ANS
e os Planos de Saúde
A
Agência Nacional de Saúde (ANS) suspende por três meses a venda para novos
clientes de 150 planos de saúde de 41 operadoras, por conta do descumprimento
dos prazos de agendamento de consultas, exames e cirurgias e por negarem
cobertura indevidamente.
Oportuna
à suspensão e fiscalização por parte do aludido órgão, tendo em vista que os
usuários ou consumidores, dos planos de saúde em todo o Brasil, sofrem para
marcar consultas e cirurgias, além de ficarem na fila dos hospitais de
emergência, dos próprios planos, numa demonstração de desrespeito ao
consumidor, que no Brasil paga duas vezes pelos serviços de saúde, uma quando
se paga os impostos para se obter uma saúde pública digna e a outra quando se
paga aos planos de saúde, obviamente, para àqueles que possuem poder aquisitivo
para adquiri-los.
As
empresas de saúde alegam que não conseguem oferecer um bom serviço para os seus
consumidores, devido à alta demanda que surgiu de forma inesperada, com a
ascensão da classe C e D da sociedade brasileira, que ultimamente buscam novos
serviços para satisfazer os seus respectivos desejos de consumo, o que de certa
forma pegou as empresas despreparadas ou sem um planejamento plausível, com o
intuito de equilibrar a oferta à demanda por tais serviços.
A
justificativa, não deixa de ser convincente, todavia, já se passaram tempo
suficiente, para que os planos de saúde se adequassem a nova conjuntura
econômica do país, que vive numa situação de pleno emprego e demanda aquecida,
exigindo por parte das empresas do ramo elevação da capacidade de atendimento e
estrutura dos seus hospitais, coisa que não ocorre atualmente, salvo os raros
casos de exceção, pois os planos só pensam em vender os seus serviços, sem
preocupar-se com a qualidade do produto ofertado.
Cuidar
da saúde da classe média e das classes mais eleva, tornou-se no Brasil, um
grande filão do mercado, eis que essas pessoas adoecem com pouca frequência, o
que viabiliza e alavanca os lucros deste tipo nobre de atividade econômica,
fazendo com que a mercantilização da saúde no país, vire grande negócio para os
seus proprietários. Se tal afirmação fosse
inverídica, empresários tradicionais de segmentos diferentes da saúde, não
estariam comprando planos pelo Brasil afora, com o fito de elevarem as suas
fortunas, à custa do sofrimento alheio.
Chegou
à hora dos órgãos competentes, fiscalizarem de forma veemente os planos de
saúde e proibir a venda de novos produtos, até essas empresas altamente
rentáveis, se adequarem a nova realidade do mercado que é um dos mais prósperos
da economia. Queremos uma saúde de qualidade não só no setor público, como
principalmente no setor privado, que além de cobrar caro, engana e ludibria os
consumidores com promessas mirabolantes, no momento da efetuação do contrato de
venda de serviços de saúde. Em nossa cidade existem vários exemplos e
insatisfação do precário atendimento por parte dos planos de saúde aqui
localizado.
Infelizes são as pessoas que dependem de
recorrer aos planos, pois além de entrarem num fila de espera para agendar
consultas e exames, são obrigados a se submeterem a humilhação e a
profissionais inexperientes e despreparados, quando necessitam dos serviços
emergenciais. Até quando conviveremos com esses capitalistas da área de
saúde?
José Alves de Azevedo Neto
Economista
Nenhum comentário:
Postar um comentário