Povo
na Rua
As
manifestações ocorridas na semana passada por todo o Brasil, com o objetivo de
chamar a atenção das autoridades constituídas pelo voto popular e reivindicar a
diminuição das passagens de ônibus de algumas capitais, devem ser encaradas com
muita seriedade por todos, sobretudo, pelas próprias autoridades, como por
exemplo, o governador de São Paulo Geraldo Alckmin e o prefeito de São Paulo
Fernando Haddad, que elevaram os preços das passagens dos coletivos urbanos, logo
em seguida, viajaram para a cidade de Paris, para participarem de eventos
internacionais sobre cidades, entretanto, antes de embarcarem, alegaram que não
haveria a mínima possibilidade de redução dos preços das passagens, situação
que foi revista assim que eles retornaram da Europa, devido ao clima de alta
temperatura emanado das ruas.
Desta
feita não se verificou, no grande evento popular, os velhos métodos de
mobilização popular, mas sim, a grande ferramenta contemporânea que é a
internet, ambiente virtual de preferência dos jovens, que foram os maiores
protagonistas desta festa popular de extrema relevância para a democracia
brasileira, quando na oportunidade, os jovens dispensaram a presença das velhas
e cansadas lideranças políticas e os seus respectivos partidos, como já é de
conhecimento de todos, pois eles não representam os anseios da sociedade e sim
os interesses de meia dúzia de apadrinhados da cúpula partidária.
As
bandeiras empunhadas pelos jovens são diversas, como por exemplo, a tarifa zero
para o transporte público, melhora na educação e na saúde pública, reforma
agrária e combate a corrupção, embora sejam reivindicações antigas, mas neste
momento histórico são defendidas por uma massa de jovens que resolveram buscar as
ruas, para demonstrarem as suas insatisfações com todo e qualquer desmando que
ocorre hoje no Brasil.
Aproveitaram
o momento em que ocorre a Copa das Confederações, evento internacional de
futebol, em que a mídia internacional encontra-se com os seus holofotes
voltados para o Brasil, e registraram de forma pacífica os seus veementes protestos
contra as astronômicas cifras de gastos públicos, aportados nas obras dos estádios
de futebol, os quais foram compelidos a obedecerem ao padrão Fifa de qualidade,
enquanto os hospitais públicos da rede estadual e federal são fechados no Rio
de Janeiros e em outros estados da federação.
Tal
gesto de indignação deixa claro, que o nosso país, atualmente sob a tutela do
presidente da Fifa, Josefh Blatter, vive de “circo”, exatamente a forma em que eram tratados o povo
no império Romano, só que lá existia o pão e a entrada para o Coliseu Romano
era grátis, aqui os ingressos são proibitivos para a população. Por conta
destes desmandos e problemas sociais e econômicos, os jovens ganharam às ruas e
disseram o que os políticos brasileiros, salvo raríssimas exceções não tiveram
a coragem de dizer. Aqui não é o quintal do senhor Blatter, aqui existe um povo
educado, politizado e sério, portanto, não aceitaremos ficar sob o domínio do
capital estrangeiro e colonizador.
Os
partidos políticos que ousaram pegar carona na grande marcham cívica pelo bem
da nação, foram rechaçados pelos participantes numa postura clara, de que estas
instituições faliram e representam o lixo da sociedade, com que a juventude
aguerrida nas praças não querem se misturar. Viva o novo Brasil! Parabéns a
todos os jovens corajosos que tiveram na manifestação, pois vocês, através dos
seus gritos e palavras de ordem, fizeram com que o gigante adormecido em berço
esplêndido, o Brasil, acordasse renovando às esperanças de toda a sociedade que
estava descrente do seu futuro. Vive a juventude varonil do Brasil!
José Alves de Azevedo Neto
Economista
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