sexta-feira, 12 de abril de 2013

O X da Questão


O X da Questão

Um dia após circular no mercado a notícia de que às empresas do megaempresário Eike Batista, se encontravam com a saúde financeira debilitada, em decorrência do alto grau de endividamento ocorrido no curto período de prazo de um ano, quando totalizaram em valores absoluto R$ 24 bilhões, na mesma hora o mercado reagiu de forma negativa, com significativos reflexos nas ações do grupo.

Diante deste triste episódio, ou talvez no início de uma conjuntura de turbulência para o aludido empresário, a presidente da Petrobrás Graça Fortes, num ato de solidariedade ou com o objetivo de sinalizar ao mercado, que nem tudo estava perdido, declara que a estatal brasileira poderá utilizar o Porto do Açu, como base de escoamento da futura produção de petróleo, advinda das riquezas petrolíferas do pré-sal, da Bacia de Santos, fato que incensou o mercado de forma positiva e como consequência as ações do grupo subiram 6%, para felicidade de todos.  Inclusive a ilustre presidente Graça Fortes, deixa claro na sua entrevista que a iniciativa da Petrobrás, de utilizar a base do Porto do Açu como base de escoamento, não trata-se de socorro a empresário algum.

Todavia é bom que ressalte, que as dificuldades enfrentadas pelo grupo X não constitui novidade para ninguém, há vários meses haviam rumores de vários segmentos econômicos, de que os investimentos propalados pelo nobre empresário na região do Açu possuía uma grande pitada de expectativa e pouco componente de realidade, como se pode verificar atualmente na prática, infelizmente, pois os vários grupos econômicos que eram dados como certo de instalarem as suas plantas industriais na retroárea do porto, já declinaram a sua desistência, dentre elas destacam-se a siderúrgica chinesa Wisco, e a montadora japonesa Nissan, além da siderúrgica argentina Ternium que poderá abandonar o Açú, segundo fontes do mercado, o que via de regra não é bom para o Brasil, muito menos para a nossa região.

O X da questão reside na possibilidade, embora remota, do megaempresário altamente articulado com as esferas do poder central brasileiro, não foi por acaso que o ex-presidente Lula esteve no Açu com o Eike agora recentemente, entrar num processo falimentar, o que não interessa para ninguém, tendo em vista que ele deve valores expressivos ao mercado financeiro nacional e também aos bancos públicos, como o BNDES e a Caixa Econômica Federal, que juntos emprestaram ao megaempresário R$ 8 bilhões de reais. Sem falar na região Norte do Estado do Rio de Janeiro, cuja mutação econômica encontra-se hoje diretamente ligado aos investimentos, que convergem para o Superporto do Açu.

Será decepcionante, para não dizer frustrante para nossa região, se tudo isto que se constrói e falam por conta desses grandes investimentos que vieram e virão por aí, não se refletirem numa realidade de crescimento econômico.

Na qualidade de campista, afirmo com toda a tranquilidade que o povo de Campos não suportará mais essa desilusão, sempre torcemos pelo desenvolvimento econômico regional, e esperamos que o espírito animal e farejador do indomável empresário Eike Batista, entre em cena para reverter o atual quadro de adversidade econômico-financeiro, que ora ronda os seus empreendimentos. Estamos na torcida!

 

José Alves de Azevedo Neto

Economista

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