sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

BARRIL DE PETRÓLEO!



Barril de Petróleo

O economista americano Daniel Yergin, em entrevista a uma revista brasileira de grande circulação nacional, fala sobre a conjuntura denominada por ele de nova era do petróleo. Afirma no ensejo: “que o mundo com barril de 100 dólares ficou para trás e que apenas as petrolíferas que levarem a sério o desafio da competitividade vão prosperar”.

Na opinião dele, doravante, passou a valer a lei do mercado, a oferta e a procura. Hoje a oferta encontra-se elevada e a Agência Internacional de Energia reduziu no final de 2014, a demanda das grandes economias do mundo, em cinco vezes, fato que contribuiu para a queda expressiva do preço do barril de petróleo.

Esperar que a Arábia Saudita reduza o seu volume de produção não passa de uma ilusão. Seria ceder espaço no mercado do petróleo, para serem ocupados pelo o Irã e pelo o Iraque, situação inadmissível, na atual conjuntura, turbulenta do oriente médio.

Salienta na entrevista, que a Arábia Saudita e os Emirados Árabes, funcionaram por muitas décadas, como swing producers, ou seja, são países que detém o poder de definir os preços dos combustíveis fósseis, aumentando ou diminuindo a sua produção em razão das suas reservas petrolíferas gigantescas. Agora, o mercado se incumbirá de buscar o seu próprio ponto de equilíbrio. Em resumo, mudaram os níveis de produção, juntamente, com a geopolítica.

Os Estados Unidos, dentro da nova era do petróleo, podem muito bem desempenhar o papel de “reguladores de preços”, que antes eram dos países do Golfo Pérsico. A extração de óleo e gás do xisto betuminoso e investimentos em tecnologias de ponta, visando melhorias na competitividade, será a tônica do momento. Exatamente o que os americanos estão fazendo.

Acrescenta o ilustre economista:” os Estados Unidos tem um novo papel na regulação do preço do barril de petróleo e já estão se exercitando nessa área. Em vez de produzirem 1 milhão de barris adicionais por dia, os Estados Unidos vão produzir meio milhão em 2015, pois agora planejam a produção em função dos preços”. 

Dentro da atual perspectiva traçada, pelo economista Daniel Yergin, restam aos países, aos estados e aos municípios, dependente do petróleo, repensar as suas estratégias de desenvolvimento econômico, de uma forma séria e não demagógica, como se assiste, infelizmente, na Bacia Petrolífera de Campos. As velhas e conhecidas bandeiras, sendo erguidas pelos novos arautos. Que decepção!

José Alves de Azevedo Neto
Economista



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