Taxa
Selic em 10% ao ano
Mais uma vez na semana que se passou a
população brasileira, se surpreende com a elevação da taxa de juros Selic (Sistema
de Liquidação e Custódia) da economia, para melhor facilitar o entendimento dos
leitores. Quando se eleva a aludida taxa, que se constitui referencial ou
parâmetro para todas as taxas de juros dos produtos oferecidos pelos bancos, à
sociedade sente o reflexo dessa majoração, diretamente nos preços dos
empréstimos bancários e no cheque especial,que via de regra já encontra-se
incorporado ao orçamento da família brasileira, salvo algumas raríssimas
exceções, por outro lado, ocorre uma melhora das aplicações financeiras, como a
guisa de exemplo, a poupança e fundos de várias naturezas ofertados pelo
mercado financeiro.
No
governo da presidente Dilma, a taxa Selic, atingiu o menor nível dos últimos
vintes anos, ela chegou a 7,25%, exatamente em novembro de 2012, sendo objeto
de várias comemorações pelo governo, inclusive tal fato levou a presidente da
República, aos meios de comunicação, quando na ocasião a ilustre chefe do pode
executivo federal, afirmou com todas as letras, que as taxas de juros não mais
retornariam a patamares equivalentes aos governos antecessores, e que os bancos
públicos, como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, seriam os
principais responsáveis para puxar e manter as taxas em percentuais aceitáveis,
através da concorrência com os bancos
privados, o que de certa forma obrigou a todo o mercado bancário a se adequar a
nova conjuntura econômica e financeira, além do mais, acarretou consequências
negativas para todos fundos de renda fixa e fundos DI, com prejuízo das suas
respectivas rentabilidades.
O
que a presidente esqueceu foi de combinar com o setor produtivo, produtor de
bens e serviços, cujas ofertas hoje são insuficientes para atender atual
demanda por parte da população, sobretudo, a tão propalada classe média
emergente, que alavanca o consumo agregado, incentivado pelo próprio governo,
através das diversas reduções do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados),
sobre os produtos que compõe a linha branca, como geladeiras, fogões e afins,
além de automóveis, em detrimento dos investimentos, tão necessários ao país
para redução do custo Brasil, e melhora da competitividade da economia
nacional.
Agora
com a inflação insuportável, para o bolso do consumidor, o Banco Central,
aumenta mais uma vez as taxas de juros, desta vez ela chega a 10% ao ano, com
promessas por parte dos membros do Copom (Comitê de Política Monetária) de que
em fevereiro virá outro aumento, para fortalecer a política de combate
inflacionário da equipe econômica do professor Mantega, que tem o poder fantástico
de sempre alegar, que tudo vai às mil maravilhas.
Todavia,
é relevante salientar que os preços atualmente sobem numa significativa
velocidade, basta verificar as elevações que tiveram as mensalidades escolares
para o exercício de 2014, que subiram acima da inflação e com elas os preços de
diversos outros produtos, concomitantemente, o assalariado continua numa
trajetória de perda de poder aquisitivo. Até quando presidente, conviveremos
com a inflação, inimiga do trabalhador, debelada em governos passados.
José Alves de Azevedo Neto
Economista
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