sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Investir na Prevenção


Investir na Prevenção

 

A tragédia ocorrida na cidade gaúcha de Santa Maria, deixa claro para toda a sociedade brasileira, mais uma vez, que o Brasil continua sendo o país do descaso e da falta de respeito, com que as autoridades públicas tratam a sociedade, apesar da alta carga tributária que se paga.

Não foi a primeira vez e talvez não será a última, infelizmente, tragédia que os brasileiros presenciarão, caso os órgãos fiscalizadores continuem a funcionar com a inoperância que todos nós sabemos que funciona.

No Brasil, o poder público funciona reagindo às tragédias e não de forma preventiva através de um planejamento, com o fito de se antecipar às possíveis tragédias, que porventura ocorram.

Nesta situação deplorável da cidade gaúcha, ficou patente a irresponsabilidade por parte do corpo de bombeiro e da prefeitura local, que como a maioria dos órgãos públicos fiscalizadores não possuem uma boa prestação de serviços, salvo obviamente as raras exceções que existem no Brasil. Para se ter uma ideia da leniência das  autoridades públicas com a segurança do cidadão e ilustrar a nossa argumentação, é relevante salientar que apenas 11% dos municípios do Brasil, possuem corpo de bombeiros, o que deixa claro para a sociedade que temos muito que caminhar ao longo da nossa trajetória. Lamentável!

Mas lamentável ainda, e para não dizer cômico é assistir pelos telejornais, após a anunciada tragédia, as autoridades responsáveis pela segurança preventiva do cidadão, deflagrar ação sobre as casas de eventos noturnos pelo país afora, constatando irregularidades gritantes, numa demonstração total de que as atribuições institucionais dos órgãos de fiscalização no Brasil, não funcionam, o que é pior, atestaram a própria incompetência.

Em Campos, como não poderia deixar de ser, os órgãos fiscalizadores dormitavam sobre os seus deveres institucionais, bastou ocorrer a odiosa tragédia, para que eles saíssem da sua inércia, lançando uma cruzada de   fiscalização sobre as casa noturnas da cidade, com apoio da mídia de plantão, que ao invés de cobrar das autoridades públicas o cumprimento dos seus ofícios diariamente, optam pelo sensacionalismo de curto prazo, pois assim talvez vendem mais jornais. Temos que parar de brincar de ser poder público e investir na prevenção dos acidentes, caso contrário presenciaremos mais mortes por todo o Brasil!

 

José Alves de Azevedo Neto

Economista

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