sexta-feira, 23 de outubro de 2015



Renascimento da Petrobrás

Em seu depoimento na CPI da Câmara dos Deputados, o presidente da Petrobrás, Aldemir Bendine, declarou com todas as letras e sem vacilar, que a estatal, maior empresa e orgulho da nação, renascerá, após os sucessivos escândalos e dilapidação do seu patrimônio. Uma espécie de Fênix, o pássaro lendário da mitologia grega, que morria, mas depois de algum tempo renascia das próprias cinzas.

No ensejo o ilustre presidente disse ao conceder o seu depoimento na “honrada” casa de lei, que a indigitada empresa fechará o ano de 2015, com 20 bilhões de dólares no caixa. Foi além, somente no ano de 2016, a produção deverá chegar à marca de 1 milhão de barris de petróleo por dia. Isto apenas no pré-sal.

Salienta-se, todavia, para quem desconhece a capacidade de gestão de Bendine, ele é funcionário aposentado do Banco do Brasil. No ano de 2009, assumiu a presidência do banco, em virtude de ter feito, ao longo da sua vida profissional, uma brilhante carreira na instituição. A sua atividade laboral na presidência, elevou o Banco do Brasil, ao patamar glorioso dos maiores e melhores bancos atualmente do país, até surgir o irrecusável convite por parte da presidente Dilma, para que ocupasse a presidência da nossa petroleira.

Bendine, homem de visão e respeitado pelo mercado financeiro, foca o seu trabalho nos melhores fundamentos de reengenharia econômica, priorizando no desempenho da sua gestão, as tão necessárias ações de reduções dos custos diretos e indiretos empresariais. Ao seguir as diretrizes da sua nobre missão, cancelou centenas de contratos desnecessários e onerosos à empresa até agora. Juntamente, com vários projetos, que diziam respeito ao superdimensionamento da atividade econômica, assumido pela estatal, diga-se de passagem, em que a relação custo e beneficio encontravam-se fora de sintonia. Como por exemplo, algumas refinarias construídas com a finalidade meramente política, como as do Ceará para agradar os irmãos Gomes e a do Maranhão para massagear o ego da velha raposa felpuda, o Sarney. O pior disso tudo, a construção se deu em áreas cujos projetos infelizmente, careciam de viabilidade econômica.

Tais medidas tomadas pelo Bendine foram de capital relevância, sobretudo, na atual conjuntura macroeconômica global, em que os preços das commodities mais cobiçadas do mundo, o petróleo, sofrem substancial queda nos preços. Situação que corrobora no sentido da redução, das receitas operacionais da Petrobrás. Acrescenta-se ainda, a queda das receitas, a majoração da estrutura de custos, ora impactada pela desvalorização do real ante ao dólar, elevando, assim, o seu índice de endividamento.
Analistas sensatos do mercado sabem muito bem, que o problema que aflige e culmina na pior crise enfrentada pela Petrobrás, não é de ordem econômica e sim de ordem financeira, em razão dos argumentos já expostos acima. Sabem, muito bem, que a médio e longo prazo, a Petrobrás, uma das gigantes mundiais do setor petrolífero, voltará a auferir lucros extraordinários, dando novamente, alegria aos seus acionistas minoritários e os majoritários, o povo brasileiro.

 Isto posto, vamos aguardar sem dar ouvidas as vozes de agouros que tentam a qualquer preço e de forma irresponsável, enlamear e diminuir a reputação da Petrobrás, com interesses velados, na intenção de depreciá-la e entregá-la ao capital estrangeiro privado. O que é lamentável!

José Alves de Azevedo Neto
Economista
      
  


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