Empregos
formais em Campos
Os
dados da última divulgação do CAGED de outubro de 2015, sobre o emprego formal,
por setor de atividade econômica, demonstram objetivamente que o segmento da
construção civil no município de Campos, constitui no setor que mais perdeu
empregos, com a carteira assinada de janeiro a outubro de 2015. Foram 1.015
empregos a menos gerados na economia local.
O
setor da construção civil caracteriza-se por ser intensivo em mão-obra e
extremamente dependente do crédito bancário em razão dos seus produtos,
possuírem alto valor de aquisição no mercado. A variável crédito imobiliário sofre
atualmente impacto decorrente da majoração da taxa de juros Selic da economia,
provocada pela austera política monetária implementada pelo o Banco Central,
com o fito de controlar o processo inflacionário que aflige na atual conjuntura
a sociedade brasileira.
No
ensejo, destaca-se outro setor da economia municipal que amarga expressiva
perda no que tange ao emprego formal, refere-se ao segmento do comércio, por se
constituir no nosso município no segmento de significativa geração de emprego e
renda. Desempregou 753 trabalhadores com a carteira assinada, também, entre o
mês de janeiro a outubro de 2015.
Todavia,
ao contrário dos referidos setores acima, o setor de atividades de serviços
teve neste mesmo período, saldo líquido positivo de 482 empregos. Ou seja,
ocorre geração de empregos ao invés de destruição. Assim como no segmento da
agropecuária, a geração de empregos foi positiva, com o saldo líquido até
outubro de 2015 de 1.332 empregos formais. Obviamente, que esta quantidade de
empregos possui relação e influência em virtude da safra canavieira, via de
regra, o seu inicio se dá no mês de maio de cada ano.
Ao
se verificar a totalidade de empregos com a carteira assinada gerados ao longo
do ano de 2015 ou até outubro, constata-se que a economia de Campos destruiu
974 empregos, fechando o período dos dez meses, com o saldo liquido de emprego
formal negativo.
Não
se pode deixar de ressaltar, que a crise financeira que assola neste momento a
prefeitura de Campos, contribuiu sobremaneira para que o resultado do emprego
no município ficasse em patamar negativo. Afinal de contas, ainda somos uma economia
que depende profundamente dos recursos dos royalties e das participações
especiais, cujo repasse está bem menor em função da queda do preço do barril de
petróleo, no mercado internacional.
Para
isso, devemos unir forças suficientes para que a economia campista fique menos
dependente da atividade petrolífera. Acho que a alternativa que se avizinha a médio
prazo, reside na possibilidade da economia de Campos se transformar numa
economia de serviços, com laços estreitados às atividades do Porto do Açu,
localizado no município vizinho de São João da Barra.
A
guisa de ilustração, basta verificar que ao contrário dos setores da construção
civil e do comércio que perderam empregos, o de serviços criou. Já o emprego da
agropecuária sofre contaminação pela sazonalidade do setor sucroalcooleiro.
Vamos ver se o futuro confirma a nossa previsão!
José Alves de Azevedo Neto
Economista