Subida da Inflação
Semana passada, o
recrudescimento da inflação voltou a ocupar espaço de destaque na mídia
especializada como um todo. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), publicado
pelo IBGE, acelerou de 0,08% em junho para 0,43% em julho. Percentual suficiente,
para fomentar discussões acaloradas, sobre a atual política monetária
implementada pela equipe econômica. A
discussão é pertinente, tendo em vista que os indicadores inflacionários
estavam desde outubro de 2011 sem subir.
Com a divulgação do
índice inflacionário de 0,43% em julho, o IPCA em 12 meses está em 5,2%,
percentual que se encontra fora da meta inflacionária de 4,5% ao ano,
pré-estabelecida pelo governo, quando aprovou a Lei de Diretrizes Orçamentária no
Congresso Nacional ano passado, para viger no exercício fiscal de 2012. A título
de esclarecimento, e com o fito de agregar veneno à discussão, é bom que não se
esqueçam, que a economia está quase parada, com uma projeção de crescimento do
PIB de 1,85%, segundo o Banco Central do Brasil, para este ano.
Inclusive, vozes
ligadas ao mercado financeiro se levantam e criticam a atual política monetária
com o viés de queda das taxas de juros, praticada pelo governo federal com o objetivo
de estimular o consumo. Alguns setores econômicos já arriscam palpite, alegam que
a curva de queda da taxa de juros poderá se inverter a partir de janeiro de
2013,quando o Banco Central deverá anunciar a elevação das taxas de juros,
fazendo com que interrompa a trajetória de queda. Com certeza o assunto em
tela, provocará muita discussão até dezembro deste ano.
Pelo visto o
brasileiro, ainda não superou o trauma da convivência de anos de inflação, pois
basta o “tigre inflacionário” voltar a mostrar as suas garras, que a sociedade recorda
do seu triste histórico negativo, de hiperinflação.
Simplesmente porque a memória inflacionária
insisti em povoar o subconsciente de muitos agentes econômicos, só para fundamentar
o nosso argumento, oportuno fazer a transcrição do trecho do livro da
jornalista Miriam Leitão, A Saga Brasileira: a longa luta de um povo por sua
moeda. Quando ela retrata: “13,3 trilhões por cento foi a inflação acumulada
nos 15 anos que antecederam o Plano Real. O país teve cinco moedas entre 1986 e
1994. Para os brasileiros, isso significou instabilidade de preços, indexações,
congelamentos, tabelamentos, confisco de poupança, privações, insegurança.”
Com base no cenário
descrito acima percebe-se que a inflação deixou cicatrizes profundas no povo
brasileiro, pois quando o problema aparece ocupa logo a pauta dos telejornais.
Está justificado.
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