terça-feira, 2 de outubro de 2012

Melhora na Renda


Melhora na Renda

Um dos grandes desafios a serem enfrentados pelo Brasil chama-se, má distribuição da renda, cenário que inspirou o ilustre economista Edmar Bacha, na década de 1970, a cunhar a oportuna expressão Belíndia, termo criado por ele para retratar a gritante concentração de renda existente no Brasil, combinando a riqueza da Bélgica com a extrema pobreza da Índia.

A despeito da feliz comparação, onde tudo indica tenha desagradado o regime militar da época, após mais de trinta anos, o país resolve priorizar a pobreza, começando em 1994 com a estabilização da moeda, através da implementação do Plano Real, que na ocasião ceifou de vez um dos maiores inimigos da renda da classe trabalhadora, à inflação. 

Com o controle inflacionário, as coisas ficaram mais claras e objetivas, fato que possibilitou abrir caminhos para se atacar outros problemas que afligiam à população no Brasil, como o recorrente mal da desigualdade de renda, que em 2011 atingiu o seu menor nível, ao se comparar com a série histórica a partir de 1960. Embora tenha havido melhora o Brasil ainda figura entre as 12 mais altas desigualdades de renda do mundo.

O estudo foi desenvolvido e divulgado no dia 25/09/2012 pelo Instituto de Política Econômica Aplicada (IPEA), com o título “A década inclusiva”, apresentado pelo presidente do IPEA Marcelo Neri, com bases nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE. Assevera o aludido presidente, “Não há, na história brasileira estatisticamente documentada desde 1960, nada similar à redução da desigualdade de renda observada desde 2011”. Acrescenta ainda, “Assim como a China está para o crescimento econômico, o Brasil está para o crescimento social”.  Continua Neri, “o Brasil está no ponto mais baixo da desigualdade, embora ela ainda seja muito alta”.

Segundo o estudo, o salário dos 10% mais pobres da população brasileira cresceu 91,2% entre 2001 e 2011. O movimento engloba cerca de 23,4 milhões de pessoas saindo da pobreza. Já a renda dos 10% mais rico aumentou 16,6% no período, de forma que a renda dos mais pobres cresceu 550% sobre o rendimento dos mais ricos.

Com foco nestas políticas públicas de atacar frontalmente a pobreza que grassa no país, o governo federal começa a desatar o nó górdio do passivo social, gerado ao longo dos anos por sucessivos governos reacionários, que sempre governaram o nosso país, comprometido com as classes sociais de maior poder aquisitivo, sem nenhuma responsabilidade com uma justa distribuição de renda. São os novos tempos!

 

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