Abismo
Fiscal
Cumprindo promessa de
campanha o presidente Obama, inicia o seu processo de convencimento dos
deputados e senadores do partido republicano, para tentar aprovar no Congresso
Nacional, o pacote de medidas de austeridades fiscais, com o objetivo de evitar
que a economia americana entre num processo de recessão, por causa do “abismo
fiscal”, tão propalado pela mídia.
Tal conjunto de
medidas, caso não obtenha aprovação por parte do Congresso americano até o
final do ano, poderá levar a economia do país ao “abismo fiscal”, termo
utilizado pelo mercado, para caracterizar um corte automático das despesas
públicas da ordem de US$100 bilhões, combinado com um aumento de impostos
generalizado de US$ 400 bilhões, conjuntura econômica indesejada pelos democratas,
pois as consequências decorrentes deste mecanismo automático de ajuste fiscal,
previsto na legislação americana, mergulhará todo o sistema econômica num desaceleramento
da demanda agregada, podendo levar os Estados Unidos a amargar pela segunda vez
outra recessão, com efeitos cruéis sobre a geração de emprego e renda da
economia, num momento em que os indicadores econômicos apresentam melhora.
Por conta deste
cenário nebuloso, às empresas americanas já anunciam redução dos seus
respectivos planos de investimentos, com sinais claros de um novo entrave à
recuperação econômica dos Estados Unidos. Inclusive, metade das 40 empresas de
capital aberto que mais investem no país anunciaram a intenção de restringir a
suas políticas de investimentos, este ano e para o próximo, trabalhando com
cenário de incerteza já a partir deste ano, o que não é bom para economia
mundial.
As previsões
realizadas pelos analistas econômicos, não são boas, afirmam que a partir de
janeiro de 2013, o PIB americano cujas estimativas de crescimento eram de 1,7%,
poderá reduzir ao patamar de 0,5%, e a taxa de desemprego sairá de 8% para 9%
no mesmo período.
Com o fito de se
evitar um desequilíbrio orçamentário ainda maior, uma das propostas assumidas pelo
presidente Obama e defendida em campanha, diz respeito à necessidade de se
buscar fonte de financiamento através da tributação das classes sociais mais
ricas, segmento social bafejado pelos republicanos, com benesses fiscais, na
era Bush.
Dentro deste contexto,
nada agradável, resta ao mundo torcer para que o acordo entre os democratas e
republicanos, saia logo, caso contrário à economia global poderá sofrer mais um
revés. Não é do desejo dos agentes econômicos, que a economia dos Estados
Unidos que esboça possibilidade de recuperação, entre em compasso recessivo, já
basta à economia europeia. É verdade!
José
Alves de Azevedo Neto
Economista
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