quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Ritmo Lento


Ritmo Lento

PIB – 2º Trimestre

Investimento
- 0,7%
Indústria
- 2,5%
Gast. Púb.
1,1%
Cons. Fam
4,9%
Agropecuária
4,9%

 

Divulgado no dia trinta e um de agosto o resultado do Produto Interno Bruto, do segundo trimestre de 2012, mostra que embora longe de recessões e turbulências do passado o país vive o mais longo ciclo de crescimento baixo desde o Plano Real. São oito trimestres ou dois anos que a expansão do Produto Interno Bruto, não ultrapassa 1%. Entre abril e junho deste ano a alta foi de 0,4%, numa tímida melhora de 0,1% em relação a janeiro a março do mesmo período.

De acordo com a tabela acima, pode-se acompanhar o desempenho dos números do PIB, que assustam e preocupam o governo. Os investimentos caíram 0,7%, caracterizando uma falta de expansão na capacidade instalada da economia, para poder fazer face a elevação do consumo das famílias, que se encontram em 4,9%, estimulados pelo crédito fácil, queda das taxas de juros que estão num patamar abaixo da média histórica, e o IPI reduzido responsável pela queda dos preços dos bens duráveis (carros, geladeiras, etc.).

Como consequência da política de estímulo ao consumo e aquecimento da demanda por bens e serviços, os indicadores de preços já apontam oscilação, o IPCA (Índice de Preço do Consumidor Amplo) já ultrapassa à casa dos 5% ao ano, percentual fora da meta inflacionária pré-estabelecida pelo governo para este ano, que é de 4,5%.

A despeito da política fiscal de prorrogação do IPI, percebe-se que a atividade industrial não reage ao benefício dado pelo governo, como se verifica na aludida tabela, através da retração de 2,5%. Os gastos públicos também são acanhados, ficaram no patamar 1,1%.

No ensejo, se depreende que o produto da economia está sendo alavancado pelo consumo das famílias e da agropecuária, com números expressivos, quando comparado com as demais variáveis econômicas do PIB. O consumo e a agropecuária figuram com 4,9% no cálculo.

Assim, urge necessário se retomar rapidamente os investimentos, responsáveis pelo crescimento econômico sustentável e agregador de valor ao sistema econômico, ao contrário do que se percebe na atual conjuntura de política econômica, cujas prioridades estão voltadas para o aquecimento do consumo desenfreado em detrimento dos investimentos.

 Pelo visto o comando dado pela ilustre presidente da República aos seus nobres ministros, para que eles focassem as suas respectivas gestões nas despesas de capitais (investimentos) não saiu ainda do papel. Para que isto ocorra, o governo deve dar uma atenção especial à agenda das obras do PAC (programa de aceleração do crescimento), com o fito de se tirar o país da inércia do crescimento do PIB. Vamos torcer.

 

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