Consumo em Queda
Após a eclosão da
crise financeira de 2008, cuja causa decorreu do desequilíbrio da economia
americana, o mundo entra numa trajetória econômica adversa com efeitos
negativos sobre as economias mundiais. Como não poderia deixar de ser o Brasil
também sofreu os seus impactos, apesar dos governantes da época, tentarem
alegar que as consequências da crise, afetariam o Brasil apenas em forma de
“marola”. Fato que não se confirmou na prática.
Para blindar a economia nacional do vendaval
da crise, naquele momento, o governo se vê na obrigação de tomar medidas
econômicas anticíclicas, para arrefecer os seus efeitos, como o pacote de
medida fiscal, visando alavancar o consumo das famílias, concedeu isenção de
IPI, reduziu o IOF (imposto sobre operações financeiras), para mitigar o custo
do crédito na hora do financiamento de bens e serviços aos setores com maior
capilaridade na cadeia produtiva, como a guisa de exemplo, o setor automotivo e
o de linhas brancas (geladeiras, máquina de lavar e afins), todo esse remédio
fiscal, tinha o condão de aquecer o sistema econômico.
Todavia, o modelo
escolhido foi o baseado no consumo, que infelizmente, caminha para o seu
esgotamento, a pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileira de Geografia e
Estatística (IBGE) não deixa dúvidas, no mês de maio deste ano o comércio
varejista no Brasil apresentou queda de 0,8% em comparação a abril, como
decorrência das incertezas do mercado num ano em que se esperava a recuperação
da economia, o que não está acontecendo.
O apelo para que a
sociedade consuma já não apresenta tanto efeito como apresentava em 2008, pois
surge no cenário um novo dado impeditivo ao consumo, a inadimplência dos
consumidores, segundo o Serasa está no patamar de 19,1%, no primeiro semestre
deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Com o intuito de se
continuar a crescer economicamente, o governo federal repensa a sua estratégia
de política econômica, ao invés de consumo, tentará agora aportar recursos
econômicos nos investimentos, sobretudo nas áreas em que o Brasil, apresenta as
suas maiores carências, em infraestrutura econômica e social, para viabilizar
tal política, a presidente da República solicita dos seus colaboradores
imediatos, os ministros de Estado, maior atenção na execução orçamentária. Eles
deverão priorizar a despesa boa, ou seja, a despesa de capital (investimento)
em detrimento do gasto ruim, despesa corrente (pessoal, material de consumo,
etc.), tudo isto com o objetivo de elevar o crescimento do PIB, que segundo as
ultimas previsões não passará dos 2% no ano de 2012.
Outro ponto que
deveria ser lembrado pela equipe econômica, diz respeito à reforma tributária,
demanda antiga da sociedade brasileira, que enfrenta uma carga tributária de
36% do PIB, e recebe em troca pelo governo em forma de políticas pública,
apenas 3% do PIB, irrelevante. Além do mais, à carga tributária escorchante,
inviabiliza totalmente a competitividade da indústria nacional, quando ela perde
mercado para os produtos importados de países, com estruturas tributárias bem
menor. Vamos torcer para que a conjunta atual se reverta.
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