quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

O Paraíso Acabou

A população brasileira até o ano de 2014, quando finalizou-se o primeiro mandato da ilustre presidente Dilma, parecia viver no paraíso do consumo dos bens e serviços, acreditando sempre nos discursos falaciosos, proferidos pela inquilina do Palácio do Planalto.

Na ocasião, a presidente da República, veio à público diversas vezes, anunciar ao Brasil em cadeia de rádios e televisões, que o país vivia um momento impar da sua história. Os juros reduziriam  acompanhados das contas de luz, além do mais, todos poderiam comprar carros zero, pois o seu governo reduziria o imposto sobre produtos industrializados (IPI), através da tão propalada e nociva no longo prazo, a renúncia fiscal, prorrogada inúmeras vezes pelo então Ministro da Fazenda, Guido Mantega, que de uma forma duvidosa e acintosa a toda sociedade brasileira, divulgava em suas entrevistas que o Brasil, retomaria o crescimento econômico, com a possibilidade de crescer 4% ao ano. Fato que obviamente se confirmou no mundo real contrariamente as previsões do ministro, como se verificou. A palavra de ordem se limitava apenas a uma só frase: vamos consumir! 

Todavia, como nada dura para sempre, sobretudo, os gastos desenfreados dos governos, a conta pelo aspecto perdulário e irresponsável da indução do crescimento econômico pela variável consumo, chegou. E todos são concitados agora a pagá-la, inclusive, ela pesará mais sobre àqueles que mais necessitam das políticas públicas. Como bem ressaltou em tempos idos, a dama de ferro inglesa e primeira ministra Margareth Thatcher, “o socialismo dura enquanto o dinheiro dos outros não acaba”.

Por conta do descalabro do desequilíbrio significativo das contas públicas federais, assume o Ministério da Fazenda, o economista de viés ultra ortodoxo, formado em uma das maiores universidades americanas, escolhido pela presidente Dilma e ungido pelo nosso guia, o ex-presidente Lula, sob imensas críticas e veementes protestos de vários petistas, como por exemplo, o da figura emblemática do Jose Dirceu.

O indigitado ministro, em outrora fez parte do governo Fernando Henrique Cardoso, exercia até chegar o convite para ocupar o Ministério da Fazenda, cargo relevante, na expressiva instituição financeira privada brasileira, o Bradesco, que no ano de 2014, fechou o seu balanço patrimonial com o lucro líquido de 15 bilhões de reais. Não precisa se dizer mais nada ou precisa?

Após a sua posse bem concorrida em Brasília, o Joaquim Levy, anuncia à nação o seu pacote de maldades sem hesitação, de acordo com o que determina o receituário da ortodoxia econômica. São elas: a volta da contribuição de intervenção no domínio econômico (Cide) sobre os combustíveis (que estava zerada e doravante passou para 22 centavos no caso da gasolina e 15 centavos no caso do diesel, o que deve gerar uma receita extra de 14 bilhões de reais ao ano), o aumento do imposto sobre operações financeiras (IOF) nas operações de crédito (que vai passar a somar ao 0,38% estabelecido com o fim da CPMF uma alíquota de 3%, ao contrário da anterior, de 1,5%, o que resultará em um ganho de 8,3 bilhões anuais), além do aumento do PIS/Cofins sobre produtos importados (que passará de 9,25% para 11,75%) e o IPI sobre o segmento de cosméticos.

Agrega-se ao contexto de maldades, cortes de gastos ministeriais, a mudança de regras na concessão do seguro-desemprego e a volta da cobrança do IPI sobre automóveis e itens ligados a produção da linha branca, como fogões, geladeiras e etc. Além da não correção da tabela que estabelece as diferentes faixas de tributação do imposto de renda.

Por derradeiro, diante deste contexto, fico à vontade para asseverar que o paraíso tão bem divulgado, pelo governo Dilma, era apenas uma fantasia, um engodo, para faturar o segundo mandato, como ocorreu. Resta-nos a partir desta triste e frustrante realidade, dizer que o inferno chegou com a possibilidade de apagões na área de energia, recheado com a crise por falta de planejamento, da água. Viva o Brasil!

José Alves de Azevedo Neto
Economista
 
    


    

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