sexta-feira, 28 de junho de 2013

Cenário Nebuloso


Cenário Nebuloso

A despeito das manifestações ocorridas nos últimos dias pelos jovens de todo o Brasil, numa demonstração clara de insatisfação com a classe política brasileira, fato que culminou na aparição da presidente da Republica, em cadeia nacional, ocupando o espaço vazio deixado pelos políticos do país, quando na oportunidade a aludida autoridade após consultar o seus assessor de marketing, João Santana, propôs a sociedade inúmeras medidas, dentre elas uma reforma fiscal com o escopo de equilibrar as contas públicas.

Fica difícil acreditar numa proposta de reforma fiscal, vinda por parte do governo Dilma, tendo em vista que a atual administração pública federal, nos últimos meses, patrocina um robusto programa de renúncia fiscal, com as sucessivas reduções do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), para setores cuja cadeia produtiva possui significativa capilaridade no sistema econômico, além de elevar os gastos públicos de forma inconsequente, com reflexos negativos sobre a curva do superávit primário (receita menos despesa, sem a conta juros) que o governo deve fazer, com o objetivo de financiar a dívida pública interna do país.

Se a nobre presidente estivesse inclinada e desejoso de implementar uma reforma fiscal, eficaz no país, o seu primeiro ato deveria ser o de fazer uma ampla reforma administrativa, com o fito de reestruturar os vinte dois mil cargos de confiança existente atualmente na administração pública federal, que serve de moeda política para o governo construir a sua base de apoio no Congresso Nacional, através da famosa política do “é dando que se recebe”, além de reduzir o número dos ministérios que hoje somam trinta e nove pastas, onerando fortemente o contribuinte nacional, iniciativa que contribuiria sobremaneira para a contenção dos gastos públicos e atenuar o cenário nebuloso que toma conta da economia nacional, exatamente numa conjuntura, em que o Banco Central do Brasil, reduz a previsão do PIB de 3,1% para 2,7% em 2013 e rever a projeção da inflação do IPCA, que subiu de 5,7% para 6%, este ano, para infelicidade dos trabalhadores que terão o seu poder aquisitivo corroído ainda mais.  Vamos aguardar!

 

José Alves de Azevedo Neto

Economista

 

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