sexta-feira, 21 de junho de 2013

Povo na Rua


Povo na Rua

As manifestações ocorridas na semana passada por todo o Brasil, com o objetivo de chamar a atenção das autoridades constituídas pelo voto popular e reivindicar a diminuição das passagens de ônibus de algumas capitais, devem ser encaradas com muita seriedade por todos, sobretudo, pelas próprias autoridades, como por exemplo, o governador de São Paulo Geraldo Alckmin e o prefeito de São Paulo Fernando Haddad, que elevaram os preços das passagens dos coletivos urbanos, logo em seguida, viajaram para a cidade de Paris, para participarem de eventos internacionais sobre cidades, entretanto, antes de embarcarem, alegaram que não haveria a mínima possibilidade de redução dos preços das passagens, situação que foi revista assim que eles retornaram da Europa, devido ao clima de alta temperatura emanado das ruas.

Desta feita não se verificou, no grande evento popular, os velhos métodos de mobilização popular, mas sim, a grande ferramenta contemporânea que é a internet, ambiente virtual de preferência dos jovens, que foram os maiores protagonistas desta festa popular de extrema relevância para a democracia brasileira, quando na oportunidade, os jovens dispensaram a presença das velhas e cansadas lideranças políticas e os seus respectivos partidos, como já é de conhecimento de todos, pois eles não representam os anseios da sociedade e sim os interesses de meia dúzia de apadrinhados da cúpula partidária.

As bandeiras empunhadas pelos jovens são diversas, como por exemplo, a tarifa zero para o transporte público, melhora na educação e na saúde pública, reforma agrária e combate a corrupção, embora sejam reivindicações antigas, mas neste momento histórico são defendidas por uma massa de jovens que resolveram buscar as ruas, para demonstrarem as suas insatisfações com todo e qualquer desmando que ocorre hoje no Brasil.

Aproveitaram o momento em que ocorre a Copa das Confederações, evento internacional de futebol, em que a mídia internacional encontra-se com os seus holofotes voltados para o Brasil, e registraram de forma pacífica os seus veementes protestos contra as astronômicas cifras de gastos públicos, aportados nas obras dos estádios de futebol, os quais foram compelidos a obedecerem ao padrão Fifa de qualidade, enquanto os hospitais públicos da rede estadual e federal são fechados no Rio de Janeiros e em outros estados da federação.

Tal gesto de indignação deixa claro, que o nosso país, atualmente sob a tutela do presidente da Fifa, Josefh Blatter, vive de “circo”,  exatamente a forma em que eram tratados o povo no império Romano, só que lá existia o pão e a entrada para o Coliseu Romano era grátis, aqui os ingressos são proibitivos para a população. Por conta destes desmandos e problemas sociais e econômicos, os jovens ganharam às ruas e disseram o que os políticos brasileiros, salvo raríssimas exceções não tiveram a coragem de dizer. Aqui não é o quintal do senhor Blatter, aqui existe um povo educado, politizado e sério, portanto, não aceitaremos ficar sob o domínio do capital estrangeiro e colonizador.

Os partidos políticos que ousaram pegar carona na grande marcham cívica pelo bem da nação, foram rechaçados pelos participantes numa postura clara, de que estas instituições faliram e representam o lixo da sociedade, com que a juventude aguerrida nas praças não querem se misturar. Viva o novo Brasil! Parabéns a todos os jovens corajosos que tiveram na manifestação, pois vocês, através dos seus gritos e palavras de ordem, fizeram com que o gigante adormecido em berço esplêndido, o Brasil, acordasse renovando às esperanças de toda a sociedade que estava descrente do seu futuro. Vive a juventude varonil do Brasil!        

 

José Alves de Azevedo Neto

Economista

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