segunda-feira, 30 de março de 2015

Polo Naval


Polo Naval

Tudo indica que a crise econômica, do ano de 2015, juntamente, com o escândalo nacional denominado de “petrolão”, aliado ainda, as reduções dos investimentos por parte da Petrobrás, afetaram diretamente, o principal polo naval do país, o do Rio de Janeiro, levando medo e temor aos trabalhadores, realidade semelhante a vivida, nos anos oitenta.

Importante salientar, que o Rio, é o estado que concentra a metade dos estaleiros do país, por conta dessa situação, envolvendo o setor naval fluminense, os impactos serão negativos e já são sentidos, através do elevado   número de demissões, que já chegam ao total de 4.900 trabalhadores nos últimos meses e mais 4.200 vagas, correm o risco de desaparecerem. Isto sem contar os desempregados da obra de implantação, do polo petroquímico de Itaboraí, o COMPERJ, que contribui, para majorar o custo social e as agruras dos operários, no estado da federação, que acumula uma brutal, desigualdade social e econômica, em virtude do seu processo de favelização, ocorrido por várias décadas.

Depositava-se, por sua vez, a esperança em fomentar o desenvolvimento econômico estadual, revertendo esta situação de anemia econômica, em que se encontra, através desses grandes investimentos, com o fito de melhorar e aquecer o sistema econômico fluminense, com os sucessivos aportes financeiros que via de regra, não eram pequenos, e com isso, melhorar a qualidade de vida da nossa sociedade. Pelo visto, este sonho será adiado, por enquanto.  

Dentro deste mesmo diapasão, ressalta-se, outro projeto, de grande dimensão que também, sofrerá retração ou extinção, em decorrência desta conjuntura política instável e nebulosa, o projeto do governo estadual, relativo ao polo navipeças, cuja localização ocorreria no município de Duque de Caxias. A sua paralização, levou o professor de economia da UFRJ, Mauro Osório, e um dos maiores estudiosos da economia do estado do Rio de Janeiro, a afirmar, utilizando-se de dados estatísticos, a respeito do peso do setor naval, para a economia fluminense: “os estaleiros respondem por 5% dos empregos industriais do Rio, cerca de 30 mil postos, e têm salários acima da média das demais indústrias”.  Percebe-se, que o aludido setor, não tem nada de desprezível, quando se trata de geração de empregos e rendas.

Para tristeza geral e agregar ao contexto decadente, em função do panorama crítico dos estaleiros do Rio de Janeiro, o polo navipeças, anunciado em 2012, com investimentos da ordem de R$ 1,5 bilhões de reais pela iniciativa privada, e com a expectativa, de gerar cerca cinco mil empregos foi cancelado, segundo as fontes, do Palácio Guanabara. Notícia desagradável e inconveniente, para toda a população, que habita a região metropolitana do Rio, e necessita tanto, de uma oportunidade de emprego.     

Esta situação vem carregada de profunda preocupação, logo agora, em que o estado do Rio de Janeiro, entrava numa agenda positiva de boas perspectivas de investimentos. Nem por isso e nem por outros motivos pertinentes ao assunto, poderá a nos levar a pensar de forma pessimista e esquecer, que a cidade do Rio de Janeiro, sediará no ano que vem as olimpíadas, evento de expressiva magnitude e as obras de infraestrutura que, ora, ocorrem no município possuem potencial suficiente, de imensa geração de empregos, o que poderá mitigar no curto prazo a situação adversa, que aflige o setor naval. Vamos aguardar, para conferir como ficará os indicadores de empregabilidade, do estado, dentro de alguns meses. Posteriormente, emitiremos a nossa opinião. Boa semana!    

José Alves de Azevedo Neto

Economista

Nenhum comentário:

Postar um comentário