O
Paraíso Acabou
A
população brasileira até o ano de 2014, quando finalizou-se o primeiro mandato
da ilustre presidente Dilma, parecia viver no paraíso do consumo dos bens e
serviços, acreditando sempre nos discursos falaciosos, proferidos pela
inquilina do Palácio do Planalto.
Na
ocasião, a presidente da República, veio à público diversas vezes, anunciar ao
Brasil em cadeia de rádios e televisões, que o país vivia um momento impar da
sua história. Os juros reduziriam
acompanhados das contas de luz, além do mais, todos poderiam comprar
carros zero, pois o seu governo reduziria o imposto sobre produtos
industrializados (IPI), através da tão propalada e nociva no longo prazo, a
renúncia fiscal, prorrogada inúmeras vezes pelo então Ministro da Fazenda, Guido
Mantega, que de uma forma duvidosa e acintosa a toda sociedade brasileira,
divulgava em suas entrevistas que o Brasil, retomaria o crescimento econômico,
com a possibilidade de crescer 4% ao ano. Fato que obviamente se confirmou no
mundo real contrariamente as previsões do ministro, como se verificou. A
palavra de ordem se limitava apenas a uma só frase: vamos consumir!
Todavia,
como nada dura para sempre, sobretudo, os gastos desenfreados dos governos, a
conta pelo aspecto perdulário e irresponsável da indução do crescimento
econômico pela variável consumo, chegou. E todos são concitados agora a
pagá-la, inclusive, ela pesará mais sobre àqueles que mais necessitam das
políticas públicas. Como bem ressaltou em tempos idos, a dama de ferro inglesa
e primeira ministra Margareth Thatcher, “o socialismo dura enquanto o dinheiro
dos outros não acaba”.
Por
conta do descalabro do desequilíbrio significativo das contas públicas
federais, assume o Ministério da Fazenda, o economista de viés ultra ortodoxo,
formado em uma das maiores universidades americanas, escolhido pela presidente
Dilma e ungido pelo nosso guia, o ex-presidente Lula, sob imensas críticas e
veementes protestos de vários petistas, como por exemplo, o da figura emblemática
do Jose Dirceu.
O
indigitado ministro, em outrora fez parte do governo Fernando Henrique Cardoso,
exercia até chegar o convite para ocupar o Ministério da Fazenda, cargo
relevante, na expressiva instituição financeira privada brasileira, o Bradesco,
que no ano de 2014, fechou o seu balanço patrimonial com o lucro líquido de 15
bilhões de reais. Não precisa se dizer mais nada ou precisa?
Após
a sua posse bem concorrida em Brasília, o Joaquim Levy, anuncia à nação o seu
pacote de maldades sem hesitação, de acordo com o que determina o receituário
da ortodoxia econômica. São elas: a volta da contribuição de intervenção no
domínio econômico (Cide) sobre os combustíveis (que estava zerada e doravante
passou para 22 centavos no caso da gasolina e 15 centavos no caso do diesel, o
que deve gerar uma receita extra de 14 bilhões de reais ao ano), o aumento do
imposto sobre operações financeiras (IOF) nas operações de crédito (que vai
passar a somar ao 0,38% estabelecido com o fim da CPMF uma alíquota de 3%, ao contrário
da anterior, de 1,5%, o que resultará em um ganho de 8,3 bilhões anuais), além
do aumento do PIS/Cofins sobre produtos importados (que passará de 9,25% para
11,75%) e o IPI sobre o segmento de cosméticos.
Agrega-se
ao contexto de maldades, cortes de gastos ministeriais, a mudança de regras na
concessão do seguro-desemprego e a volta da cobrança do IPI sobre automóveis e
itens ligados a produção da linha branca, como fogões, geladeiras e etc. Além
da não correção da tabela que estabelece as diferentes faixas de tributação do
imposto de renda.
Por
derradeiro, diante deste contexto, fico à vontade para asseverar que o paraíso
tão bem divulgado, pelo governo Dilma, era apenas uma fantasia, um engodo, para
faturar o segundo mandato, como ocorreu. Resta-nos a partir desta triste e
frustrante realidade, dizer que o inferno chegou com a possibilidade de apagões
na área de energia, recheado com a crise por falta de planejamento, da água.
Viva o Brasil!
José
Alves de Azevedo Neto
Economista