sexta-feira, 14 de junho de 2013

Pacote ou Embrulho?


Pacote ou Embrulho?

Na semana passada a presidente Dilma, lançou outro pacote de incentivo ao consumo com o objetivo de alavancar o crescimento econômico da economia brasileira, que na atual conjuntura de recrudescimento da inflação, preocupa sobremaneira as hostes do governo federal. Desta feita ao invés de optar por uma política fiscal de cunho expansionista, como no caso específico, a redução do IPI (imposto sobre produtos industrializados), para produtos duráveis que compõe a linha branca, como por exemplo, os eletrodomésticos e estendê-la à aquisição de automóveis, que de forma insuportáveis ocupam as cidades brasileiras.

 Agora a ilustre presidente, resolve utilizar os poderes da política monetária expansionista, através do programa lançado pelo governo, de oferecimento de crédito barato, com taxas de juros de 5% ao ano a uma faixa máxima de empréstimo de R$ 5.000,00, para os participantes do programa habitacional “Minha Casa Minha Vida”, adquirirem através da Caixa Econômica, móveis e eletrodomésticos, por consequência, aquecer a demanda agregada da economia através do aumento do consumo.

Tal medida configura como resposta aos ataques que o governo sofre da oposição, no atual momento pré-eleitoral, por conta do descontrole inflacionário que a economia brasileira enfrenta, embora a nossa presidente afirme que a inflação encontra-se sob controle, o que é uma inverdade, se ela tivesse sob controle o Banco Central não elevaria novamente a taxa de juros básica da economia, para 8,5% ao ano, com possibilidades de elevá-la ainda mais, na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central).

Além do mais, não adianta o governo tentar sofismar a realidade, o que vale efetivamente, são os aumentos dos preços que a população sente quando recorre aos supermercados com o intuito de comprar os gêneros alimentícios para se sustentarem. Isto é uma realidade, o resto constitui discurso de palanque de candidata à reeleição ao Planalto, que por conta desta empreitada ambiciosa se submete ao jogo do vale tudo.

Relevante salientar, que dentro deste novo cenário de medida de concessão de crédito por parte do governo federal, que não sabe por enquanto, de onde sairá à fonte do financiamento deste inusitado programa, cujo público alvo são pessoas que não possuem habilidades para lidar com o crédito, o que é muito perigoso, pois se poderá ascender no país uma massa de cidadãos endividados, o que é pior, forçar o governo no futuro bem próximo promover uma anistia das dívidas financeiras, convocando como sempre a sociedade que já anda assoberbada de tantos encargos a assumir mais esta fatura, tendo em vista que estas pessoas se submeterão a prestações acima de doze meses, e deverão possuir conhecimento necessário para encaixá-las nos seus respectivos orçamentos familiares, o que não me parece tão fácil assim. Vamos aguardar o desfecho de mais este pacote promovido pelo governo do PT, agora é a bolsa eletrodoméstico, que parece mais com um embrulho, amanhã qual será?   

 

José Alves de Azevedo Neto

Economista

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