sexta-feira, 29 de agosto de 2014

PIB Negativo


PIB Negativo

Infelizmente o que os economistas de plantão alertavam há algum tempo, com base no modelo de crescimento econômico, eleito pela equipe do nobre Ministro da Fazenda, Guido Mantega, com a prioridade no consumo e não na elevação da capacidade de investimentos da economia, que possui o condão de gerar riquezas, rendas e tributos, ocorre agora, materializado através da recessão técnica divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia), na sexta-feira passada, como prova cabal, de que o modelo de expansão econômica atual esgotou-se.
 

Recessão técnica ocorre efetivamente, quando o PIB (Produto Interno Bruto) de determinado país, torna-se negativo por dois semestres consecutivos, como ocorreu com o PIB da nossa economia, com uma queda de 0,2% no primeiro e de 0,6% no segundo trimestre de 2014. No segundo trimestre os principais impactos vieram exatamente da redução dos investimentos (5,3%) e no setor industrial de (1,5%).
 

Oportuno salientar, a ultima vez que o país amargou uma queda do PIB, foi no último trimestre de 2008 e no primeiro trimestre de 2009, consequência da tão famosa e propalada “marolinha” que atingiu a economia pátria, expressão cunhada pelo ex-presidente Lula, à época para tentar de forma política, mitigar os efeitos negativos da crise no nosso sistema econômico.


O anúncio pelo IBGE, de tais dados econômicos, preocupa profundamente todos os brasileiros, tendo em vista que a economia não consegue reagir mais aos estímulos concedidos pelo governo federal através da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), aos grandes grupos econômicos, que compõe o setor automobilístico do país, que nunca antes na história deste país, se presenciou uma montadora de carros, fechar as suas contas no prejuízo.


 Acrescente-se, todavia, o pior de toda esta engenharia fiscal com a clara finalidade de favorecer as montadoras de automóveis, advém do bolso do contribuinte brasileiro, que não suporta pagar tanto imposto na atual conjuntura econômica, sem que as autoridades públicas tenham a corajem de propor ao Congresso Nacional uma reforma tributária de verdade. Além do mais, existem os efeitos colaterais das sucessivas renúncias fiscais por parte do governo federal, as cidades já não conseguem gerenciar o seu sistema de trânsito, devido ao excesso de veículos em circulação e a falta de política pública para o setor.


Dentro deste quadro de populismo econômico em que a consequência só poderia terminar na tragédia da recessão, com a possibilidade de se entrar num processo de estagflação, situação em que existe inflação, baixo crescimento e desemprego ao longo do ano de 2014, com reflexos danosos a população, que enfrentam novamente o fantasma da inflação com baixos crescimentos econômicos, ou melhor dizendo a recessão.


O Brasil contemporâneo poderia está de posse de uma agenda bem diversificada, com temas relevantes sendo discutidos para o bem estar da população, como por exemplo, a mobilidade urbana, a educação de qualidade e a ciência e tecnologia, lamentavelmente voltamos ao passado, combatendo o tigre inflacionário, que todos achávamos que se encontrava debelado, fato que não é verdade, portanto, assisti-se agora este deplorável quadro, de retrocesso econômico no Brasil. Embora as vozes da demagogia afirmem que se distribuiu renda no país, só que eles esquecem que com o imposto inflacionário, o trabalhador adquiri menos bens e serviços, e o agravante desta história toda patrocinada pelo partido do governo federal o PT, eles não possuíram a coragem suficiente de enfrentar e distribuir as riquezas dos milionários que ficaram mais milionários no atual governo federal com a bolsa BNDES. Vejam por exemplo o caso de alguns empresários e o dos Bancos, que semestralmente comemoram os seus astronômicos lucros, a custa da pobreza da sociedade brasileira, o que nos deixa a vontade para dizer, o Brasil continua descendo a ladeira... até quando? 

 

José Alves de Azevedo Neto

Economista

       

 

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