Pacote
ou Embrulho?
Na
semana passada a presidente Dilma, lançou outro pacote de incentivo ao consumo
com o objetivo de alavancar o crescimento econômico da economia brasileira, que
na atual conjuntura de recrudescimento da inflação, preocupa sobremaneira as
hostes do governo federal. Desta feita ao invés de optar por uma política
fiscal de cunho expansionista, como no caso específico, a redução do IPI
(imposto sobre produtos industrializados), para produtos duráveis que compõe a
linha branca, como por exemplo, os eletrodomésticos e estendê-la à aquisição de
automóveis, que de forma insuportáveis ocupam as cidades brasileiras.
Agora a ilustre presidente, resolve utilizar
os poderes da política monetária expansionista, através do programa lançado
pelo governo, de oferecimento de crédito barato, com taxas de juros de 5% ao
ano a uma faixa máxima de empréstimo de R$ 5.000,00, para os participantes do
programa habitacional “Minha Casa Minha Vida”, adquirirem através da Caixa
Econômica, móveis e eletrodomésticos, por consequência, aquecer a demanda
agregada da economia através do aumento do consumo.
Tal
medida configura como resposta aos ataques que o governo sofre da oposição, no
atual momento pré-eleitoral, por conta do descontrole inflacionário que a
economia brasileira enfrenta, embora a nossa presidente afirme que a inflação
encontra-se sob controle, o que é uma inverdade, se ela tivesse sob controle o
Banco Central não elevaria novamente a taxa de juros básica da economia, para
8,5% ao ano, com possibilidades de elevá-la ainda mais, na próxima reunião do
Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central).
Além
do mais, não adianta o governo tentar sofismar a realidade, o que vale
efetivamente, são os aumentos dos preços que a população sente quando recorre
aos supermercados com o intuito de comprar os gêneros alimentícios para se
sustentarem. Isto é uma realidade, o resto constitui discurso de palanque de
candidata à reeleição ao Planalto, que por conta desta empreitada ambiciosa se submete
ao jogo do vale tudo.
Relevante
salientar, que dentro deste novo cenário de medida de concessão de crédito por
parte do governo federal, que não sabe por enquanto, de onde sairá à fonte do
financiamento deste inusitado programa, cujo público alvo são pessoas que não
possuem habilidades para lidar com o crédito, o que é muito perigoso, pois se
poderá ascender no país uma massa de cidadãos endividados, o que é pior, forçar
o governo no futuro bem próximo promover uma anistia das dívidas financeiras,
convocando como sempre a sociedade que já anda assoberbada de tantos encargos a
assumir mais esta fatura, tendo em vista que estas pessoas se submeterão a
prestações acima de doze meses, e deverão possuir conhecimento necessário para
encaixá-las nos seus respectivos orçamentos familiares, o que não me parece tão
fácil assim. Vamos aguardar o desfecho de mais este pacote promovido pelo
governo do PT, agora é a bolsa eletrodoméstico, que parece mais com um
embrulho, amanhã qual será?
José Alves de Azevedo Neto
Economista
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