Inferno
Astral
Percebe-se
claramente, ao longo deste começo de ano, a dificuldade enfrentada pelo segundo
mandato do governo da presidente Dilma, sob vários aspectos de índole negativa,
sobretudo, ao que tange as articulações políticas que nos últimos dias, constata-se
como uma das piores da história republicana. O Fato que simboliza bem a situação
acima, diz respeito a eleição da Presidência da Câmara Federal, elegendo o
deputado federal do Estado do Rio de Janeiro, Eduardo Cunha. Numa derrota
retumbante do Palácio do Planalto.
Outro
fato que vem criando uma celeuma imensa no Congresso Federal, relaciona-se a
aprovação do ajuste fiscal, que retira da classe trabalhadora direitos importantes
conquistados legalmente ao longo do tempo, inclusive, com a bancada petista no
Congresso Nacional, resistindo em aprová-las. O que não constitui novidade
alguma, uma vez que após o governo federal arrombar o caixa da União, ele
resolve agora, para variar e não fugir à regra dos governos de formação
política reacionária, convidar os mesmos de sempre, à pagarem às contas, os
trabalhadores, que efetivamente formam a base eleitoral da nossa presidente.
Lamentável!
Verifica-se
dentro deste contexto de ansiedade, com o fito de conter e equilibrar os gastos
públicos, uma repetição por parte dos formuladores da política econômica, de
quererem penalizar mais uma vez, àqueles que auferem rendas menores, os
assalariados, em detrimento das camadas sociais, em que a renda no Brasil está
mais concentrada. Através de elevações sucessivas de impostos e preços
administrados (luz, água, combustíveis, etc.).
Não
se vê atualmente como também não se viu em anos anteriores os sucessivos
governos, se esforçarem em aprovar junto ao Congresso Nacional uma reforma
tributária, que alivie aos recebedores de menores rendas. O que se presencia,
infelizmente, são elevações de impostos sobre àqueles, que já não suportam
tanto, a carga tributária, hoje existente no Brasil.
O
pior desta conjuntura, reside na afronta ou acinte a sociedade, verificada na
publicação dos balanços patrimoniais dos bancos brasileiros, que fecharam as
suas contas de 2014, com a chave de ouro, ostentando lucros astronômicos. E que
de certa forma não serão incomodados como os trabalhadores estão sendo agora
pelo governo Dilma, em relação ao cruel garrote tributário. Para esclarecer
melhor aos leitores, os bancos pagam hoje de Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL), apenas 15%. O governo federal poderia colocar no seu pacote de
maldades fiscais, uma majoração de 15% para 20%, neste tributo, pago pelos
bancos. Tenho certeza absoluta, que um aumento de 5%, na tributação de agentes
econômicos, que navegam em mares de opulência financeira, em contradição, ao
país miserável e injusto como o nosso, não ficaria caro para eles. Como ficará
a conta a partir de agora, para os trabalhadores.
Por
derradeiro, ressalto todavia, que a despeito da complexidade política do país e
desordem das contas públicas e do remédio amargo que está por vir, considero
injustificável, a campanha feita pelas redes sociais e alguns jornais do
Brasil, pedindo o “impeachment” da presidente Dilma. Reputo como um
despropósito, tendo em vista que não está provado nenhuma conduta criminosa contra
ela.
A
presidente foi eleita pelo voto direto e legítimo do povo brasileiro, dentro do
regime democrático. Quem pode tirá-la do poder seguindo as regras basilares da
democracia, é a população. O voto possui soberania e deve ser respeitado.
Esquecem os arautos do caos, que se por acaso o Congresso votar o “impeachment”,
quem assumirá o cargo de Presidente da República, será o Michel Temer e o Vice-
Presidente da República, passará por força da Constituição Federal, a ser o
Presidente da Câmara, o deputado federal Eduardo Cunha. “Nada é tão ruim que
não se pode piorar”. Ou não? Acredito na democracia e não tenho saudades dos
anos de chumbo. Feliz carnaval para todos!
José Alves de Azevedo Neto
Economista
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