sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Mobilidade Urbana

Mobilidade Urbana


Uma das discussões relevantes que ocupam a agenda nacional na atual conjuntura chama-se, mobilidade urbana, temática que tomará conta dos debates eleitorais que ocorrerão na eleição do ano que vem , tendo em vista a necessidade e o colapso existente atualmente por conta da falta de transportes públicos, que aflige toda a sociedade, principalmente, os cidadãos que fazem parte da classe mais carente da sociedade.
O mais grave deste imbróglio, constitui na lamentável e repudiável política de incentivo ao crescimento econômico por parte do governo federal através dos incentivos fiscais, através da redução do IPI, com o fito de estimular a compra de automóvel zero quilômetro, em detrimento de uma política pública de transporte, com o viés de melhorar o trânsito das grandes cidades, cuja mobilidade encontra-se, insuportável. Ou melhor dizendo de forma mais clara, hoje no Brasil a política do governo federal incentiva o transporte privado, ao invés de oferecer subsídios para que se desenvolva uma política de mobilidade urbana séria neste país. Como existe nos países europeus.
Para ilustrar o contexto acima, relevante destacar os dados pesquisados pela emérita professora, arquiteta e urbanista Ermínia Maricato da Universidade de São Paulo (FAUSP), a respeito da problemática urbana vivida pelo povo brasileiro. Assevera a ilustre professora: “a desoneração dos automóveis somada a ruína do transporte coletivo fez dobrar o número de carros nas cidades”. Em 2001, o número de automóveis em doze metrópoles brasileiro era de 11,5 milhões; em 2011, subiu para 20,5 milhões. Nesse mesmo período e nessas mesmas cidades, o número de motos passou de 4,5 milhões para 18,3 milhões. Os congestionamentos de tráfego em São Paulo, onde circulam diariamente 5,2 milhões de automóveis, chegam a atingir 295 quilômetros das vias. A velocidade média dos automóveis em São Paulo, medida entre às 17 h e 20 h em junho de 2012, foi de 7,6Km/h, ou seja, quase igual a da caminhada a pé. Durante o período da manhã, a velocidade média sobe para 20,6 Km/h-ou seja, a mesma de uma bicicleta.
Acrescenta ainda, a prestigiada professora, “o brasileiro deixou de recolher impostos no valor de R$ 26 bilhões desde o final de 2008 (nesse período, foram criadas 27.753 empregos), e US$ 14 bilhões (quase o mesmo montante dos subsídios) foram enviados ao exterior”. Segundo especialistas em mobilidade urbana, há mais subsídios para circulação de automóveis (incluindo combustíveis e outros itens) do que para transporte coletivo.
Conclui-se, todavia, que a política pública de transporte no nosso país, está na contra mão da história, e ainda continuamos engordando os lucros das empresas automobilísticas e destruindo as cidades, ambientes que deveriam ser tratado como a nossa própria casa. Não é por acaso que assistimos em cada esquina da cidade os feirões de automóveis e o nosso trânsito inviável para circulação. Isto é o correto?

José Alves de Azevedo Neto
Economistas

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