PIB
Negativo
Infelizmente
o que os economistas de plantão alertavam há algum tempo, com base no modelo de
crescimento econômico, eleito pela equipe do nobre Ministro da Fazenda, Guido
Mantega, com a prioridade no consumo e não na elevação da capacidade de
investimentos da economia, que possui o condão de gerar riquezas, rendas e
tributos, ocorre agora, materializado através da recessão técnica divulgada
pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia), na sexta-feira
passada, como prova cabal, de que o modelo de expansão econômica atual
esgotou-se.
Recessão
técnica ocorre efetivamente, quando o PIB (Produto Interno Bruto) de
determinado país, torna-se negativo por dois semestres consecutivos, como
ocorreu com o PIB da nossa economia, com uma queda de 0,2% no primeiro e de
0,6% no segundo trimestre de 2014. No segundo trimestre os principais impactos
vieram exatamente da redução dos investimentos (5,3%) e no setor industrial de
(1,5%).
Oportuno
salientar, a ultima vez que o país amargou uma queda do PIB, foi no último
trimestre de 2008 e no primeiro trimestre de 2009, consequência da tão famosa e
propalada “marolinha” que atingiu a economia pátria, expressão cunhada pelo ex-presidente
Lula, à época para tentar de forma política, mitigar os efeitos negativos da
crise no nosso sistema econômico.
O
anúncio pelo IBGE, de tais dados econômicos, preocupa profundamente todos os
brasileiros, tendo em vista que a economia não consegue reagir mais aos
estímulos concedidos pelo governo federal através da redução do IPI (Imposto
sobre Produtos Industrializados), aos grandes grupos econômicos, que compõe o
setor automobilístico do país, que nunca antes na história deste país, se presenciou
uma montadora de carros, fechar as suas contas no prejuízo.
Acrescente-se, todavia, o pior de toda esta
engenharia fiscal com a clara finalidade de favorecer as montadoras de
automóveis, advém do bolso do contribuinte brasileiro, que não suporta pagar tanto
imposto na atual conjuntura econômica, sem que as autoridades públicas tenham a
corajem de propor ao Congresso Nacional uma reforma tributária de verdade. Além
do mais, existem os efeitos colaterais das sucessivas renúncias fiscais por
parte do governo federal, as cidades já não conseguem gerenciar o seu sistema
de trânsito, devido ao excesso de veículos em circulação e a falta de política
pública para o setor.
Dentro
deste quadro de populismo econômico em que a consequência só poderia terminar
na tragédia da recessão, com a possibilidade de se entrar num processo de estagflação,
situação em que existe inflação, baixo crescimento e desemprego ao longo do ano
de 2014, com reflexos danosos a população, que enfrentam novamente o fantasma
da inflação com baixos crescimentos econômicos, ou melhor dizendo a recessão.
O
Brasil contemporâneo poderia está de posse de uma agenda bem diversificada, com
temas relevantes sendo discutidos para o bem estar da população, como por
exemplo, a mobilidade urbana, a educação de qualidade e a ciência e tecnologia,
lamentavelmente voltamos ao passado, combatendo o tigre inflacionário, que
todos achávamos que se encontrava debelado, fato que não é verdade, portanto,
assisti-se agora este deplorável quadro, de retrocesso econômico no Brasil.
Embora as vozes da demagogia afirmem que se distribuiu renda no país, só que
eles esquecem que com o imposto inflacionário, o trabalhador adquiri menos bens
e serviços, e o agravante desta história toda patrocinada pelo partido do
governo federal o PT, eles não possuíram a coragem suficiente de enfrentar e
distribuir as riquezas dos milionários que ficaram mais milionários no atual
governo federal com a bolsa BNDES. Vejam por exemplo o caso de alguns
empresários e o dos Bancos, que semestralmente comemoram os seus astronômicos
lucros, a custa da pobreza da sociedade brasileira, o que nos deixa a vontade
para dizer, o Brasil continua descendo a ladeira... até quando?
José Alves de Azevedo Neto
Economista