sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Horário de Verão


Horário de Verão
Amanhecemos nesta segunda- feira sob a égide do horário de verão, criado no verão de 1931/1932, pelo então presidente da República Getulio Vargas, para tentar equilibrar a demanda de energia com a sua oferta, que à época era pequena, pois neste momento da história o Brasil iniciava-se o nosso processo de industrialização, para tanto, necessitava deste precioso e relevante insumo, para incrementar a produção das fábricas, que ora surgiam.
Na atual conjuntura, segundo técnicos ligados ao setor energético, o horário de verão de 2013 /2014, apresentará uma economia de R$ 4,6 bilhões de investimentos que deixarão de ser realizados na geração e transmissão de energia, e de 400 milhões sem o acionamento das usinas térmicas, os Estados eleitos para adotarem o aludido horário, são Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás e o Distrito Federal. São Estados que possuem nos seus territórios uma grande densidade de empresa. 
Importante salientar, que a despeito de ser louvável, qualquer tipo de economia que se faça no Brasil, o horário de verão, cria significativo transtorno para a sociedade, tendo em vista que todos os habitantes dos Estados que o adotaram, terão que adinatar os seus respectivos relógios em uma hora, fazendo com que a população acorde mais cedo para desenvolver as suas atividades laborais corriqueiras, o que acarreta profundos transtornos, aos trabalhadores que acordam de madrugada para pegar o transporte coletivo, seja o ônibus, o metrô, o trem, sem considerar os casos dos estudantes que também acordam uma hora antes, para entrar nos seus respectivos estabelecimentos de ensino. Todo este transtorno causado pelo governo federal será para economizar na média segundo técnicos do Ministério das Minas e Energia a bagatela de 0,5% de energia para o país, no período. Será que vale apena tal transtorno social?
Inclusive, técnicos especializados em saúde do trabalhador adverte que nesta época do ano, as estatísticas de acidente de trabalho das empresas costumam se elevar, devido à sonolência que toma conta do organismo do trabalhador, até ele se acostumar com o novo horário, o que de certa forma, causa prejuízo ao setor produtivo do país. São estatísticas relevantes e de conhecimento do Ministério do Trabalho, que deveria ser ouvido, nos momentos em que este tipo de medida relacionada ao horário de verão for tomada.
Além do mais, tal horário deixa claro para todo o país, que continuamos com um grande e conhecido gargalo, no sistema econômico, que se chama baixo investimento na área de energia elétrica, fundamental para que o Brasil eleve o seu crescimento econômico, prioridade do governo federal que sofre antecipadamente, com as previsões do PIB, que este ano deverá ficar em torno de 2,3%, e com uma inflação maquiada pelo IPCA dos últimos doze meses em cerca de 5,8%, por conta dos adiamentos dos preços dos combustíveis e das passagens dos ônibus, das grandes capitais, que são componentes com grande reflexo nos índice inflacionários, que tudo indica serão reajustados após a eleição presidencial de outubro de 2014, para infelicidade e tristeza da classe trabalhadora, que já acumula perdas salariais significativas. São bombas de efeitos retardados que poderão estourar provocando grande estrago social no ano que vem. Lamentável!

José Alves de Azevedo Neto
Economista


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