sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Desesperar Jamais

Desesperar Jamais

Escrevo este artigo, na sexta feira dia vinte quatro de outubro de 2014, dois dias antes do segundo turno das eleições presidenciais, que efetivamente dará oportunidade ao povo brasileiro, o direito legítimo e sacrossanto de escolha, do seu próximo governante, no período de quatro anos.
Não se sabe ainda definitivamente, qual o Brasil que nascerá das urnas, nesta segunda-feira. Poderá ser o Brasil da Dilma ou do Aécio.

O que se pode afirmar nesta altura do campeonato, que ocorreu uma disputa renhida, entre os candidatos tímidos e receosos em perder votos, no tocante a propositura das medidas programáticas, que serão tomadas doe a quem doer, a partir de primeiro de janeiro de 2015, sobretudo, na seara econômica, pois como todos sabem elas possuem uma índole amarga e impopular.
 De certa forma nenhum candidato, seja a qualquer cargo eletivo que ocupará, revelará ao eleitor o seu pacote de maldades no palanque da campanha, o que eu reputo como grave e lamentável. Infelizmente tal comportamento faz parte do jogo político.
Todavia, o que ocorrerá salve engano, espero inclusive queimar a minha língua, em virtude do cenário que se desenha a partir de janeiro, não será de um ano tão fácil como algumas pessoas ainda acham.

Hoje tem-se uma economia com uma inflação acima da meta inflacionária estabelecida pelo Banco Central do Brasil, que constitui no patamar de 6,5% ao ano, as contas do governo federal encontram-se em desequilíbrio, por conta da redução do superávit primário feito até agora de forma irresponsável, contribuindo para o aumento da dívida pública interna, que se elevou ao longo deste ano, o que não é novidade para nenhum cidadão, tendo em vista, que todos os governantes do Brasil, elevam os gastos públicos em ano eleitoral, principalmente, àqueles que se utilizam da máquina pública para eleger-se.

 Outro problema que deverá ser atacado frontalmente e rápido, pelo presidente eleito, diz respeito aos preços administrados, visto que eles estão significativamente reprimidos, como a guisa de exemplo, os combustíveis, as passagens de ônibus, à luz elétrica, cujas majorações já ocorrem lentamente, com a finalidade de permitirem as distribuidoras de energia, pagarem o empréstimo contraído com o sistema financeiro nacional, com o objetivo delas enfrentarem a tormenta de não poderem fazer os ajustes necessários, por razões políticas, nas suas respectivas estruturas de custos nos últimos anos, como é de praxe em qualquer empresa que visa o lucro econômico, fazendo-os agora de uma maneira sorrateira, através dos repasses dos custos financeiros do aludido financiamento, para o bolso do consumidor, como estamos sentindo através das faturas que já chegam as nossas residências.

Importante salientar que não se faz omeletes sem quebrar ovos, o próximo governo deverá lançar mão dos instrumentos de políticas macroeconômicas, como a política monetária (elevações das taxas de juros) e da política fiscal (controle das despesas públicas), oferecendo ao paciente denominado de economia brasileira, um choque de austeridade, como salientado acima, de ordem monetária e fiscal, sem nenhuma surpresa para ninguém. O PIB brasileiro que deverá fechar este ano próximo de zero, no ano que vem o seu crescimento poderá ser ainda menor.

Diante deste contexto, vale a pena lembrar a música dos compositores Ivan Lins e Vitor Martins. “Desesperar jamais, aprendemos muito nestes anos, afinal de contas não tem cabimento acabar o jogo no primeiro tempo, nada de correr da raia, nada de correr da praia...” Pura verdade, somos todos brasileiros. Viva o Brasil, viva a nossa democracia! Esperaremos agora por este novo tempo que se avizinha. Valeu!  

José Alves de Azevedo Neto
Economista


    

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