Mobilidade
Urbana
Uma
das discussões relevantes que ocupam a agenda nacional na atual conjuntura
chama-se, mobilidade urbana, temática que tomará conta dos debates eleitorais
que ocorrerão na eleição do ano que vem , tendo em vista a necessidade e o colapso
existente atualmente por conta da falta de transportes públicos, que aflige
toda a sociedade, principalmente, os cidadãos que fazem parte da classe mais
carente da sociedade.
O
mais grave deste imbróglio, constitui na lamentável e repudiável política de
incentivo ao crescimento econômico por parte do governo federal através dos
incentivos fiscais, através da redução do IPI, com o fito de estimular a compra
de automóvel zero quilômetro, em detrimento de uma política pública de
transporte, com o viés de melhorar o trânsito das grandes cidades, cuja
mobilidade encontra-se, insuportável. Ou melhor dizendo de forma mais clara,
hoje no Brasil a política do governo federal incentiva o transporte privado, ao
invés de oferecer subsídios para que se desenvolva uma política de mobilidade
urbana séria neste país. Como existe nos países europeus.
Para
ilustrar o contexto acima, relevante destacar os dados pesquisados pela emérita
professora, arquiteta e urbanista Ermínia Maricato da Universidade de São Paulo
(FAUSP), a respeito da problemática urbana vivida pelo povo brasileiro.
Assevera a ilustre professora: “a desoneração dos automóveis somada a ruína do
transporte coletivo fez dobrar o número de carros nas cidades”. Em 2001, o
número de automóveis em doze metrópoles brasileiro era de 11,5 milhões; em
2011, subiu para 20,5 milhões. Nesse mesmo período e nessas mesmas cidades, o
número de motos passou de 4,5 milhões para 18,3 milhões. Os congestionamentos
de tráfego em São Paulo, onde circulam diariamente 5,2 milhões de automóveis,
chegam a atingir 295 quilômetros das vias. A velocidade média dos automóveis em
São Paulo, medida entre às 17 h e 20 h em junho de 2012, foi de 7,6Km/h, ou
seja, quase igual a da caminhada a pé. Durante o período da manhã, a velocidade
média sobe para 20,6 Km/h-ou seja, a mesma de uma bicicleta.
Acrescenta
ainda, a prestigiada professora, “o brasileiro deixou de recolher impostos no
valor de R$ 26 bilhões desde o final de 2008 (nesse período, foram criadas
27.753 empregos), e US$ 14 bilhões (quase o mesmo montante dos subsídios) foram
enviados ao exterior”. Segundo especialistas em mobilidade urbana, há mais
subsídios para circulação de automóveis (incluindo combustíveis e outros itens)
do que para transporte coletivo.
Conclui-se,
todavia, que a política pública de transporte no nosso país, está na contra mão
da história, e ainda continuamos engordando os lucros das empresas automobilísticas
e destruindo as cidades, ambientes que deveriam ser tratado como a nossa
própria casa. Não é por acaso que assistimos em cada esquina da cidade os
feirões de automóveis e o nosso trânsito inviável para circulação. Isto é o
correto?
José Alves de Azevedo Neto
Economistas
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