Vendas
em Queda
O setor automotivo
brasileiro no ano de 2012 não terá muita coisa a comemorar, apesar de todo
apoio do governo conferido ao setor, com o objetivo de elevar o crescimento
econômico e fomentar a geração de emprego.
A produção de veículos
por incrível que pareça, amargará pela primeira vez desde 2002, uma queda de
1,5% este ano segundo a Fenabrave, nas suas vendas. Apesar de todo um conjunto
de política macroeconômica promovida pelo Palácio do Planalto, através da
redução do IPI (Imposto sobre produto industrializado), desvalorização do real,
restrição às importações de carros e liberação de 18 bilhões de depósitos
compulsório para expandir o crédito, o setor claudica, além do mais, não consegue
atender as expectativas esperadas pelas as autoridades governamentais, para
decepção da equipe econômico do ministro Mantega, cuja demissão já começa a ser
cogitada pelos grandes meios de comunicação internacional.
Inclusive, vozes do
setor automotivo anunciam que para o ano de 2013, a diminuição das vendas poderão
atingir índices ainda maiores, tendo em vista que os consumidores com as
vantagens de ordem fiscal e monetária oferecidas ao setor anteciparam as suas
compras de veículos. Para agravar o nebuloso cenário de 2013, agrega-se a
inadimplência dos financiamentos cujos índices se elevaram, de 2,6% em janeiro
de 2011 para 5,9% em outubro deste ano.
Acrescenta-se ao
contexto, uma outra informação sobre o nível de inadimplência no Brasil,
retirada da base de dados do Serasa Experian, onde ocorreu aumento de 5,5
milhões no número de inadimplência de janeiro a outubro deste ano, considerando
a diferença das entradas e saídas de devedores incapacitados para adimplir as
suas obrigações.
Pelas pesquisas que
ora são realizadas pelas instituições especializadas em verificar a
inadimplência dos consumidores, constata-se que o perfil da classe que mais se
endivida na atual conjuntura é a classe c, considerada como os emergentes. São
indivíduos que antes não tinham acesso aos bens e serviços, que estão tendo
hoje, devido ao aumento das suas respectivas rendas. Todavia, como já era de se
esperar a ânsia pelo consumo rápido, conduz a aludida classe a crescente endividamento, por conta da falta
de experiência no manuseio do dinheiro e pela facilidade de oferta de crédito, que
existe na atualidade.
Em decorrência desta
situação as instituições de crédito, sobretudo o setor bancário, estão mais
seletivos na concessão de recursos à pessoa física. Este talvez, seja o preço a
pagar pelo modelo adotado pelo país na busca do crescimento econômico, com
ênfase no consumo, levando milhões de brasileiros incautos a inadimplência das
suas contas.
José
Alves de Azevedo Neto
Economista
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