quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Elevar a Competitividade


Elevar a Competitividade

Segundo o relatório do Fórum Econômico Mundial, o Brasil figura entre os 50 países mais competitivos do mundo. Todavia, tal resultado não pode ser comemorado plenamente, em decorrência de diversos problemas estruturais de ordem econômica e social, que afligem o país e o impedem de implantar as bases para um crescimento econômico sustentável no longo prazo.

Tais problemas residem principalmente no aspecto da logística de escoamento de produção, provocado pelos gargalos ainda existentes, como portos, rodovias e estradas cujo funcionamento não atende a demanda crescente dos diversos segmentos da economia, quando resolvem priorizar o mercado mundial com o intuito de ampliar as suas respectivas vendas de bens e serviços, pelo contrário, na atual conjuntura eles constituem num entrave a concorrência dos produtos brasileiros, em relação aos estrangeiros.

A guisa de ilustração e de fundamentação ao nosso argumento é relevante salientar os dados divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), no que tange aos custos gerados pela logística de transporte do país. Assevera a indigitada instituição: “o transporte de uma tonelada de soja produzida em Mato Grosso para Xangai, na China, pelo Porto de Santos, pode chegar a U$$ 180. Em comparação, levar uma tonelada de soja de Davenport, nos Estados Unidos, para a mesma cidade chinesa custa U$$ 108”.  Em função desta estrutura de custo pesada e além de outros fatores, como educação de baixa qualidade, baixo investimento em ciência e tecnologia, o Brasil detém apenas 1,4% de participação no comércio mundial.

Para se vislumbrar uma luz ao final do túnel e reverter o quadro acima e reduzir a nossa dependência em relação às exportações de soja, minério de ferro e café, necessário se faz elevar os investimentos, na melhoria dos níveis educacionais, nos aeroportos, nas ferrovias e estradas, conjugado ao aumento dos investimentos públicos em ciência, tecnologia e inovação, que segundo o presidente da FINEP, agência do governo federal financiadora de pesquisas acadêmicas, deveriam ser na atual conjuntura de R$ 40 bilhões, e hoje se investe apenas de R$ 7 bilhões a R$ 8 bilhões.  

Como decorrência dos fatos narrados acima, as autoridades econômicas, políticas que habitam o universo de Brasília, local em que concentra o poder central da república brasileira, poderiam lançar uma cruzada em favor das reformas estruturais, tão caras à nação, como por exemplo, reforma tributária, reforma política, reforma educacional, investimentos na malha de transportes, caso contrário não se conseguirá ampliar os horizontes dos produtos brasileiros no mercado internacional, e infelizmente  continuaremos amargar na história, a posição de maior produtor de produtos primários do mundo. Não é isso que queremos!

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