quinta-feira, 19 de julho de 2012

Consumo em Queda


 Consumo em Queda



Após a eclosão da crise financeira de 2008, cuja causa decorreu do desequilíbrio da economia americana, o mundo entra numa trajetória econômica adversa com efeitos negativos sobre as economias mundiais. Como não poderia deixar de ser o Brasil também sofreu os seus impactos, apesar dos governantes da época, tentarem alegar que as consequências da crise, afetariam o Brasil apenas em forma de “marola”. Fato que não se confirmou na prática.

 Para blindar a economia nacional do vendaval da crise, naquele momento, o governo se vê na obrigação de tomar medidas econômicas anticíclicas, para arrefecer os seus efeitos, como o pacote de medida fiscal, visando alavancar o consumo das famílias, concedeu isenção de IPI, reduziu o IOF (imposto sobre operações financeiras), para mitigar o custo do crédito na hora do financiamento de bens e serviços aos setores com maior capilaridade na cadeia produtiva, como a guisa de exemplo, o setor automotivo e o de linhas brancas (geladeiras, máquina de lavar e afins), todo esse remédio fiscal, tinha o condão de aquecer o sistema econômico.

Todavia, o modelo escolhido foi o baseado no consumo, que infelizmente, caminha para o seu esgotamento, a pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileira de Geografia e Estatística (IBGE) não deixa dúvidas, no mês de maio deste ano o comércio varejista no Brasil apresentou queda de 0,8% em comparação a abril, como decorrência das incertezas do mercado num ano em que se esperava a recuperação da economia, o que não está acontecendo.

O apelo para que a sociedade consuma já não apresenta tanto efeito como apresentava em 2008, pois surge no cenário um novo dado impeditivo ao consumo, a inadimplência dos consumidores, segundo o Serasa está no patamar de 19,1%, no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Com o intuito de se continuar a crescer economicamente, o governo federal repensa a sua estratégia de política econômica, ao invés de consumo, tentará agora aportar recursos econômicos nos investimentos, sobretudo nas áreas em que o Brasil, apresenta as suas maiores carências, em infraestrutura econômica e social, para viabilizar tal política, a presidente da República solicita dos seus colaboradores imediatos, os ministros de Estado, maior atenção na execução orçamentária. Eles deverão priorizar a despesa boa, ou seja, a despesa de capital (investimento) em detrimento do gasto ruim, despesa corrente (pessoal, material de consumo, etc.), tudo isto com o objetivo de elevar o crescimento do PIB, que segundo as ultimas previsões não passará dos 2% no ano de 2012.

Outro ponto que deveria ser lembrado pela equipe econômica, diz respeito à reforma tributária, demanda antiga da sociedade brasileira, que enfrenta uma carga tributária de 36% do PIB, e recebe em troca pelo governo em forma de políticas pública, apenas 3% do PIB, irrelevante. Além do mais, à carga tributária escorchante, inviabiliza totalmente a competitividade da indústria nacional, quando ela perde mercado para os produtos importados de países, com estruturas tributárias bem menor. Vamos torcer para que a conjunta atual se reverta.


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