Barril
de Petróleo
O
economista americano Daniel Yergin, em entrevista a uma revista brasileira de
grande circulação nacional, fala sobre a conjuntura denominada por ele de nova
era do petróleo. Afirma no ensejo: “que o mundo com barril de 100 dólares ficou
para trás e que apenas as petrolíferas que levarem a sério o desafio da
competitividade vão prosperar”.
Na
opinião dele, doravante, passou a valer a lei do mercado, a oferta e a procura.
Hoje a oferta encontra-se elevada e a Agência Internacional de Energia reduziu
no final de 2014, a demanda das grandes economias do mundo, em cinco vezes,
fato que contribuiu para a queda expressiva do preço do barril de petróleo.
Esperar
que a Arábia Saudita reduza o seu volume de produção não passa de uma ilusão. Seria
ceder espaço no mercado do petróleo, para serem ocupados pelo o Irã e pelo o
Iraque, situação inadmissível, na atual conjuntura, turbulenta do oriente
médio.
Salienta
na entrevista, que a Arábia Saudita e os Emirados Árabes, funcionaram por muitas
décadas, como swing producers, ou seja, são países que detém o poder de definir
os preços dos combustíveis fósseis, aumentando ou diminuindo a sua produção em
razão das suas reservas petrolíferas gigantescas. Agora, o mercado se incumbirá
de buscar o seu próprio ponto de equilíbrio. Em resumo, mudaram os níveis de
produção, juntamente, com a geopolítica.
Os
Estados Unidos, dentro da nova era do petróleo, podem muito bem desempenhar o
papel de “reguladores de preços”, que antes eram dos países do Golfo Pérsico. A
extração de óleo e gás do xisto betuminoso e investimentos em tecnologias de
ponta, visando melhorias na competitividade, será a tônica do momento. Exatamente
o que os americanos estão fazendo.
Acrescenta
o ilustre economista:” os Estados Unidos tem um novo papel na regulação do
preço do barril de petróleo e já estão se exercitando nessa área. Em vez de
produzirem 1 milhão de barris adicionais por dia, os Estados Unidos vão
produzir meio milhão em 2015, pois agora planejam a produção em função dos
preços”.
Dentro
da atual perspectiva traçada, pelo economista Daniel Yergin, restam aos países,
aos estados e aos municípios, dependente do petróleo, repensar as suas
estratégias de desenvolvimento econômico, de uma forma séria e não demagógica,
como se assiste, infelizmente, na Bacia Petrolífera de Campos. As velhas e
conhecidas bandeiras, sendo erguidas pelos novos arautos. Que decepção!
José Alves de Azevedo Neto
Economista
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