sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Momento para Reflexão

Momento para Reflexão

Em face dos escândalos que ultimamente ocupam a mídia nacional, a sociedade encontra-se estupefata e indignada, com o grau de corrupção, existente hoje dentro das entranhas do Estado brasileiro, seja na administração direta ou na administração indireta.

O episódio que ganhou realce ao longo da semana, diz respeito ao envolvimento de uma das maiores petroleiras do mundo, o orgulho do nosso povo, que encontra-se atualmente submersa num mar de lama, cuja sujeira veio à tona, em decorrência da delação premiada realizada pelo ex-diretor de abastecimento da empresa, o funcionário de carreira, o senhor Paulo Roberto Costa, quando na oportunidade afirmou de forma peremptória, que para galgar a posição de diretor da Petrobrás, não basta apenas possuir o atributo da competência técnica, deve-se também possuir um forte padrinho político, o que de certa maneira constitui-se como lamentável para a democracia brasileira, porque não dizer uma vergonha sobre todos os sentidos, pois revela e deixa claro, infelizmente, como que o ser humano a cada dia revela o seu lado podre, quando persegue o poder e o dinheiro fácil, no intuito de satisfazer as ambições. Tudo isto à custa do financiamento público, pago com a dificuldade do contribuinte, na maioria das vezes, os assalariados.

No ensejo da delação, o nobre e dileto diretor, divulgou em sede do Ministério Público Federal, do estado do Paraná, que os partidos partícipes no deprimente escândalo bilionário são o PT, o PMDB e o PP, que recebiam de vários contratos firmados com as empreiteiras prestadoras de serviços, já conhecida de toda a república, com a Petrobrás, o percentual de 3%, sendo que 2% deveriam ser destinados ao Partido dos Trabalhadores, com a finalidade de fazer face às despesas de campanha eleitoral.

Importante salientar que a corrupção que impera na Petrobrás, como em diversos outros setores do estado brasileiro, não iniciou-se com o PT, este partido apenas cedeu ao canto da sereia do jogo do poder e começou a gostar dele, o que culminou no seu afogamento natural.

A sociedade talvez tenha se esquecido, na época em que o PSDB estava no poder, a Petrobrás também foi alvo dos abutres tucanos corruptos, alimentados ou abastecidos, usando um termo da moda, com o dinheiro da viúva. Vários diretores da Petrobrás à época do governo de Fernando Henrique compraram vários imóveis em condomínios de luxos na cidade do Rio de Janeiro, e ninguém ou a mídia de plantão não se voltou tão ferozmente contra tais delinquentes do poder como se verifica agora.

Todo brasileiro que se preze e honre a pátria amada, vai querer efetivamente que toda esta sujeira envolvendo o nosso dinheiro, seja apurado e todos os envolvidos, sejam os políticos, os empresários, colocados atrás das grades, além de obviamente  devolver o dinheiro roubado dos cofres públicos, pois chega de tanta impunidade e corrupção deslavada neste país.

Por derradeiro, quero dizer que todas as empreiteiras citadas pelos marginais do poder, como bem utilizou a expressão o Ministro do Supremo Tribunal Federal, o decano Celso de Mello, na ocasião em que ocorreu o julgamento do mensalão, são as que mandam e desmandam nos orçamentos públicos, sejam das prefeituras, sejam dos estados e do governo federal.

 Fica no ar a seguinte pergunta: como deter a fúria das empreiteiras e dos políticos corruptos neste Brasil, se ainda possuímos um ordenamento jurídico fragilizado e duvidoso? A quem recorrer?      

José Alves de Azevedo Neto

Economista

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