sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Vendas em Queda


Vendas em Queda

O setor automotivo brasileiro no ano de 2012 não terá muita coisa a comemorar, apesar de todo apoio do governo conferido ao setor, com o objetivo de elevar o crescimento econômico e fomentar a geração de emprego.

A produção de veículos por incrível que pareça, amargará pela primeira vez desde 2002, uma queda de 1,5% este ano segundo a Fenabrave, nas suas vendas. Apesar de todo um conjunto de política macroeconômica promovida pelo Palácio do Planalto, através da redução do IPI (Imposto sobre produto industrializado), desvalorização do real, restrição às importações de carros e liberação de 18 bilhões de depósitos compulsório para expandir o crédito, o setor claudica, além do mais, não consegue atender as expectativas esperadas pelas as autoridades governamentais, para decepção da equipe econômico do ministro Mantega, cuja demissão já começa a ser cogitada pelos grandes meios de comunicação internacional.

Inclusive, vozes do setor automotivo anunciam que para o ano de 2013, a diminuição das vendas poderão atingir índices ainda maiores, tendo em vista que os consumidores com as vantagens de ordem fiscal e monetária oferecidas ao setor anteciparam as suas compras de veículos. Para agravar o nebuloso cenário de 2013, agrega-se a inadimplência dos financiamentos cujos índices se elevaram, de 2,6% em janeiro de 2011 para 5,9% em outubro deste ano.

Acrescenta-se ao contexto, uma outra informação sobre o nível de inadimplência no Brasil, retirada da base de dados do Serasa Experian, onde ocorreu aumento de 5,5 milhões no número de inadimplência de janeiro a outubro deste ano, considerando a diferença das entradas e saídas de devedores incapacitados para adimplir as suas obrigações.

Pelas pesquisas que ora são realizadas pelas instituições especializadas em verificar a inadimplência dos consumidores, constata-se que o perfil da classe que mais se endivida na atual conjuntura é a classe c, considerada como os emergentes. São indivíduos que antes não tinham acesso aos bens e serviços, que estão tendo hoje, devido ao aumento das suas respectivas rendas. Todavia, como já era de se esperar a ânsia pelo consumo rápido, conduz a aludida classe a  crescente endividamento, por conta da falta de experiência no manuseio do dinheiro e pela facilidade de oferta de crédito, que existe na atualidade.

Em decorrência desta situação as instituições de crédito, sobretudo o setor bancário, estão mais seletivos na concessão de recursos à pessoa física. Este talvez, seja o preço a pagar pelo modelo adotado pelo país na busca do crescimento econômico, com ênfase no consumo, levando milhões de brasileiros incautos a inadimplência das suas contas.     

 

José Alves de Azevedo Neto

Economista

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