Elevar a Competitividade
Segundo o relatório do
Fórum Econômico Mundial, o Brasil figura entre os 50 países mais competitivos
do mundo. Todavia, tal resultado não pode ser comemorado plenamente, em
decorrência de diversos problemas estruturais de ordem econômica e social, que
afligem o país e o impedem de implantar as bases para um crescimento econômico
sustentável no longo prazo.
Tais problemas residem
principalmente no aspecto da logística de escoamento de produção, provocado pelos
gargalos ainda existentes, como portos, rodovias e estradas cujo funcionamento
não atende a demanda crescente dos diversos segmentos da economia, quando
resolvem priorizar o mercado mundial com o intuito de ampliar as suas
respectivas vendas de bens e serviços, pelo contrário, na atual conjuntura eles
constituem num entrave a concorrência dos produtos brasileiros, em relação aos
estrangeiros.
A guisa de ilustração e
de fundamentação ao nosso argumento é relevante salientar os dados divulgados
pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), no que tange aos custos gerados
pela logística de transporte do país. Assevera a indigitada instituição: “o
transporte de uma tonelada de soja produzida em Mato Grosso para Xangai, na
China, pelo Porto de Santos, pode chegar a U$$ 180. Em comparação, levar uma
tonelada de soja de Davenport, nos Estados Unidos, para a mesma cidade chinesa
custa U$$ 108”. Em função desta
estrutura de custo pesada e além de outros fatores, como educação de baixa
qualidade, baixo investimento em ciência e tecnologia, o Brasil detém apenas 1,4%
de participação no comércio mundial.
Para se vislumbrar uma
luz ao final do túnel e reverter o quadro acima e reduzir a nossa dependência
em relação às exportações de soja, minério de ferro e café, necessário se faz
elevar os investimentos, na melhoria dos níveis educacionais, nos aeroportos, nas
ferrovias e estradas, conjugado ao aumento dos investimentos públicos em
ciência, tecnologia e inovação, que segundo o presidente da FINEP, agência do
governo federal financiadora de pesquisas acadêmicas, deveriam ser na atual
conjuntura de R$ 40 bilhões, e hoje se investe apenas de R$ 7 bilhões a R$ 8
bilhões.
Como decorrência dos
fatos narrados acima, as autoridades econômicas, políticas que habitam o
universo de Brasília, local em que concentra o poder central da república
brasileira, poderiam lançar uma cruzada em favor das reformas estruturais, tão
caras à nação, como por exemplo, reforma tributária, reforma política, reforma
educacional, investimentos na malha de transportes, caso contrário não se
conseguirá ampliar os horizontes dos produtos brasileiros no mercado
internacional, e infelizmente continuaremos amargar na história, a posição
de maior produtor de produtos primários do mundo. Não é isso que queremos!