sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Abismo Fiscal


Abismo Fiscal

Cumprindo promessa de campanha o presidente Obama, inicia o seu processo de convencimento dos deputados e senadores do partido republicano, para tentar aprovar no Congresso Nacional, o pacote de medidas de austeridades fiscais, com o objetivo de evitar que a economia americana entre num processo de recessão, por causa do “abismo fiscal”, tão propalado pela mídia.

Tal conjunto de medidas, caso não obtenha aprovação por parte do Congresso americano até o final do ano, poderá levar a economia do país ao “abismo fiscal”, termo utilizado pelo mercado, para caracterizar um corte automático das despesas públicas da ordem de US$100 bilhões, combinado com um aumento de impostos generalizado de US$ 400 bilhões, conjuntura econômica indesejada pelos democratas, pois as consequências decorrentes deste mecanismo automático de ajuste fiscal, previsto na legislação americana, mergulhará todo o sistema econômica num desaceleramento da demanda agregada, podendo levar os Estados Unidos a amargar pela segunda vez outra recessão, com efeitos cruéis sobre a geração de emprego e renda da economia, num momento em que os indicadores econômicos apresentam melhora.

Por conta deste cenário nebuloso, às empresas americanas já anunciam redução dos seus respectivos planos de investimentos, com sinais claros de um novo entrave à recuperação econômica dos Estados Unidos. Inclusive, metade das 40 empresas de capital aberto que mais investem no país anunciaram a intenção de restringir a suas políticas de investimentos, este ano e para o próximo, trabalhando com cenário de incerteza já a partir deste ano, o que não é bom para economia mundial.

As previsões realizadas pelos analistas econômicos, não são boas, afirmam que a partir de janeiro de 2013, o PIB americano cujas estimativas de crescimento eram de 1,7%, poderá reduzir ao patamar de 0,5%, e a taxa de desemprego sairá de 8% para 9% no mesmo período.

Com o fito de se evitar um desequilíbrio orçamentário ainda maior, uma das propostas assumidas pelo presidente Obama e defendida em campanha, diz respeito à necessidade de se buscar fonte de financiamento através da tributação das classes sociais mais ricas, segmento social bafejado pelos republicanos, com benesses fiscais, na era Bush.

Dentro deste contexto, nada agradável, resta ao mundo torcer para que o acordo entre os democratas e republicanos, saia logo, caso contrário à economia global poderá sofrer mais um revés. Não é do desejo dos agentes econômicos, que a economia dos Estados Unidos que esboça possibilidade de recuperação, entre em compasso recessivo, já basta à economia europeia. É verdade!   

 

José Alves de Azevedo Neto

Economista

 

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