Investir na Prevenção
A
tragédia ocorrida na cidade gaúcha de Santa Maria, deixa claro para toda a
sociedade brasileira, mais uma vez, que o Brasil continua sendo o país do
descaso e da falta de respeito, com que as autoridades públicas tratam a
sociedade, apesar da alta carga tributária que se paga.
Não
foi a primeira vez e talvez não será a última, infelizmente, tragédia que os
brasileiros presenciarão, caso os órgãos fiscalizadores continuem a funcionar
com a inoperância que todos nós sabemos que funciona.
No
Brasil, o poder público funciona reagindo às tragédias e não de forma
preventiva através de um planejamento, com o fito de se antecipar às possíveis
tragédias, que porventura ocorram.
Nesta
situação deplorável da cidade gaúcha, ficou patente a irresponsabilidade por
parte do corpo de bombeiro e da prefeitura local, que como a maioria dos órgãos
públicos fiscalizadores não possuem uma boa prestação de serviços, salvo
obviamente as raras exceções que existem no Brasil. Para se ter uma ideia da
leniência das autoridades públicas com a
segurança do cidadão e ilustrar a nossa argumentação, é relevante salientar que
apenas 11% dos municípios do Brasil, possuem corpo de bombeiros, o que deixa
claro para a sociedade que temos muito que caminhar ao longo da nossa
trajetória. Lamentável!
Mas
lamentável ainda, e para não dizer cômico é assistir pelos telejornais, após a
anunciada tragédia, as autoridades responsáveis pela segurança preventiva do
cidadão, deflagrar ação sobre as casas de eventos noturnos pelo país afora,
constatando irregularidades gritantes, numa demonstração total de que as
atribuições institucionais dos órgãos de fiscalização no Brasil, não funcionam,
o que é pior, atestaram a própria incompetência.
Em
Campos, como não poderia deixar de ser, os órgãos fiscalizadores dormitavam
sobre os seus deveres institucionais, bastou ocorrer a odiosa tragédia, para
que eles saíssem da sua inércia, lançando uma cruzada de fiscalização sobre as casa noturnas da
cidade, com apoio da mídia de plantão, que ao invés de cobrar das autoridades
públicas o cumprimento dos seus ofícios diariamente, optam pelo sensacionalismo
de curto prazo, pois assim talvez vendem mais jornais. Temos que parar de
brincar de ser poder público e investir na prevenção dos acidentes, caso
contrário presenciaremos mais mortes por todo o Brasil!
José Alves de Azevedo Neto
Economista
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