quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Nem o velho Chico escapa


Nem o velho Chico escapa

A Globo News numa brilhante reportagem sobre o desperdício dos recursos públicos no Brasil destacou a grande obra do governo do ex-presidente Lula, a transposição do rio São Francisco, sonho acalentado há mais de cinquenta anos pelo povo nordestino que vive na própria pele a exclusão econômica e a tenebrosa seca, no sertão. 

Infelizmente como não poderia deixar de ser e fugir à regra geral dos sucessivos governos que passam pelo Palácio do Planalto, a obra encontra-se abandonada e parada, configurando mais um exemplo de desperdício do dinheiro público. Para se ter uma ideia do problema, a parte que coube às grandes empreiteiras proprietárias de uma fatia significativa do orçamento federal está inacabada, para tristeza do povo nordestino e do contribuinte brasileiro, acrescenta-se ainda a esta história deplorável, a necessidade de refazer boa parte dela, tendo em vista as inúmeras rachaduras identificadas nos canais de cimento construído, com o fito de escoar a água para às propriedades rurais do nordeste.

 A outra parte da obra que ficou a cargo do exército brasileiro está pronta, e diga-se de passagem, sem nenhum problema de ordem técnica, com o seu cronograma executado dentro do previsto sem nenhuma ressalva por parte dos órgãos técnicos competentes.

Como não fosse suficiente à má aplicação dos recursos públicos pelo governo federal descrito acima, deve-se ressaltar ao contexto a ineficiência, no que tange à execução orçamentária, deixando muito a desejar, sobretudo na atual conjuntura em que o Brasil necessita de reduzir os seus gargalos na infraestrutura social e econômica, como nos portos, aeroportos, estradas e principalmente o ensino básico, com a finalidade de elevar a competitividade da economia nacional, frente aos desafios da globalização, através de uma política de investimento eficiente, coisa que não vem ocorrendo.

 Só de janeiro a setembro de 2012, o governo federal só aplicou 44% do valor absoluto autorizado pelo Congresso para despesa de capital (investimentos) de R$ 102,3 bilhões, o que representa o valor de R$ 45,2 bilhões.

 Numa economia que pretende crescer 4% do PIB no ano de 2013, realmente é muito pouco. O que está havendo com o governo Dilma?

 Para se melhorar o desempenho dos indicadores de produtividades da indústria brasileira, é de fundamental importância os investimentos do setor público, sem eles os investimentos privados tendem a se reduzir.

Percebe-se, todavia, que a política econômica do governo federal prioriza o consumo em detrimento dos investimentos, como a guisa de exemplo, a política fiscal de redução do IPI, conjugada com a política monetária de redução dos juros, opção por um crescimento econômico que não se sustenta ao longo prazo.

Necessário se faz apelar para equipe econômica repensar a trajetória de crescimento sem prioridade para o investimento, além do mais, solicitar dos órgãos responsáveis maior fiscalização em relação à aplicação dos recursos dos contribuintes, como os fatos acima indicam, não vem sendo aplicados de acordo com a legislação vigente no país. Olhem por exemplo o descaso com a obra de transposição do rio São Francisco.  Lamentável!

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