quinta-feira, 14 de novembro de 2013

ANS e os Planos de Saúde


ANS e os Planos de Saúde

A Agência Nacional de Saúde (ANS) suspende por três meses a venda para novos clientes de 150 planos de saúde de 41 operadoras, por conta do descumprimento dos prazos de agendamento de consultas, exames e cirurgias e por negarem cobertura indevidamente.
Oportuna à suspensão e fiscalização por parte do aludido órgão, tendo em vista que os usuários ou consumidores, dos planos de saúde em todo o Brasil, sofrem para marcar consultas e cirurgias, além de ficarem na fila dos hospitais de emergência, dos próprios planos, numa demonstração de desrespeito ao consumidor, que no Brasil paga duas vezes pelos serviços de saúde, uma quando se paga os impostos para se obter uma saúde pública digna e a outra quando se paga aos planos de saúde, obviamente, para àqueles que possuem poder aquisitivo para adquiri-los.
As empresas de saúde alegam que não conseguem oferecer um bom serviço para os seus consumidores, devido à alta demanda que surgiu de forma inesperada, com a ascensão da classe C e D da sociedade brasileira, que ultimamente buscam novos serviços para satisfazer os seus respectivos desejos de consumo, o que de certa forma pegou as empresas despreparadas ou sem um planejamento plausível, com o intuito de equilibrar a oferta à demanda por tais serviços.
A justificativa, não deixa de ser convincente, todavia, já se passaram tempo suficiente, para que os planos de saúde se adequassem a nova conjuntura econômica do país, que vive numa situação de pleno emprego e demanda aquecida, exigindo por parte das empresas do ramo elevação da capacidade de atendimento e estrutura dos seus hospitais, coisa que não ocorre atualmente, salvo os raros casos de exceção, pois os planos só pensam em vender os seus serviços, sem preocupar-se com a qualidade do produto ofertado.
Cuidar da saúde da classe média e das classes mais eleva, tornou-se no Brasil, um grande filão do mercado, eis que essas pessoas adoecem com pouca frequência, o que viabiliza e alavanca os lucros deste tipo nobre de atividade econômica, fazendo com que a mercantilização da saúde no país, vire grande negócio para os seus proprietários.  Se tal afirmação fosse inverídica, empresários tradicionais de segmentos diferentes da saúde, não estariam comprando planos pelo Brasil afora, com o fito de elevarem as suas fortunas, à custa do sofrimento alheio.
Chegou à hora dos órgãos competentes, fiscalizarem de forma veemente os planos de saúde e proibir a venda de novos produtos, até essas empresas altamente rentáveis, se adequarem a nova realidade do mercado que é um dos mais prósperos da economia. Queremos uma saúde de qualidade não só no setor público, como principalmente no setor privado, que além de cobrar caro, engana e ludibria os consumidores com promessas mirabolantes, no momento da efetuação do contrato de venda de serviços de saúde. Em nossa cidade existem vários exemplos e insatisfação do precário atendimento por parte dos planos de saúde aqui localizado.
 Infelizes são as pessoas que dependem de recorrer aos planos, pois além de entrarem num fila de espera para agendar consultas e exames, são obrigados a se submeterem a humilhação e a profissionais inexperientes e despreparados, quando necessitam dos serviços emergenciais. Até quando conviveremos com esses capitalistas da área de saúde?          

José Alves de Azevedo Neto

Economista

Nenhum comentário:

Postar um comentário