Preço Alto
Agência
Fitch, rebaixa a nota do Brasil, um pouco mais de um mês, após agência Standard
& Pool, tirar o selo de bom pagador do país. Uma das causas alegadas pela
agência, que acabou por culminar no atual rebaixamento, diz respeito principalmente,
à piora do ambiente político, situação que ultimamente inviabiliza e dificulta
o país em avançar nas aprovações das medidas fiscais, no Congresso Nacional,
tão relevantes e indispensáveis a médio e longo prazo, para se retomar o
crescimento econômico, a geração de emprego e a renda na economia.
O
ambiente político piorou, sim, em Brasília, talvez ninguém hoje tenha dúvidas
sobre isso, em razão das bombásticas declarações do senhor Fernando Baiano, suposto
sócio do presidente da Câmara Federal, quando ele resolveu revelar que o
impoluto e imaculado, Eduardo Cunha, possuí recheadas contas na Suíça com
recursos públicos desviados do Brasil, fruto obviamente, da indecente e escabrosa
corrupção, junto a maior empresa brasileira, a Petrobrás e do seu partido o
PMDB.
Por
ironia, a temperatura política se eleva, todavia, no Distrito Federal, a
despeito da reforma ministerial promovida pela presidente Dilma, recentemente,
quando na ocasião loteou vários ministérios entre a base governista, com o
insaciável, PMDB, ficando com o maior número de pastas, o que não produziu
nenhum resultado prático, além de lastro suficiente no congresso, para que o
executivo feral pudesse respirar de forma tranquila, aprovando, assim, o ajuste
fiscal.
Esta
situação adversa de clara crise política, reflete diretamente na piora dos
indicadores econômicos. Acarreta à elevação do dólar, a majoração da inflação,
tendo em vista a redução dos produtos importados, como consequência frontal
deste movimento, quem sofre de imediato é o trabalhador que vivencia a perda do
seu poder aquisitivo, pois pagará pelo imposto inflacionário, ainda maior.
Tanto é verdade que os
indicadores econômicos estão piorando, que o ministro do Planejamento, homem
forte da presidente, o senhor Nelson Barbosa, anunciou que o produto interno
bruto (PIB), deste ano encolherá 2,44%. Em outras palavras, a economia
brasileira encerrará o ano de 2015, em plena recessão de quase 3% ao ano.
Importante
salientar, neste triste e deplorável contexto, que a população que mais será
atingida pelas consequências nefastas, deste não entendimento político entre as
autoridades de Brasília, reside na fatia da sociedade denominada de classe C,
àqueles com a renda familiar entre R$ 1.700 e R$ 7.500 reais por mês, inseridos
na sociedade brasileira, por meio do consumo. Esta camada social teve acesso a
bens e serviços duráveis, que jamais imaginavam ter um dia.
Acho
que chegou a hora de se acabar com a instabilidade política, rapidamente, caso
contrário, a recessão do ano 2015, poderá jogar significativo exército de mão
de obra, à margem do sistema econômico, via aumento da chaga social denominada
de desemprego.
José Alves de Azevedo Neto
Economista
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