A Venezuela é aqui...
Do
jeito em que se configura o cenário político em Brasília, com a aprovação da
polêmica e desastrosa emenda de autoria do deputado do PT do Piauí, pela
Comissão de Constituição e Justiça que hoje possui como membros, os deputados
mensaleiros condenados pelo STF, por odiosos crimes, José Genoíno e João Paulo
Dutra, cujo conteúdo discorre sobre a obrigatoriedade do Supremo Tribunal
Federal, submeter às suas decisões ao Congresso Nacional, fato repudiável,
tendo em vista constituir uma agressão a Constituição brasileira, por significar
uma interferência entre os poderes da República.
Se
a temperatura da discussão continuar no patamar em que se encontra, onde
ministros do Supremo e os presidentes da Câmara e do Congresso Nacional
resistem em se sentar para abrir um diálogo maduro, em que se possa colocar às
vaidades e picuinhas de lado, com o objetivo de elevar o tom do debate e
retomar a boa convivência entre os dois poderes, quem perderá é a democracia
brasileira e a população que não merece assistir esta deprimente controvérsia, em
que as partes só tendem a perder e a se nivelar a países, em que o judiciário é
um mero e inexpressivo poder ao sabor das injunções políticas, como na
Venezuela.
A
indigitada emenda aprovada permite se fazer inúmeras interpretações a seu
respeito, uma delas se refere à possibilidade do partido da presidente da
República, intimidar o Supremo Tribunal Federal e os seus ministros, por eles
terem condenados a cúpula do PT, por compra de votos no Congresso Nacional, com
o intuito de favorecer o governo Lula, em votações importantes ou que os
ex-presidente tinha interesses, na aludida casa.
Se
essa interpretação proceder, certamente o Brasil entra numa rota de retrocesso
democrático, pois tal postura revela a imaturidade e pequenez dos homens
públicos que são eleitos para representar os interesses da população, e não
para subordinar os seus respectivos mandatos aos interesses de uma militância
partidária sem compromisso com os rumos da nação, mas sim com o estatuto do
partido.
Os
homens públicos responsáveis e de bem deste país, não podem permitir que se
ocorra uma crise institucional no país derivada de um ato irresponsável oriundo
de uma Comissão do Congresso, diga-se de passagem, a mais importante, num
momento em que o Brasil necessita de paz e tranquilidade, para recepcionar os
grandes eventos que virão por aí, como a Copa das Confederações, a Copa do
Mundo e as Olimpíadas, além da necessidade premente de se retomar o crescimento
econômico, cujo percentual atingiu em 2012 0,9% do PIB.
Diante
desse lastimável episódio, já passa da hora da presidente Dilma, como chefe do
poder Executivo, sinalizar para a sua base política no Congresso Nacional, que
não é hora de se brincar com coisa séria, caso contrário se passará para o
mundo, que o Brasil se comporta também igual à Venezuela, onde a lei maior é
manipulada ao bel prazer das conjunturas políticas.
José Alves de Azevedo Neto
Economista
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