Momento
para Reflexão
Em
face dos escândalos que ultimamente ocupam a mídia nacional, a sociedade
encontra-se estupefata e indignada, com o grau de corrupção, existente hoje
dentro das entranhas do Estado brasileiro, seja na administração direta ou na administração
indireta.
O
episódio que ganhou realce ao longo da semana, diz respeito ao envolvimento de
uma das maiores petroleiras do mundo, o orgulho do nosso povo, que encontra-se atualmente
submersa num mar de lama, cuja sujeira veio à tona, em decorrência da delação
premiada realizada pelo ex-diretor de abastecimento da empresa, o funcionário
de carreira, o senhor Paulo Roberto Costa, quando na oportunidade afirmou de forma
peremptória, que para galgar a posição de diretor da Petrobrás, não basta
apenas possuir o atributo da competência técnica, deve-se também possuir um
forte padrinho político, o que de certa maneira constitui-se como lamentável
para a democracia brasileira, porque não dizer uma vergonha sobre todos os
sentidos, pois revela e deixa claro, infelizmente, como que o ser humano a cada
dia revela o seu lado podre, quando persegue o poder e o dinheiro fácil, no
intuito de satisfazer as ambições. Tudo isto à custa do financiamento público,
pago com a dificuldade do contribuinte, na maioria das vezes, os assalariados.
No
ensejo da delação, o nobre e dileto diretor, divulgou em sede do Ministério
Público Federal, do estado do Paraná, que os partidos partícipes no deprimente
escândalo bilionário são o PT, o PMDB e o PP, que recebiam de vários contratos
firmados com as empreiteiras prestadoras de serviços, já conhecida de toda a república,
com a Petrobrás, o percentual de 3%, sendo que 2% deveriam ser destinados ao
Partido dos Trabalhadores, com a finalidade de fazer face às despesas de
campanha eleitoral.
Importante
salientar que a corrupção que impera na Petrobrás, como em diversos outros
setores do estado brasileiro, não iniciou-se com o PT, este partido apenas cedeu
ao canto da sereia do jogo do poder e começou a gostar dele, o que culminou no
seu afogamento natural.
A
sociedade talvez tenha se esquecido, na época em que o PSDB estava no poder, a
Petrobrás também foi alvo dos abutres tucanos corruptos, alimentados ou
abastecidos, usando um termo da moda, com o dinheiro da viúva. Vários diretores
da Petrobrás à época do governo de Fernando Henrique compraram vários imóveis
em condomínios de luxos na cidade do Rio de Janeiro, e ninguém ou a mídia de
plantão não se voltou tão ferozmente contra tais delinquentes do poder como se
verifica agora.
Todo
brasileiro que se preze e honre a pátria amada, vai querer efetivamente que
toda esta sujeira envolvendo o nosso dinheiro, seja apurado e todos os
envolvidos, sejam os políticos, os empresários, colocados atrás das grades,
além de obviamente devolver o dinheiro roubado
dos cofres públicos, pois chega de tanta impunidade e corrupção deslavada neste
país.
Por
derradeiro, quero dizer que todas as empreiteiras citadas pelos marginais do
poder, como bem utilizou a expressão o Ministro do Supremo Tribunal Federal, o
decano Celso de Mello, na ocasião em que ocorreu o julgamento do mensalão, são as
que mandam e desmandam nos orçamentos públicos, sejam das prefeituras, sejam dos
estados e do governo federal.
Fica no ar a seguinte pergunta: como deter a
fúria das empreiteiras e dos políticos corruptos neste Brasil, se ainda
possuímos um ordenamento jurídico fragilizado e duvidoso? A quem recorrer?
José Alves de Azevedo Neto
Economista
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