Dinheiro para quem não
precisa de Dinheiro
A grande máxima da
economia nunca esteve tão viva, com a nova possibilidade fomentada pelos bancos
públicas do Brasil, quanto à queda das taxas de juros. Os bancos baixarão sim,
as taxas de juros, só que as linhas de crédito que terão tal beneplácito, serão
aquelas oferecidas aos clientes que possuem grande poder aquisitivo, ou seja,
os clientes que não possuem necessidade de financiamento.
Verifica-se atualmente
no mercado financeiro, uma resistência por parte dos bancos privados em aderir
a esta nova conjuntura de redução dos juros. Por um lado até se entende, tendo
em vista que o sistema financeiro não sairá emprestando recursos financeiros a
qualquer correntista, pois existe o fantasma da inadimplência que hoje ronda o
mercado, e contra esta prática quaisquer empresários deverá se precaver. Por
outro lado percebe-se que a aludida resistência, reside na ganância dos
banqueiros, que não querem abrir mão de parte dos seus lucros. O que não se deve
admirar, já que no sistema capitalista a prioridade encontra-se na maximização
do lucro.
No que tange aos bancos
públicos, relevante destacar que o banco do Brasil encontrará dificuldades para
sustentar à política de redução de juros. O banco possui capital aberto, ou
seja, ações nas bolsas de valores, portanto, tem compromisso com a maximização
do lucro, se a taxa de juros é o preço do dinheiro e nela está embutida à taxa
de lucro dos acionistas, o Banco do Brasil poderá enfrentar dificuldades de
financiamento, em decorrência entrar numa curva de descapitalização dos seus
ativos, devido à migração dos seus acionistas para outros papéis, cuja
rentabilidade seja superior. Esta é a lei do mercado. O capitalista não procura
fazer caridade com o seu próprio recurso, ele quer o lucro.
Diante do exposto,
lanço minhas dúvidas em relação ao atual momento, que a meu ver não se
sustentará no longo prazo, devidos aos interesses dos banqueiros que ora estão
sendo contrariado, e todos sabem que no sistema capitalista quem manda é quem
possui poder monetário, tal poder sobra na mão dos bancos. Torcemos para que
todas as medidas que foram apresentadas para forçar a queda das taxas dos juros
tenham fôlego para se sustentar no longo prazo. Não quero entender que seja
mais uma novidade do ano eleitoral para o PT eleger o máximo de prefeitos
possíveis, e com isso aumentar a sua base política.