consequências da perda do grau de investimentos ou rebaixamento da
nota do país, para aqueles que ainda afirmam que não haverá sacrifícios, para
romper esta fabricada tormenta econômica. Isso por enquanto.
José Alves de Azevedo Neto
Economista
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