Melhora na Renda
Um dos grandes desafios a serem enfrentados pelo Brasil
chama-se, má distribuição da renda, cenário que inspirou o ilustre economista
Edmar Bacha, na década de 1970, a cunhar a oportuna expressão Belíndia, termo
criado por ele para retratar a gritante concentração de renda existente no
Brasil, combinando a riqueza da Bélgica com a extrema pobreza da Índia.
A despeito da feliz comparação, onde tudo indica tenha desagradado
o regime militar da época, após mais de trinta anos, o país resolve priorizar a
pobreza, começando em 1994 com a estabilização da moeda, através da
implementação do Plano Real, que na ocasião ceifou de vez um dos maiores
inimigos da renda da classe trabalhadora, à inflação.
Com o controle inflacionário, as coisas ficaram mais claras e
objetivas, fato que possibilitou abrir caminhos para se atacar outros problemas
que afligiam à população no Brasil, como o recorrente mal da desigualdade de
renda, que em 2011 atingiu o seu menor nível, ao se comparar com a série
histórica a partir de 1960. Embora tenha havido melhora o Brasil ainda figura
entre as 12 mais altas desigualdades de renda do mundo.
O estudo foi desenvolvido e divulgado no dia 25/09/2012 pelo
Instituto de Política Econômica Aplicada (IPEA), com o título “A década
inclusiva”, apresentado pelo presidente do IPEA Marcelo Neri, com bases nos
dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE. Assevera
o aludido presidente, “Não há, na história brasileira estatisticamente
documentada desde 1960, nada similar à redução da desigualdade de renda
observada desde 2011”. Acrescenta ainda, “Assim como a China está para o
crescimento econômico, o Brasil está para o crescimento social”. Continua Neri, “o Brasil está no ponto mais
baixo da desigualdade, embora ela ainda seja muito alta”.
Segundo o estudo, o salário dos 10% mais pobres da população
brasileira cresceu 91,2% entre 2001 e 2011. O movimento engloba cerca de 23,4
milhões de pessoas saindo da pobreza. Já a renda dos 10% mais rico aumentou
16,6% no período, de forma que a renda dos mais pobres cresceu 550% sobre o
rendimento dos mais ricos.
Com foco nestas políticas públicas de atacar frontalmente a
pobreza que grassa no país, o governo federal começa a desatar o nó górdio do
passivo social, gerado ao longo dos anos por sucessivos governos reacionários,
que sempre governaram o nosso país, comprometido com as classes sociais de
maior poder aquisitivo, sem nenhuma responsabilidade com uma justa distribuição
de renda. São os novos tempos!
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