sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Dependência das Commodities


Dependência das Commodities

As commodities são mercadorias cujos preços são formados no mercado internacional, que possuem baixo valor agregado.

O Brasil nos últimos quinze anos resolveu priorizar a sua relação comercial, elegeu a China como o seu principal parceiro internacional, aproveitando, diga-se de passagem, o significativo crescimento econômico chinês, principalmente, até o ano de 2008, de quase 14% ao ano, vendendo para eles minério de ferro, soja e o petróleo. Em contrapartida, comprávamos deles máquinas, equipamentos e vários produtos acabados, que inundavam a nossa economia doméstica.

Em razão desta conjuntura, várias associações de empresários, pelo Brasil afora, criticavam essa política adotada pelo governo brasileiro, alegavam na ocasião, que esta conduta juntamente com a taxa de câmbio subvalorizada e irreal, tinha como conseqüência a desindustrialização do parque industrial brasileiro.

Agora, em virtude da queda dos preços das principais commodities brasileiras e a nossa inevitável dependência, aliada ao desaquecimento da economia chinesa, que tem deixado o planeta aturdido, faz com que o Brasil nos últimos seis meses somente com a redução dos preços dos produtos agrícolas de exportação, enfrente uma perda no valor de 12 bilhões de dólares.

Por outro lado, em razão da ascendência da nova taxa de câmbio, chegando ao patamar de 3,60 reais por dólar, o país tem a oportunidade de soerguer às suas exportações, antes, porém, deverá ajustar a estrutura de custos das empresas, que ora dependem das importações de máquinas e insumos majoradas pela volatilidade da moeda americana.

 Todavia, a tendência de médio e longo prazo será a de uma recuperação da indústria nacional, via mercado externo, pois a economia interna deverá entrar num processo de estagflação. Recessão com inflação, fenômeno exaustivamente vivido pela famosa geração que cresceu com a hiperinflação no Brasil, anteriormente ao Plano Real. Vamos aguardar!

José Alves de Azevedo Neto
Economista
            



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