Polo
Naval
Tudo
indica que a crise econômica, do ano de 2015, juntamente, com o escândalo nacional
denominado de “petrolão”, aliado ainda, as reduções dos investimentos por parte
da Petrobrás, afetaram diretamente, o principal polo naval do país, o do Rio de
Janeiro, levando medo e temor aos trabalhadores, realidade semelhante a vivida,
nos anos oitenta.
Importante
salientar, que o Rio, é o estado que concentra a metade dos estaleiros do país,
por conta dessa situação, envolvendo o setor naval fluminense, os impactos
serão negativos e já são sentidos, através do elevado número de demissões, que já chegam ao total
de 4.900 trabalhadores nos últimos meses e mais 4.200 vagas, correm o risco de
desaparecerem. Isto sem contar os desempregados da obra de implantação, do polo
petroquímico de Itaboraí, o COMPERJ, que contribui, para majorar o custo social
e as agruras dos operários, no estado da federação, que acumula uma brutal,
desigualdade social e econômica, em virtude do seu processo de favelização,
ocorrido por várias décadas.
Depositava-se,
por sua vez, a esperança em fomentar o desenvolvimento econômico estadual,
revertendo esta situação de anemia econômica, em que se encontra, através desses
grandes investimentos, com o fito de melhorar e aquecer o sistema econômico
fluminense, com os sucessivos aportes financeiros que via de regra, não eram
pequenos, e com isso, melhorar a qualidade de vida da nossa sociedade. Pelo
visto, este sonho será adiado, por enquanto.
Dentro
deste mesmo diapasão, ressalta-se, outro projeto, de grande dimensão que também,
sofrerá retração ou extinção, em decorrência desta conjuntura política instável
e nebulosa, o projeto do governo estadual, relativo ao polo navipeças, cuja
localização ocorreria no município de Duque de Caxias. A sua paralização, levou
o professor de economia da UFRJ, Mauro Osório, e um dos maiores estudiosos da
economia do estado do Rio de Janeiro, a afirmar, utilizando-se de dados estatísticos,
a respeito do peso do setor naval, para a economia fluminense: “os estaleiros
respondem por 5% dos empregos industriais do Rio, cerca de 30 mil postos, e têm
salários acima da média das demais indústrias”. Percebe-se, que o aludido setor, não tem nada
de desprezível, quando se trata de geração de empregos e rendas.
Para
tristeza geral e agregar ao contexto decadente, em função do panorama crítico
dos estaleiros do Rio de Janeiro, o polo navipeças, anunciado em 2012, com
investimentos da ordem de R$ 1,5 bilhões de reais pela iniciativa privada, e
com a expectativa, de gerar cerca cinco mil empregos foi cancelado, segundo as fontes,
do Palácio Guanabara. Notícia desagradável e inconveniente, para toda a
população, que habita a região metropolitana do Rio, e necessita tanto, de uma
oportunidade de emprego.
Esta
situação vem carregada de profunda preocupação, logo agora, em que o estado do
Rio de Janeiro, entrava numa agenda positiva de boas perspectivas de
investimentos. Nem por isso e nem por outros motivos pertinentes ao assunto,
poderá a nos levar a pensar de forma pessimista e esquecer, que a cidade do Rio
de Janeiro, sediará no ano que vem as olimpíadas, evento de expressiva
magnitude e as obras de infraestrutura que, ora, ocorrem no município possuem
potencial suficiente, de imensa geração de empregos, o que poderá mitigar no
curto prazo a situação adversa, que aflige o setor naval. Vamos aguardar, para
conferir como ficará os indicadores de empregabilidade, do estado, dentro de
alguns meses. Posteriormente, emitiremos a nossa opinião. Boa semana!
José Alves de Azevedo Neto
Economista