Preços Irrealistas
Estudo divulgado por dois pesquisadores do IPEA (Instituto de
Pesquisa Aplicada) faz um alerta aos agentes econômicos, sobre a possibilidade
da formação de uma bolha no mercado imobiliário brasileiro, em virtude de uma
possível alta das taxas de juros futuras.
Na opinião desses estudiosos, à disparada de preços dos
ativos reais da economia, como por exemplo, os terrenos, as casas e
apartamentos, são considerados irrealistas e insustentáveis a longo prazo,
tendo em vista que tais majorações dos preços são incompatíveis com o movimento
de oferta e procura dos aludidos ativos.
A pesquisa foi desenvolvida e assinada pelos economistas
Mário Jorge Mendonça e Adolfo Sachsida, onde constataram que os preços dos
imóveis na cidade do Rio de Janeiro tiveram uma alta de 165% e de 132% em São
Paulo, entre o período de janeiro de 2008 e fevereiro de 2012, contra uma
inflação calculada no mesmo período de 25%. Acrescentam, também, que em outras
capitais como Recife, Belo Horizonte, Brasília e Fortaleza, o comportamento dos
preços não foram diferentes, guardando apenas as devidas proporções relativas à
ambiência econômica.
Para um melhor esclarecimento, a respeito do assunto,
relevante esclarecer que via de regra, as bolhas de preços são infladas pelo
crescimento acelerado da oferta de crédito, no caso do setor habitacional
brasileiro, tais estímulos residem em programas, incentivos e obras do governo federal.
“A insistência do governo em aquecer ainda mais um mercado imobiliário já
aquecido só tende a piorar o resultado final”, diz o texto. Entre os exemplos
citados encontram-se os juros subsidiados para o mercado imobiliário, o
programa Minha Casa, Minha Vida e os empreendimentos vinculados à Copa do Mundo
de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
Ainda segundo o estudo, a escalada dos preços dos imóveis será
interrompida com as altas das taxas de juros, o que é esperado com o retorno do
crescimento econômico.
Todavia, às consequências de uma eventual crise no mercado
imobiliário brasileiro, não serão tão cruéis como foram a do mercado
imobiliário americano, porém, os seus efeitos não poderão ser
desprezíveis.
Dentro deste contexto,
de possibilidade de turbulência no mercado imobiliário, urge necessário por
parte dos consumidores, que pensam em contrair empréstimos na aquisição de
imóveis, um pouco mais de prudência na hora de se pensar num contrato de
financiamento de longo prazo. Caso contrário, poderão amargar consequências desagradáveis
num cenário futuro de crise. Não é o que queremos.
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