Sai Levy e entra Meirelles
A
pressão política decorrente do PT, partido da presidente Dilma, visando à
substituição do ministro da Fazenda Joaquim Levy, pelo ex-presidente do Banco Central
do governo Lula, Henrique Meirelles, aumenta a cada dia.
As
alegações contra a permanência do aludido ministro residem no argumento
político de que ele adota uma política macroeconômica, benéfica aos banqueiros,
além de ser executivo oriundo do maior banco do Brasil, o Bradesco. E ainda fez
parte da equipe econômica da campanha à presidente da República do Aécio Neves,
com boa e estreitada relação com as hostes do PSDB.
Os
seus aludidos detratores não param por aí. Dizem também que o pacote de medidas
fiscais e monetárias restritivas proposto pelo ilustre ministro banqueiro,
atualmente, acarreta a economia brasileira profundo quadro de recessão,
combinado com uma crescente taxa de desemprego, cujo percentual até dezembro
deste ano, poderá atingir a casa dos 10% em algumas capitais, sobretudo, as da
região nordeste. O que não deixa de ser verdade.
Acho
que talvez os militantes petistas que ora pedem a cabeça do Levy, sofrem de
amnésia, pois esquecem rapidamente que o Henrique Meirelles, também advém do
mundo dos banqueiros, só que com um pequeno detalhe, o banco do qual ele foi
executivo, chama-se banco de Boston, uma poderosa instituição financeira dos
Estados Unidos.
Quanto à relação dele com o PSDB, creio até
que ela seja mais estreitada do que a do Levy. Uma vez que o Henrique Meirelles,
antes de assumir o Banco Central, na gestão do ex-presidente Lula, foi o
candidato a deputado federal mais votado do PSDB, no estado de Goiás, no ano de
2002, apenas não tomou posse, porque surgiu o convite para ser o presidente da
maior autoridade monetária do país.
A
respeito das medidas adotadas por Meirelles, caso venha assumir a tão cobiçada
cadeira de ministro da Fazenda, não serão diferentes das adotadas pelo então
ministro, tendo em vista que os dois possuem a mesma formação de índole
monetarista.
Dentro
deste conhecido e exaustivo contexto, de trocar seis por meia dúzia, quero
saber a mudança significativa que ocorrerá a partir de janeiro no âmbito da
política econômica? Quem souber a resposta, por gentileza ligue para mim.
Percebo
que o partido do governo, ao promover esta “mudança” na pasta da Fazenda, faz
apenas mais uma firula político de dimensão nacional, no intuito de desviar o
foco da grave crise econômica e financeira que o partido mergulhou o país,
através dos sucessivos erros de política macroeconômica, cometidos nos últimos
anos. Infelizmente!
José Alves de Azevedo Neto
Economista
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