sexta-feira, 20 de novembro de 2015


Sai Levy e entra Meirelles

A pressão política decorrente do PT, partido da presidente Dilma, visando à substituição do ministro da Fazenda Joaquim Levy, pelo ex-presidente do Banco Central do governo Lula, Henrique Meirelles, aumenta a cada dia.

As alegações contra a permanência do aludido ministro residem no argumento político de que ele adota uma política macroeconômica, benéfica aos banqueiros, além de ser executivo oriundo do maior banco do Brasil, o Bradesco. E ainda fez parte da equipe econômica da campanha à presidente da República do Aécio Neves, com boa e estreitada relação com as hostes do PSDB.

Os seus aludidos detratores não param por aí. Dizem também que o pacote de medidas fiscais e monetárias restritivas proposto pelo ilustre ministro banqueiro, atualmente, acarreta a economia brasileira profundo quadro de recessão, combinado com uma crescente taxa de desemprego, cujo percentual até dezembro deste ano, poderá atingir a casa dos 10% em algumas capitais, sobretudo, as da região nordeste. O que não deixa de ser verdade.

Acho que talvez os militantes petistas que ora pedem a cabeça do Levy, sofrem de amnésia, pois esquecem rapidamente que o Henrique Meirelles, também advém do mundo dos banqueiros, só que com um pequeno detalhe, o banco do qual ele foi executivo, chama-se banco de Boston, uma poderosa instituição financeira dos Estados Unidos.

 Quanto à relação dele com o PSDB, creio até que ela seja mais estreitada do que a do Levy. Uma vez que o Henrique Meirelles, antes de assumir o Banco Central, na gestão do ex-presidente Lula, foi o candidato a deputado federal mais votado do PSDB, no estado de Goiás, no ano de 2002, apenas não tomou posse, porque surgiu o convite para ser o presidente da maior autoridade monetária do país.

A respeito das medidas adotadas por Meirelles, caso venha assumir a tão cobiçada cadeira de ministro da Fazenda, não serão diferentes das adotadas pelo então ministro, tendo em vista que os dois possuem a mesma formação de índole monetarista.

Dentro deste conhecido e exaustivo contexto, de trocar seis por meia dúzia, quero saber a mudança significativa que ocorrerá a partir de janeiro no âmbito da política econômica? Quem souber a resposta, por gentileza ligue para mim.

Percebo que o partido do governo, ao promover esta “mudança” na pasta da Fazenda, faz apenas mais uma firula político de dimensão nacional, no intuito de desviar o foco da grave crise econômica e financeira que o partido mergulhou o país, através dos sucessivos erros de política macroeconômica, cometidos nos últimos anos. Infelizmente!
José Alves de Azevedo Neto
Economista


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