O
X da Questão
Um
dia após circular no mercado a notícia de que às empresas do megaempresário
Eike Batista, se encontravam com a saúde financeira debilitada, em decorrência
do alto grau de endividamento ocorrido no curto período de prazo de um ano, quando
totalizaram em valores absoluto R$ 24 bilhões, na mesma hora o mercado reagiu
de forma negativa, com significativos reflexos nas ações do grupo.
Diante
deste triste episódio, ou talvez no início de uma conjuntura de turbulência
para o aludido empresário, a presidente da Petrobrás Graça Fortes, num ato de
solidariedade ou com o objetivo de sinalizar ao mercado, que nem tudo estava
perdido, declara que a estatal brasileira poderá utilizar o Porto do Açu, como
base de escoamento da futura produção de petróleo, advinda das riquezas
petrolíferas do pré-sal, da Bacia de Santos, fato que incensou o mercado de
forma positiva e como consequência as ações do grupo subiram 6%, para
felicidade de todos. Inclusive a ilustre
presidente Graça Fortes, deixa claro na sua entrevista que a iniciativa da
Petrobrás, de utilizar a base do Porto do Açu como base de escoamento, não
trata-se de socorro a empresário algum.
Todavia
é bom que ressalte, que as dificuldades enfrentadas pelo grupo X não constitui
novidade para ninguém, há vários meses haviam rumores de vários segmentos
econômicos, de que os investimentos propalados pelo nobre empresário na região
do Açu possuía uma grande pitada de expectativa e pouco componente de realidade,
como se pode verificar atualmente na prática, infelizmente, pois os vários grupos
econômicos que eram dados como certo de instalarem as suas plantas industriais
na retroárea do porto, já declinaram a sua desistência, dentre elas destacam-se
a siderúrgica chinesa Wisco, e a montadora japonesa Nissan, além da siderúrgica
argentina Ternium que poderá abandonar o Açú, segundo fontes do mercado, o que via
de regra não é bom para o Brasil, muito menos para a nossa região.
O
X da questão reside na possibilidade, embora remota, do megaempresário altamente
articulado com as esferas do poder central brasileiro, não foi por acaso que o
ex-presidente Lula esteve no Açu com o Eike agora recentemente, entrar num
processo falimentar, o que não interessa para ninguém, tendo em vista que ele
deve valores expressivos ao mercado financeiro nacional e também aos bancos
públicos, como o BNDES e a Caixa Econômica Federal, que juntos emprestaram ao
megaempresário R$ 8 bilhões de reais. Sem falar na região Norte do Estado do
Rio de Janeiro, cuja mutação econômica encontra-se hoje diretamente ligado aos
investimentos, que convergem para o Superporto do Açu.
Será
decepcionante, para não dizer frustrante para nossa região, se tudo isto que se
constrói e falam por conta desses grandes investimentos que vieram e virão por
aí, não se refletirem numa realidade de crescimento econômico.
Na
qualidade de campista, afirmo com toda a tranquilidade que o povo de Campos não
suportará mais essa desilusão, sempre torcemos pelo desenvolvimento econômico regional,
e esperamos que o espírito animal e farejador do indomável empresário Eike
Batista, entre em cena para reverter o atual quadro de adversidade
econômico-financeiro, que ora ronda os seus empreendimentos. Estamos na
torcida!
José Alves de Azevedo Neto
Economista
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