“O
raciocínio da presidente Dilma sobre os direitos humanos faria até sentido se
ele comparasse regimes políticos semelhantes. Mas ela simplesmente está
misturando alhos e bugalhos. Uma democracia como a brasileira tem que ser
criticada, e frequentemente o é, pelas falhas nos direitos humanos nas suas
prisões, por exemplo, que são vergonhosas, ou nas comunidades pobres. Ou os
Estados Unidos, como a própria Presidente brasileira lembrou, quando abusam dos
direitos dos prisioneiros de Guantánamo. E a imprensa internacional não se cansa
de denunciar esses abusos, lá e em outras regiões do mundo onde os Estados
Unidos, através de seus agentes, cometem qualquer tipo de barbaridade. E
geralmente, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos – mais lá do que aqui,
temos que admitir – os agentes públicos que abusaram de seu poder e mancharam o
nome do país são punidos, e o sistema judiciário costuma atuar com rigor. O
mesmo não se pode dizer de Cuba, onde o abuso dos direitos humanos é uma
política de Estado, e onde dissidentes morrem de fome por falta de um mínimo de
atuação do estado, que é uma ditadura de mais de 50 anos, sem Parlamento livre
nem liberdade de imprensa e, portanto, não pode ser comparada com outros países
democráticos que falham na proteção dos direitos.”
Merval Pereira, Blog do Merval, 31 de janeiro
de 2012
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