E
agora Mantega?
Infelizmente
nesta manhã de carnaval, em que muitos foliões continuam envolvidos com a festa
de Momo e outros continuam o seu descanso, temos a desagradável notícia de
relembrar aos leitores, de que o Banco Central do Brasil, eleva mais uma vez a
taxa de juros básica da economia (taxa Selic), de 10,5% para 10,75% ao ano, o
que certamente conturbará a vida de muitos brasileiros a partir da quarta-feira
de cinzas, quando deverão financiar as aquisições de bens e serviços, como a
guisa de exemplo, neste momento do ano, os materiais escolares dos seus filhos
ou a parte que ficou faltando, com taxas de juros maiores.
Toda
esta política monetária restritiva, elevação da taxa de juros da economia,
poderia ser claramente evitada, se o governo da presidenta Dilma, não tivesse cedido
ao canto da sereia, de incentivar o consumo em detrimento de priorizar os
investimentos na infraestrutura logística do país, em setores com
significativos gargalos, como a falta de estrada, de portos, de aeroportos, e
de energia elétrica, com reflexos positivos e melhora no cálculo do produto
interno bruto, PIB de 2013, cujo desempenho ficou em apenas em 2,3% ao ano.
A
farra do IPI zero (imposto sobre produtos industrializados), em relação aos
automóveis e aos aparelhos domésticos que compõe a linha branca de produtos, ou
renúncia fiscal por parte do governo federal, com o fito de fomentar a curva do
consumo da economia pátria, de forma irresponsável, já era considerada uma
espécie de morte anunciada, pois os jornais especializados em matéria econômica
só falavam, a respeito da gravidade deste tipo de política econômica suicida e
demagógica adotada pela equipe econômica, do professor Mantega. Afirmavam os
matutinos: se o governo insistir no modelo de crescimento econômico, com apenas
o foco no consumo, a espiral inflacionária tenderá a crescer, com consequências
nefastas sobre o sistema econômico, como se verifica agora, forçando os
técnicos do Copom (Conselho de Política Monetária), a majorar a taxa Selic, para
10,75%.
Economia desaquecida, em decorrência do forte
remédio amargo ministrado pelo governo federal, contra a inflação teimosa, em
ficar fora da meta estabelecida pelo próprio Banco Central, tudo indica que os
reflexos serão negativos sobre a taxa de emprego e na arrecadação de tributos,
por conta da redução da política de investimentos do setor produtivo privado
nacional, tendo em vista que o crédito financeiro dos projetos econômicos, para
expansão da capacidade instalada da economia se encarecerá, com isso os
empreendedores, buscarão o mercado financeiro, para alavancarem as suas eventuais
poupanças.
Por
incrível que pareça ou por ironia do destino, o Partido dos Trabalhadores que
tanto criticava a ciranda financeira patrocinada pelos governos antecessores,
hoje no poder, faz a mesma coisa, ou melhor dizendo, alegra dia a dia a banca
brasileira. Quem diria!
José Alves de Azevedo Neto
Economista