sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Estelionato do Estado


Estelionato do Estado

O Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário elaborou estudo sobre a carga tributária de trinta países do mundo, na oportunidade concluiu de que o Brasil possui uma das maiores cargas tributárias dentre os países estudados, e o que é pior, a contrapartida dos serviços oferecidos pelo estado brasileiro, são precárias, tendo em vista a incapacidade de oferecer os bens e serviços, essenciais ao bem estar da sociedade. Acrescenta ainda ao aludido estudo, o brasileiro pagou somente no exercício fiscal de 2011, R$ 1,5 trilhão em impostos o correspondente a 36% do PIB brasileiro (produto interno bruto), o que significa a décima segunda maior carga tributária do mundo.

O problema maior da atual conjuntura brasileira, não passa pela alta carga tributária ou eficácia da cunha fiscal arrecadatória por parte do governo. O que mais preocupa e leva o cidadão brasileiro a manifestar sentimento de indignação, diz respeito aos serviços que ele paga e não o recebe, compativelmente dentro de uma relação simétrica.

Quando se recorre ao sistema de saúde pública, por exemplo, aos hospitais da rede pública, o atendimento realizado pelos profissionais da área de saúde e os equipamentos existentes para exames, deixa muito a desejar, obrigando a população a buscar os serviços que já foram pagos, na iniciativa privada, especificamente no caso em tela nos planos de saúde, que ora oferecem serviços de baixa qualidade.

No mesmo diapasão, pode-se salientar os serviços prestados inerentes à educação pública, que também sofre dos malefícios da má gestão da aplicação dos recursos públicos. O estado tributa a renda da sociedade de forma escorchante, e o cidadão se vê na obrigação de buscar o imprescindível serviço educacional na iniciativa privada, pagando-o a preço de ouro. 

No que tange ao serviço de segurança pública, claro, a conjuntura não foge à regra, a sociedade para se proteger, coloca alarmes nos seus veículos, nas suas residências, caso contrário poderá se surpreender com o surrupiamento dos seus respectivos patrimônios, pois a contrapartida advinda do estado em relação ao serviço, segurança pública, também, não se destaca no rol dos bons serviços prestados.

Por essas e outras razões, é que os brasileiros pagam duas vezes pelo mesmo serviço, e infelizmente, usufruiu apenas de um. Paga-se através de impostos e paga-se também ao mercado pelo mesmo serviço, com o salário do trabalhador. Um verdadeiro estelionato. Sem falar nas estradas, por onde se trafega, pagando às maiores tarifas de pedágio do mundo, para se ter estradas seguras e sem buracos, fato que ainda não ocorre, no país.

A sociedade brasileira através do mecanismo de duplo pagamento pelo mesmo serviço percebe a sua renda diminuir dia a dia, o que não é bom para o crescimento econômico. Caso o estado brasileiro, alocasse com eficácia parcela da renda apropriada do bolso do contribuinte mensalmente, a capacidade de poupança da economia brasileira se elevaria, como consequência, o reflexo sobre a curva de investimento seria positivo, com significativo impacto sobre o produto interno bruto.  Vamos torcer para que  essa realidade mude!         

 

José Alves de Azevedo Neto

Economista

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