BEM-VINDOS
AO BRASIL
A
presidenta Dilma, no último Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, local
que se encontra os maiores capitalistas do mundo, declarou em seu discurso, em
alto e bom som, que os investimentos estrangeiros são bem-vindos ao país, o que
é o obvio do ululante, além de reafirmar o compromisso da política econômica
brasileira de combate à inflação, que segundo ela não permitirá que o tigre
inflacionário extrapole a meta de 6% ao ano, embora o centro da aludida meta
seja, de 4,5% ao ano, oportuna a declaração, num momento em que a taxa de
investimento do país é pequena e existe um desequilíbrio no mercado de câmbio,
através da fuga de capitais para países, que ofereçam menos riscos do que o
Brasil.
O
objetivo da indigitada fala presidencial, tem como finalidade afagar o capital
estrangeiro e tentar demonstrar as agências de avaliação de risco, que já
ameaçam rebaixar a nota do Brasil, no mercado financeiro global, que as
diretrizes da política econômica, estão no rumo certo, e não há motivo para os
capitais temerem qualquer digressão de rota.
Não
foi por acaso que a equipe econômica do professor Mantega, anunciou que a
partir de fevereiro, inicia-se um processo de ajuste fiscal, cortará gastos da
ordem de R$ 30 bilhões, no orçamento da União de 2014, o que torna-se temerário
em ano eleitoral, quando se sabe que reside na cultura política pátria, a
tendência dos administradores públicos brasileiros, sobretudo, os candidatos
que buscam o seu segundo mandato, no comando da máquina pública, como no caso
da ilustre presidenta, a elevação dos gastos públicos, o que não constitui
novidade para ninguém.
Inclusive,
o Palácio do Planalto, já elencou as pastas que sofrerão cortes de gastos, como
por exemplo, a Fazenda, a Defesa, a Previdência Social, a Justiça e o
Planejamento, que de certa forma são ministérios meios e não finalísticos,
cujos cortes não impactarão diretamente, o conjunto de políticas públicas do
governo federal, como por exemplo, o bolsa família, que atende hoje cerca de 14
milhões de famílias em estado de extrema miséria como propala os técnicos do
governo, cujo orçamento gira em torno de R$ 20 bilhões e também a área de
educação que constituem os carros chefes dos programas governamentais, para reeleger
a presidenta Dilma.
Relevante
salientar que os cortes de despesas anunciados, não reduziram o tamanho da
máquina pública, que hoje possui trinta e nove ministérios, com vinte e dois
mil cargos de confiança aparelhados, para atender os partidos que farão parte
da nova reforma ministerial, que tudo indica, sairá do forno esta semana, com
fito de alicerçar a reeleição petista para o Planalto.
Trata-se
de uma reforma ministerial com o viés bem conservador, fazendo com que os
cargos públicos loteados, sejam entregues aos partidos da base aliada, com o
objetivo único, o eleitoreiro, obedecendo a atual ética do partido dos
trabalhadores de fazer política, como a guisa de exemplo, à aliança que
encontra-se praticamente fechada entre o PT e o PMDB, no estado do Maranhão com
a oligarquia do todo poderoso José Sarney, sem contar no estado de Alagoas,
onde o PT apoiará o atual presidente do Senado, para governador, Renan
Calheiros.
Dentro
desse contexto de ano eleitoral, e o governo Dilma, prisioneiro das piores
forças políticas existentes no país, acho difícil, sair algum ajuste fiscal. Gostaria
de morde a minha língua, mais acho difícil, pois o manual da política se
sobreporá mais uma vez sobre o manual econômico, infelizmente.
José Alves de Azevedo Neto
Economista